Depois de permanecerem 340 dias a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), o astronauta norte-americano Scott Kelly e o cosmonauta russo Mikhail Kornienko tocaram na superfície do planeta Terra. O pouso da espaçonave Soyuz, que trazia a dupla, aconteceu na madrugada desta quarta-feira, no Cazaquistão.
Kelly e Kornienko integraram a missão "Um ano no espaço", que pretende compreender melhor os efeitos das viagens espaciais no organismo humano. O estudo é essencial para jornadas mais longas, como as futuras missões a Marte, que devem durar até três anos.
Com o feito, Kelly bateu duas marcas históricas ao se tornar o norte-americano que passou mais tempo no espaço em uma única viagem e no acumulado, com 520 dias em órbita ao longo de quatro missões. Já Kornienko não conseguiu bater as marcas dos russos Valeri Polyakov, que passou 437 dias consecutivos a bordo da MIR, e Gennady Padalka, que esteve no espaço por 879 dias ao longo de cinco missões.
Kelly ocupou o papel principal na missão, não apenas por ter sido o capitão da ISS durante a longa estadia, mas também por ter deixado na Terra um irmão gêmeo, o ex-astronauta Mark Kelly. Durante esses 340 dias, ele realizou uma série de experimentos, se alimentou das primeiras verduras produzidas no espaço, tomou o primeiro café expresso a bordo da ISS, captou imagens fantásticas e fez incontáveis coletas de sangue, urina, saliva e fezes. Em solo terrestre, a Nasa fazia o mesmo com Mark. A expectativa é que o resultado da comparação dos materiais revele informações inéditas sobre o comportamento do corpo humano no espaço.