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Opinião

- Publicada em 21 de Março de 2016 às 16:33

A bipolaridade política que pode prejudicar o Brasil

O País não tem tido longos períodos de estabilidade política. Pelo contrário, o Brasil registrou espasmos de normalidade nos últimos 100 anos, mas a prática da disputa de poder continua sendo a mesma, isto é, uma bipolaridade que, por vezes acentuada, pode ser prejudicial e contribuir para a falta de continuidade dos projetos da nação e o seu desenvolvimento.
O País não tem tido longos períodos de estabilidade política. Pelo contrário, o Brasil registrou espasmos de normalidade nos últimos 100 anos, mas a prática da disputa de poder continua sendo a mesma, isto é, uma bipolaridade que, por vezes acentuada, pode ser prejudicial e contribuir para a falta de continuidade dos projetos da nação e o seu desenvolvimento.
Na metade do século passado, Getulio Vargas, que já havia governado de 1930 a 1945, voltou ao poder pelo voto, após ter sido deposto por pressão dos militares. Em 1950, Getulio venceu a disputa pela presidência em eleições livres, mas, pressionado por intensa campanha contra ele liderada pelos Diários e Emissoras Associados de Assis Chateaubriand, que comandava uma rede de jornais, rádios e pioneiras TVs no Brasil, além da revista O Cruzeiro, acabou se suicidando, em agosto de 1954.
Crises, problemas e Juscelino Kubitschek assumiu, com sua famosa frase, a de "Fazer 50 anos em cinco" no Brasil, começando por construir Brasília, a nova capital.
Depois de Juscelino, assumiu Jânio Quadros, o "Homem da Vassoura", que limparia o Brasil da corrupção, e acabou renunciando em 1961. João Goulart deveria passar ao comando, como vice-presidente que era. Houve resistência militar e coube a Leonel Brizola comandar a Campanha da Legalidade.
Jango assumiu, mas acabou deposto pelo golpe militar, adiado para 1964. Atos institucionais, perseguições, presos políticos, tortura, censura à imprensa tomaram conta do Brasil por 21 anos.
Voltamos à democracia plena nos anos 1980, com a campanha Diretas Já. Mas a primeira eleição presidencial pós-ditadura foi indireta. Tancredo Neves, eleito, morreu antes de assumir, e José Sarney presidiu como pôde. Depois, foi eleito Fernando Collor o qual foi envolvido em acusações até sofrer o impeachment.
Assumiu o vice Itamar Franco. O novo presidente e o então ministro Fernando Henrique Cardoso (PSDB) lançaram o exitoso Plano Real para estancar a terrível inflação, que chegou a 80% ao mês. FHC estabilizou a economia e, depois, chegamos a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com avanços no campo social, e agora Dilma Rousseff (PT), que governa em meio a uma grave crise política e econômica desde o início do segundo mandato.
A Câmara dos Deputados está analisando o pedido de impeachment da presidente, em função das chamadas pedaladas fiscais, já reprovadas pelo Tribunal de Contas da União.
Enquanto isso, o Brasil voltou à bipolaridade radicalizada que tantos problemas nos tem causado através dos tempos. É ser "contra" ou "a favor", "nós" e "eles", "impeachment" ou "não ao golpe".
O pedido de afastamento da presidente pode ter razão de ser, mas sua saída não é garantia de que os problemas serão resolvidos. Há expectativa de que as instituições funcionem e a maioria aposta que uma mudança no governo federal será benéfica e decisiva para a retomada de confiança do País e da atividade econômica.
A questão é que a linha de sucessão não traz grandes esperanças, e há dúvidas do que virá, isto é, se quem assumir terá respaldo popular e, antes disso, apoio político em um Congresso mais do que fragmentado?
A Constituição deve ser seguida, e um eventual impeachment de Dilma deve vir dentro do processo democrático, ou seja, com provas, no caso, o julgamento objetivo das pedaladas fiscais, e não na base da radicalização de antagonismos.
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