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Mercado de Capitais

- Publicada em 31 de Março de 2016 às 21:59

Lucro das companhias abertas recuou 87%

Funcionários também preparam outra paralisação mais perto da data do leilão de distribuidoras

Funcionários também preparam outra paralisação mais perto da data do leilão de distribuidoras


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
O lucro de 297 companhias brasileiras de capital aberto no ano passado foi de apenas R$ 14 bilhões, R$ 95,8 bilhões menor do que em 2014, quando o ganho total dessas empresas foi de R$ 109,8 bilhões. A queda foi de 87,2%. O resultado é de pesquisa realizada pela empresa de análise de investimentos Economática. Esse número inclui a Petrobras, a Eletrobras e a Vale.
O lucro de 297 companhias brasileiras de capital aberto no ano passado foi de apenas R$ 14 bilhões, R$ 95,8 bilhões menor do que em 2014, quando o ganho total dessas empresas foi de R$ 109,8 bilhões. A queda foi de 87,2%. O resultado é de pesquisa realizada pela empresa de análise de investimentos Economática. Esse número inclui a Petrobras, a Eletrobras e a Vale.
Quando essas três empresas não são consideradas no cálculo, a situação ainda é de queda, mas ela é menor. Nesse caso, o lucro das empresas em 2015 fica em R$ 107,4 bilhões, contra R$ 133,5 bilhões em 2014. De um ano para o outro, o lucro caiu em R$ 26 bilhões, ou 19,5%. Em 2015, Petrobras, Vale e Eletrobras tiveram um prejuízo acumulado de R$ 93,4 bilhões. No ano anterior, o déficit foi de R$ 23,6 bilhões.
Só a Eletrobras, cujo balanço foi divulgado na noite de quarta-feira, registrou perdas de R$ 14,4 bilhões. Em 2014, a holding brasileira do setor elétrico também havia fechado no negativo, só que o valor era menor: R$ 3 bilhões. Segundo nota da empresa, entre os principais fatores que levaram ao prejuízo bilionário figuram a provisão de R$ 7 bilhões para contingências judiciais, com destaque para o empréstimo compulsório de R$ 5,3 bilhões; prejuízo de R$ 5,1 bilhões das empresas de distribuição; e o impairments (baixas contábeis) de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 5 bilhões somente para a Usina Nuclear de Angra 3.
Já a Petrobras teve o balanço divulgado em 21 de março. A petrolífera fechou 2015 com prejuízo de R$ 34,836 bilhões, com forte impacto dos efeitos da queda do preço do petróleo em suas operações. O resultado refletiu a baixa de R$ 49,748 bilhões no valor dos ativos da empresa decorrente da nova realidade de preços e do aumento do risco-Brasil, em função da perda do grau de investimento. A perda representa um aumento de 61% com relação ao prejuízo de R$ 21,587 bilhões de 2014, quando a empresa promoveu baixas contábeis por perdas causadas pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
A Vale teve prejuízo líquido de R$ 44,2 bilhões em 2015, a primeira perda anual já registrada pela companhia mineradora desde a privatização, em 1997, de acordo com a Economática. Em 2014, a empresa teve lucro líquido de R$ 954 milhões. Trata-se do maior prejuízo já registrado por uma companhia aberta brasileira desde 1986, quando a consultoria começou a fazer o acompanhamento do mercado.
Dos 24 setores listados no estudo, 10 tiveram prejuízo em 2015. O de mineração foi o que apresentou o maior rombo, com R$ 41,5 bilhões. Entre os que tiveram lucro, o principal segmento é o de bancos - as 25 instituições lucraram R$ 70,5 bilhões em 2015. O setor cujo lucro apresentou o maior percentual de crescimento foi o Químico, com 94,7%.
A pesquisa abrange todas as empresas de capital privado que já divulgaram suas informações financeiras do último ano. Segundo a Economática, cerca de 35 ainda não publicaram esses dados. Entretanto, são empresas pequenas e que não causariam alteração significativa nos números.

Dólar cai 10,09% e bolsa sobe 16,97% em março

O dólar à vista terminou o último dia de março em baixa de 0,61%, cotado a R$ 3,5913. Com esse resultado, a moeda norte-americana acumulou queda de 10,09% frente ao real. Essa desvalorização no mês reflete essencialmente a repercussão de fatores políticos que enfraqueceram o governo Dilma Rousseff.
Os investidores reagiram de maneira otimista ao aumento das chances de uma troca de governo, por estarem convencidos de que um impeachment presidencial seria a solução para os impasses político e econômico. O ponto máximo até agora foi a saída do PMDB da base de apoio a Dilma. Desde então, a busca do governo por contraofensivas trouxe incertezas ao cenário e favoreceu as correções em baixa na Bovespa. A negociação de cargos entre o Planalto e partidos pequenos para garantir votos contrários ao impeachment foi um dos fatores que geraram cautela nos investidores.
Além disso, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram pela manutenção da liminar do ministro Teori Zavascki, que ordenou ao juiz Sérgio Moro que remetesse à Corte o caso das interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O mercado de câmbio também foi influenciado por fatores específicos. A pressão dos investidores "vendidos" na formação da Ptax do último dia de março e a venda de apenas 17% da oferta do Banco Central de swaps cambiais reversos trouxeram forte pressão de baixa para o dólar.
O mercado brasileiro de ações sucumbiu a uma forte onda de correções, que levou a Bovespa a fechar em queda de 2,33%, aos 50.055 pontos, nesta quinta-feira. Mesmo com esse resultado, o Índice Bovespa ainda terminou o mês de março com valorização de 16,97%, a maior alta mensal desde outubro de 2002. A queda das ações foi atribuída em parte a uma realização dos lucros recentes.
Entre as 61 ações que fazem parte do Ibovespa, apenas três fecharam em alta: JBS ON ( 3,11%), Qualicorp ON ( 1,99%) e Rumo Logística ON ( 1,21%).
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CVM rejeita acordo em caso envolvendo ações da Mundial

O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou uma nova proposta de termo de compromisso apresentada por Marco Beltrão Stein, agente autônomo acusado de participar de um esquema envolvendo ações da Mundial S.A. Sem um acordo, o caso deve ser levado a julgamento pela autarquia.
A Superintendência de Relações com o Mercado do órgão regulador abriu investigações após detectar oscilações atípicas dos papéis da empresa no período de julho de 2010 a julho de 2011. Na análise, identificou operações com características de manipulação de mercado e negociação com uso de informação privilegiada, realizadas por um grupo capitaneado por Rafael Ferri e supostamente com a participação de agentes autônomos de investimento relacionados com o diretor presidente e de Relações com Investidores da Mundial, Michael Ceitilin. Stein seria um deles. Ele é acusado de realizar operações em seu nome para clientes, em prática de manipulação.
Em 2013, uma outra proposta de acordo havia sido negada. Agora, Stein se comprometeu a cancelar seu registro de agente autônomo e pagar multa. Para o regulador, entretanto, o caso tem particularidades que demandam um pronunciamento do colegiado em julgamento, para orientar as práticas do mercado financeiro. Além de Stein, Ferri e Ceitilin também são acusados pela CVM no mesmo processo. Em 2011, a Mundial protagonizou um dos maiores escândalos do mercado de capitais brasileiro, que ficou conhecido como a "bolha do alicate".