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Terrorismo

- Publicada em 22 de Março de 2016 às 16:19

Manhã de medo e caos em Bruxelas

 TOPSHOT - A private security guard helps a wounded women outside the Maalbeek metro station in Brussels on March 22, 2016 after a blast at this station located near the EU institutions.  Belgian firefighters said at least 26 people had died after "enormous" blasts rocked Brussels airport and a city metro station today, as Belgium raised its terror threat to the maximum level. / AFP PHOTO / Michael VILLA

TOPSHOT - A private security guard helps a wounded women outside the Maalbeek metro station in Brussels on March 22, 2016 after a blast at this station located near the EU institutions. Belgian firefighters said at least 26 people had died after "enormous" blasts rocked Brussels airport and a city metro station today, as Belgium raised its terror threat to the maximum level. / AFP PHOTO / Michael VILLA


MICHAEL VILLA /AFP/JC
Carros de polícia e ambulâncias por todos os lados era o que se via nas ruas de Bruxelas, na Bélgica, na manhã de ontem, após dois ataques coordenados e assumidos pelo Estado Islâmico (EI) atingirem o aeroporto internacional de Zaventem e a estação de trens Maelbeek. Pelo menos 34 pessoas morreram, e mais de 200 ficaram feridas.
Carros de polícia e ambulâncias por todos os lados era o que se via nas ruas de Bruxelas, na Bélgica, na manhã de ontem, após dois ataques coordenados e assumidos pelo Estado Islâmico (EI) atingirem o aeroporto internacional de Zaventem e a estação de trens Maelbeek. Pelo menos 34 pessoas morreram, e mais de 200 ficaram feridas.
A área dos trens onde ocorreram as ações é conhecida como quarteirão europeu, por abrigar as sedes de instituições europeias (Parlamento e Comissão Europeia), embaixadas e consulados, como dos EUA e da Turquia, e costuma ficar repleta de pedestres e carros.
Ontem, porém, o expediente de trabalho e de aulas foi encerrado logo após os ataques, ocorridos por volta das 8h no aeroporto (4h em Brasília) e uma hora depois na estação.
A circulação de metrô, trens e ônibus, assim como chegadas e partidas aéreas, foram interrompidas. O único modo de se locomover na cidade era a pé ou de carro. Vários moradores, solidarizando-se com pessoas que não tinham meios de voltar para casa, ofereciam seus sofás como dormitórios.
Algumas horas após as ações, o EI reivindicou a responsabilidade pelos ataques. "Combatentes do Estado Islâmico realizaram uma série de explosões de cintos com bombas e outros aparatos nesta terça-feira, tendo como alvo um aeroporto e uma estação de metrô na capital da Bélgica, Bruxelas, um país que participa da coalizão internacional contra o Estado Islâmico", diz o comunicado transmitido pelo Telegram, uma plataforma de mensagens, e publicado pela agência de notícias oficial do grupo terrorista, a Amaq.
O anúncio, que foi feito em inglês, descreveu os eventos em Bruxelas como um ataque multifocal que começou no aeroporto, primeiro com disparos e, logo em seguida, com a detonação de cintos com explosivos amarrados a homens-bomba. Na estação de trem Maelbeek, um homem-bomba se explodiu.
Entre os feridos há vários turistas. O ex-jogador de basquete brasileiro naturalizado belga Sebastian Bellin, de 37 anos, estava no aeroporto e ficou ferido. Bellin, que nasceu em São Paulo, atuou em ligas universitárias dos EUA e times profissionais da Bélgica.
 

Molenbeek é alvo de novas buscas

Com as ações de ontem, Molenbeek, bairro de maioria islâmica em Bruxelas, conhecido por abrigar extremistas e exportar vários jihadistas para a Síria, está outra vez no olho do furacão.
Novas buscas foram feitas no bairro, assim como em outras áreas da capital. No bairro, policiais encontraram produtos químicos, uma bandeira do EI e um dispositivo explosivo contendo pregos, informou o Ministério Público Federal da Bélgica.
Logo após os atentados de Paris, em novembro, o premiê belga, Charles Michel, assumiu que há "um problema gigantesco em Molenbeek". Em janeiro, o governo implementou um plano de registro de todos os moradores, além de reforçar o policiamento e combate ao tráfico de drogas e armas.
A captura de Salah Abdeslam, coautor dos atentados de Paris, na sexta-feira, em Molenbeek, fez o polêmico ministro do Interior belga, Jan Jambon, reiterar sua promessa de "limpar o bairro casa por casa". Para Jambon, é preciso que "os jihadistas sejam neutralizados e que os jovens parem de se radicalizar". A Bélgica é o país europeu que produz o maior número de combatentes islâmicos em proporção à sua população.
Os moradores de Molenbeek, na zona oeste, são basicamente imigrantes, em sua maioria islâmicos. Por isso, o bairro é conhecido como o "celeiro de terroristas na Europa". Foi nas ruas de Molenbeek que Abdeslam e o belga de origem marroquina Abdelhamid Abaaoud, cérebro dos atentados de Paris, cresceram e se tornaram amigos. Além de servir de esconderijo para Abdeslam, a região foi endereço temporário de Mehdi Nemmouche, atirador que matou quatro pessoas no Museu Judaico de Bruxelas, em 2014.