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- Publicada em 19 de Março de 2016 às 11:44

São Paulo tem pelo menos 900 grávidas com suspeita de zika

Agência Estado
Pelo menos 900 gestantes do Estado de São Paulo já receberam o diagnóstico suspeito de zika, revelou ontem ao Estado Gizelda Katz, diretora de emergências em saúde do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde. Até agora, nenhum dos fetos desenvolveu microcefalia, mas as mulheres seguem sendo monitoradas, uma vez que a má-formação pode aparecer nos exames somente em estágios mais avançados da gravidez.
Pelo menos 900 gestantes do Estado de São Paulo já receberam o diagnóstico suspeito de zika, revelou ontem ao Estado Gizelda Katz, diretora de emergências em saúde do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde. Até agora, nenhum dos fetos desenvolveu microcefalia, mas as mulheres seguem sendo monitoradas, uma vez que a má-formação pode aparecer nos exames somente em estágios mais avançados da gravidez.
No grupo de mulheres que já deram à luz, há 38 casos confirmados de microcefalia com suspeita de ligação com o zika e 112 em investigação no Estado.
De acordo com Gizelda, como ainda não há exames diagnósticos de zika em volume suficiente para testar toda a população com sintomas, as gestantes estão sendo priorizadas. "De casos autóctones de zika confirmados em laboratório temos 101, dos quais 84 são gestantes", contou ela, após participar de evento sobre o zika promovido pelo Instituto Emílio Ribas. Os demais registros ainda estão sendo investigados.
Segundo a diretora, a maioria das gestantes com suspeita da doença é de Ribeirão Preto. "Essa é a região que vai ser o epicentro de zika no Estado. Se formos ver a história da dengue em São Paulo, ela está se repetindo agora com zika. Na década de 90, a primeira transmissão importante de dengue começa lá: Ribeirão Preto, Barretos, São José do Rio Preto, depois ela se espalha. O zika vai repetir a mesma história, talvez um pouco mais rápido", diz.
Segundo a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, 425 grávidas já receberam diagnóstico suspeito de zika neste ano.
Outros indícios mostram que o vírus está circulando com mais intensidade em território paulista. Há 20 dias, a Faculdade de Medicina de Jundiaí iniciou uma pesquisa com gestantes saudáveis para comparar com um segundo grupo com sintomas de zika.
Os pesquisadores, no entanto, surpreenderam-se ao verificar que, das 56 amostras colhidas de grávidas sem sintomas, 80% tinham a presença do zika. "Esses resultados são preliminares, estamos repetindo os testes, mas é assustador", disse Saulo Passos, professor de pediatria da faculdade.
Paralelamente ao acompanhamento das gestantes saudáveis, o Hospital Universitário da Faculdade de Jundiaí realizou quatro partos de crianças com microcefalia em apenas 15 dias. Três das mães testaram positivo para zika. "Antes era raríssimo ter um caso desse no hospital", conta Saulo. A análise dos casos é mais um dos trabalhos da Rede Zika, força-tarefa de pesquisadores paulistas.
O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do ministério, Claudio Maierovitch, afirmou que, se as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti não forem suficientes para diminuir os índices de infestação, a epidemia de zika vivida pelo Nordeste no ano passado poderá se repetir no resto do País. "Se nossos esforços não derem o resultado esperado, vamos ter notícias muito ruins no Sudeste e Centro-Oeste", disse.

Repelente é usado só por 27% no País

Apesar das informações sobre as possíveis complicações ligadas ao vírus zika, como a síndrome de Guillain-Barré e a microcefalia, apenas 27% dos brasileiros usam repelentes. Por outro lado, 96% afirmam que eliminam os criadouros do Aedes aegypti em casa, como vasilhas e recipientes. Foi o que constatou uma pesquisa sobre a doença feita pelo Instituto Ipsos com 1,2 mil pessoas nas cinco regiões do País.
Foram ouvidos moradores de 72 cidades e a enquete tem margem de erro de três pontos porcentuais, para mais ou menos.
"A principal causa para o brasileiro não usar o repelente é o preço. Também tem a falta de hábito e o fato de ter se espalhado que só alguns repelentes são eficazes contra o mosquito da dengue", explica Danilo Cersosimo, diretor de opinião pública da Ipsos no Brasil.
Adiar a gravidez é algo recomendável para 75% das mulheres entrevistadas e para 59% dos homens. O aborto em caso de constatação de que o bebê tem microcefalia foi apoiado por 32% dos entrevistados.
"O brasileiro é resistente ao aborto, mas quando se apresentam argumentos como o estupro e risco de morte da mãe, por exemplo, a resistência cai um pouco", avalia Cersosimo.

Vacina deve ser testada em macacos até o fim do ano

Em parceria com pesquisadores americanos do Texas, o Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, pretende iniciar testes de uma possível vacina contra o zika ainda neste ano, em macacos, afirmou ontem Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, diretor da instituição.
"Em maio, vamos iniciar dois experimentos com macacos injetando o vírus nos animais para avaliar as reações. E até o final do ano, já esperamos ter uma candidata a vacina para iniciar os testes pré-clínicos (em animais)", explicou o pesquisador. O Instituto Butantã também faz estudos em busca de uma vacina contra a doença.
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