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Segurança pública

- Publicada em 09 de Março de 2016 às 23:22

Entidades fazem denúncia contra omissão do Estado

Os sindicatos de servidores federais e estaduais da área de segurança pública do Rio Grande do Sul lançaram ontem uma "Carta aberta ao povo gaúcho" e entraram com uma representação no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), denunciando o caos na segurança pública gaúcha. Essa é a primeira vez na história que as entidades se unem em uma ação conjunta.
Os sindicatos de servidores federais e estaduais da área de segurança pública do Rio Grande do Sul lançaram ontem uma "Carta aberta ao povo gaúcho" e entraram com uma representação no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), denunciando o caos na segurança pública gaúcha. Essa é a primeira vez na história que as entidades se unem em uma ação conjunta.
Na carta, bem como na representação, é denunciado o "irresponsável desmonte na segurança pública promovido pelo atual governo". O texto aponta uma pesquisa feita pelos sindicatos com 2 mil pessoas em 30 municípios gaúchos, na qual consta que 69,2% da população já foi vítima de crimes e tem medo de sair de casa, e que 74% dessas pessoas acreditam que a violência piorou no último ano.
O déficit de servidores na Brigada Militar chega a 59%, sendo o efetivo atual 5% inferior ao existente em 1986, quando a população gaúcha era de 8 milhões de pessoas, e não de 11 milhões, como atualmente. Hoje, há um policial militar para cada 73 mil habitantes no Estado, enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) indica um para cada mil. A Polícia Civil denuncia falta de combustível, munição e mesmo de papel para imprimir os boletins de ocorrência.
Entre os agentes penitenciários, a quantidade indicada seria de um para cada cinco presos. Atualmente, há um profissional para cada 12 apenados. A falta de efetivo ocorre também no Corpo de Bombeiros, que enfrenta o maior déficit de seus 120 anos de história, com 80% de municípios sem nenhum bombeiro atuando. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) possui 50% de suas vagas em aberto em seu quadro funcional.
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Falta de efetivo traz prejuízos em trabalho nas fronteiras

"Diante do caos estabelecido na segurança pública do Estado e tendo notado prejuízos mesmo nas nossas ações, tanto os servidores da Polícia Federal (PF) quanto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) decidiram se juntar aos profissionais estaduais, fazendo essa denúncia", relata Ubiratan Antunes Sanderson, presidente do Sinpef/RS.
Apesar de os trabalhadores federais não terem seus salários parcelados, a categoria encontra prejuízos no combate ao contrabando, ao descaminho e ao tráfico de armas e drogas. "Nossas equipes que atuam em Porto Mauá e Porto Xavier, por exemplo, contam com a ajuda de policiais militares e civis para fazer a fiscalização de mais de 30 municípios fronteiriços. Já vemos prejuízos, e a tendência é piorar, pois os criminosos já sabem da falta de investimentos e, em vez de entrar pelo Paraná, entram pelo Rio Grande do Sul", destaca Sanderson.
O problema, segundo as entidades, é a má gestão dos recursos estaduais. "Sabemos que o cobertor é curto, pois o Rio Grande do Sul, assim como todos os outros estados, enfrenta dificuldades econômicas. Porém, segurança pública e saúde são de responsabilidade do governo estadual e, se essas áreas param, o Estado inteiro para", observa o sindicalista. Em sua opinião, é preciso definir o orçamento necessário para saúde e segurança pública e distribuir o restante para as outras pastas.

Representação no MP oficializa dificuldades da categoria

As informações presentes na carta constam também na representação para o Ministério Público gaúcho. "O MP já sabe da precariedade, mas estamos colocando no papel e registrando o descaso e a falta de visão dos gestores do estado do Rio Grande do Sul, no sentido de priorizar o que deve ser priorizado", diz Sanderson.
A representação é capitaneada pelo Sindiperícias e assinada por todas as entidades sindicais. "Pela falta de gestão que gera o aumento da violência e o governo segue inerte, fazendo com que a população precise cuidar de sua própria segurança. Pagamos nossos impostos, e o Estado tem o dever de prestar a segurança para o cidadão", afirma a vice-presidente do Sindiperícias, Carla Jung.