Enquanto o governo gaúcho vangloria-se de ter feito mais "grandes operações policiais" em fevereiro, as estatísticas oficiais revelam que a herança do passado recente é bem adversa. As ações policiais em diversos segmentos (policiamento a investigações) despencaram em até 30% no segundo semestre de 2015 frente ao mesmo período de 2014.
Os números disponíveis na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) de 1 de março assinalam que o policiamento ostensivo nas ruas despencou 29,3%, 30% em ambientes de diversão pública e outros 26,8% nos estabelecimentos de ensino. A quantidade prisões em flagrante feitas pela Brigada Militar (BM) caiu 28%. As inspeções de locais tiveram recuo de 26,3%.
A Polícia Civil fez 21,6% menos flagrantes e instaurou 14,5% menos inquéritos, cujas vítimas eram mulheres. O motivo para isso, conforme o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm), Isaac Ortiz, foi a falta de 2,5 mil policiais militares e 650 policiais civis no quadro da corporação.
“Ainda por cima, estamos há dois meses sem receber diárias e horas extras. Agora, parece que conseguiram dinheiro para nos pagar. Que bom, mas é preciso entender que, quando um policial vai fazer uma operação, precisa estar com a vida tranquila, sem preocupações com seu aluguel”, destaca Ortiz. O Estado deve R$ 1 milhão em horas extras, relativas a janeiro e fevereiro. Os policiais civis anunciaram, na quarta-feira, início de uma operação padrão.