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Segurança

- Publicada em 29 de Março de 2016 às 18:43

BM defende fechamento de postos em Porto Alegre

Realocação do efetivo é justificativa para fechamento

Realocação do efetivo é justificativa para fechamento


ANTONIO PAZ/JC
A sensação de insegurança, os frequentes assaltos e ocorrências graves, como homicídios e latrocínios, têm deixado a população em alerta. A situação se agrava quando a resposta dos órgãos públicos de segurança não agrada aos moradores, que se sentem acuados. Desde o começo do ano, a Brigada Militar (BM) vem fechando postos comunitários dos bairros de Porto Alegre, alegando que o efetivo dispensado nesses locais é mais útil atuando no policiamento móvel, em viaturas que circulam pelos bairros. Parte da população, no entanto, discorda, e o dilema foi tema de uma reunião, organizada pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara de Vereadores ontem à tarde.
A sensação de insegurança, os frequentes assaltos e ocorrências graves, como homicídios e latrocínios, têm deixado a população em alerta. A situação se agrava quando a resposta dos órgãos públicos de segurança não agrada aos moradores, que se sentem acuados. Desde o começo do ano, a Brigada Militar (BM) vem fechando postos comunitários dos bairros de Porto Alegre, alegando que o efetivo dispensado nesses locais é mais útil atuando no policiamento móvel, em viaturas que circulam pelos bairros. Parte da população, no entanto, discorda, e o dilema foi tema de uma reunião, organizada pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara de Vereadores ontem à tarde.
O comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Egon Kvietinski, que atua na zona Norte da Capital, relatou que o batalhão optou pelo fechamento de dois dos quatro postos da região e prepara o encerramento de mais um. "O fechamento não influenciou em nada o quantitativo de ocorrências. Essa proteção serve para quem está imediatamente na frente, ao lado e atrás do posto. O planejamento é mais eficaz se conduzido para atuação em pontos de maior incidência", relatou Kvietinski. Para ele, a permanência dos postos produz uma falsa sensação de segurança. "Temos utilizado novas tecnologias, como grupos do WhatsApp, para que os policiais possam ser mais ágeis."
Representantes de comunidades dos bairros Lindóia, na zona Norte, e Ipanema e Cruzeiro do Sul, na zona Sul, expuseram posicionamentos contrários. Para eles, o fechamento dos postos é um retrocesso, uma vez que as unidades são referência para a comunidade. Gilmar Drago, do Conselho Comunitário da Associação de Moradores do Bairro Lindóia, criticou a justificativa dada pelo órgão. "Ouvimos que falta efetivo há muito tempo. Mas onde estão eles? Onde estão os policiais escalados para a nossa região? Nunca os vejo", reclamou, acusando a Brigada Militar de ter "problemas de gestão".
Os ânimos esquentaram, e o tenente-coronel Kvietinski foi categórico ao afirmar que a BM gerencia os brigadianos, mas não tem meios nem instrumentos para agilizar os atendimentos. "Deixem que a segurança decida como deve atuar e cobrem os resultados. Minha análise técnica pede que tenhamos mais homens na rua. Os postos são apenas um placebo."
Os vereadores professor Alex Fraga (P-Sol) e doutor Thiago Duarte (DEM) manifestaram preocupações a respeito da questão e também criticaram o governador José Ivo Sartori e o secretário estadual de Segurança, Wantuir Jacini. "Sabemos que a BM também é gerida por um chefe, é um órgão de competência estadual. Nosso governador é medíocre, e o secretário dá declarações absurdas", ponderou Fraga. Duarte também criticou a falta de iluminação nas ruas de Porto Alegre, que contribui com o aumento da violência.
Ao final da reunião, Drago entregou um abaixo-assinado dos moradores do Lindóia, pedindo a manutenção dos postos. O vereador Duarte, que presidiu a reunião, sinalizou que uma nova reunião será marcada em abril para discutir os indicadores do 20º BPM e analisar os resultados da estratégia de deslocar os policiais para as viaturas. Kvietinski, no entanto, adiantou que os números permanecerão os mesmos enquanto a BM não tiver instrumentos para agir.

Homem é assassinado dentro do Hospital Cristo Redentor

Um homem foi assassinado, ontem à tarde, dentro do Hospital Cristo Redentor, na zona Norte de Porto Alegre. De acordo com o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), gestor da instituição, o paciente Everton Cunha Gonçalves foi admitido no dia 20 de março para uma intervenção cirúrgica e estava no 3º andar, na área de traumatologia.
Como Gonçalves não foi internado por ferimento de arma branca ou de fogo, não foi incluído no protocolo de segurança utilizado pelo hospital. A vítima não possuía antecedentes criminais e não há registro de que Gonçalves teria recebido ameaças.
O hospital possui câmeras de segurança, identificação de visitantes e restrição do acesso e circulação de usuários. O atirador disparou duas vezes, e a Brigada Militar foi chamada logo em seguida. Por meio de nota, o GHC afirma que tem priorizado a implementação de medidas para promover o acesso mais seguro em todas as unidades de saúde, como implantação de fluxos e protocolos e capacitação das equipes de segurança.