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As redes sociais ficaram no passado. E agora?



Gil Giardelli Gil Giardelli
Professor na ESPM e fundador da Gaia Creative, 5era, Semantix e Humanoide Brasil, [email protected]
"As palavras são testemunhas que muitas vezes falam mais alto que os documentos", disse Eric Hobsbawm.
Palavras como Indústria, Fábrica, classe média, classe trabalhadora, sindicato, capitalismo, socialismo, liberal, aristocracia, conservador, políticos, ferrovia, nacionalidade, crise, proletariado, cientista, engenheiro, sociologia, jornalismo, ideologia, greve são palavras criadas entre a Revolução Francesa e Industrial.E você, não sente ventos de uma nova revolução?
É a era da inovação coletiva e Revolução dos Maker, saber e não fazer é a mesma coisa que não saber.
A democracia das redes sociais criou esta nova era com novas palavras, comportamentos e atitudes para marcas, empresas e pessoas.
Pois se a primeira parte da revolução digital, até agora, foi conectar as pessoas, a segunda parte da revolução faz com que as redes sociais fiquem para trás, e novas palavras e tecnologias criem forças como Realidade Virtual, Internet das coisas, Economia Circular, Humanoide, impressão 3D, inteligência artificial, Big data e uma série de palavras sem tradução... mas que vêm transformando o mundo, as marcas e a comunicação radicalmente.
Como disse o professor americano Warren Bennis, de Harvard, "nenhum de nós é tão inteligente quanto todos nós juntos."
E esta nova era atrai unicientistas, educadores, artistas, entusiastas de tecnologia e famílias inteiras.
É a releitura das garagens inovadoras do Vale do Silício, que por exemplo em 1938 criou a HP, ou dos clubes de computadores - Homebrew Computer Clube - que em 1975 foi visto pela primeira vez o Apple I e lá nascia a Apple.
É a explosão da inovação, e muitos economistas já dizem que vivemos uma nova revolução industrial de proporções gigantescas e bastantes profundas para nossa sociedade.
Anote aí, a Realidade Virtual será tão comum como smartphones nos próximos anos.
Desde os anos de 1950 cientistas, matemáticos, psicólogos, engenheiros tentavam criar ambientes virtuais, com a promessa que você poderia estar no Descobrimento do Brasil ou em Marte.
Em 93, a conceituada Revista do MIT saiu com a capa "Realidade Virtual - A próxima melhor coisa para estar lá?"
O grande desafio era baratear esta tecnologia e levar para as massas, se alguém conseguisse isto. Seria como a revolução do telégrafo, da aviação, PC ou do telefone celular.
Em 2010, um menino de 17 anos, Palmer Luckey, e mais dois amigos tinham um mantra "Por que as pessoas não podem se teletransportar para onde desejam?" e criaram óculos Rift, na garagem, em uma praia na Califórnia.
Com declarações como "O Mundo Real vai acabar," vendeu sua empresa para o Facebook por U$ 2 bilhões em março de 2014.
Quando o encontrei rapidamente em Dublin, ele disse: "As salas de aula estãoquebradas. As crianças não aprenderão em livros. E sim, participando da Revolução Francesa através da Realidade Virtual".
Com a Realidade Virtual você pode assistir ao Cirque de Soleil dentro do Palco em Las Vegas e interagir com os artistas.
Pode visitar as ruínas do Fórum Romano na Itália de hoje ou andar no Império Romano de 2.000 atrás.
Channel, Mercedes-Benz e grandes marcas globais já usam a realidade virtual em suas estratégias de marketing.
Nesta nova revolução, as pessoas não desejam comprar coisas. Elas querem experiências.
E, enquanto discutimos como as marcas respondem às pessoas nas mídias sociais, marcas globais já utilizam robôs para atender aos clientes em lojas e Realidade Virtual para criar experiências inesquecíveis para seus clientes.
E a pergunta que fica: "Quantas toneladas de commodities é necessária para produzir a inovação?"
Precisamos um projeto de nação inovadora, uma nação do século XXI.

Publicado em 28/03/2016.