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Crédito

- Publicada em 27 de Março de 2016 às 20:44

Crédito on-line exige cuidados contra golpe

 Foto: Marcos Santos/USP Imagens    DINHEIRO    ARQUIVO FOTOGRÁFICO

Foto: Marcos Santos/USP Imagens DINHEIRO ARQUIVO FOTOGRÁFICO


MARCOS SANTOS/USP IMAGENS/IMAGENS PÚBLICAS/DIVULGAÇÃO/JC
Com o aumento das opções de crédito on-line no País, o consumidor deve se resguardar e tomar cuidado a fim de evitar ser vítima de golpes, tão comuns na internet. A fraude mais frequente envolve a exigência de depósito antecipado para liberar o dinheiro, segundo Marcelo Prata, presidente do site de comparação Canal do Crédito.
Com o aumento das opções de crédito on-line no País, o consumidor deve se resguardar e tomar cuidado a fim de evitar ser vítima de golpes, tão comuns na internet. A fraude mais frequente envolve a exigência de depósito antecipado para liberar o dinheiro, segundo Marcelo Prata, presidente do site de comparação Canal do Crédito.
Além disso, é preciso cautela com financeiras que prometem empréstimos a quem tem o nome sujo na praça - os chamados negativados. "Crédito fácil é milagre. Quem tem restrição no nome ou uma situação de crédito complicada e já ouviu vários 'nãos' de bancos dificilmente vai conseguir empréstimo on-line", diz Prata.
Outro golpe comum é o registro de domínios parecidos na web, diz Rafael Pereira, presidente da Enova, responsável pela plataforma de crédito Simplic. "Essas fraudes geram uma certa desconfiança, e é importante o consumidor entender quão séria é a empresa que ele está acessando de forma virtual", diz.
Para contratar um empréstimo on-line, é preciso preencher um formulário com dados como CPF e endereço e indicar qual ovalor desejado. Algumas plataformas exigem que o cliente fotografe o contrato para formalizar o empréstimo, enquanto outras têm uma espécie de assinatura virtual (token ou número).
Assim como ocorre em bancos, o cliente é submetido a uma análise de crédito que define se ele poderá tomar ou não o empréstimo e a que taxa. A maioria não aceita emprestar aos consumidores com o nome sujo.
"Não queremos trazer gente que vá se enforcar com nossos empréstimos", afirma Marcelo Ciampolini, presidente executivo e fundador da Lendico no Brasil. A análise de crédito e a estrutura mais enxuta fazem com que os juros sejam menores que os créditos concedidos por bancos. Essas empresas atuam como correspondentes bancários, ou seja, um intermediário entre o cliente e a financeira ou banco. Logo, não precisam de agências físicas e de toda a estrutura que aumenta os custos das instituições financeiras tradicionais.
Nos sites, é possível simular as condições do empréstimo, que mudam de empresa para empresa, incluindo o valor máximo a ser tomado pelo cliente.
A maioria das pessoas que buscam empréstimo on-line tem até 50 anos de idade e mora no Sudeste. Os dados, de levantamento realizado com seis plataformas de crédito pela internet, mostram que a maioria dos acessos se dá no início da semana e durante o expediente de trabalho.
Foram consultadas seis empresas: Lendico, Enova, Geru, Canal do Crédito, Bom Pra Crédito e Bankfácil. Em todas elas, a faixa que mais procura esse tipo de empréstimo é de adultos com menos de 50 anos. O motivo é que essas pessoas têm mais familiaridade com novas tecnologias e estão habituadas ao processo de compras on-line, diz Prata, do Canal do Crédito.
A principal origem das buscas são os estados do Sudeste, seguidos pelo Sul. É no início da semana que estão concentradas as buscas pelo crédito on-line, em especial segunda e terça-feira. "A pessoa teve o fim de semana inteiro para analisar sua situação financeira e, na segunda ou terça, ela decide tomar o empréstimo", diz Ciampolini, da Lendico.
Os acessos ocorrem majoritariamente no horário de trabalho, em especial no período da tarde. A internet também facilita a pesquisa por taxas entre várias plataformas, o que pode diminuir o custo do empréstimo para o tomador.
Em geral, eles buscam esse dinheiro principalmente para pagar dívidas mais caras, como no cartão de crédito e cheque especial, afirma Ciampolini. Para Sandro Reiss, sócio-fundador da plataforma Geru, o crédito on-line é mais amigável ao tomador, ao evitar o que ele chama de "processo vexatório" de o cliente precisar pedir ao gerente o empréstimo ou se submeter às taxas elevadas do crédito pronto - aquele disponível nos caixas de autoatendimento.

Empresas que comercializam seguros anticalote temem um ano de 2016 sombrio

A recessão que atinge o Brasil deve afetar, por tabela, as seguradoras que protegem empresas do risco de levar calote. Esse tipo de seguro costuma ser exigido por uma empresa que vai fechar uma operação de venda para outra companhia. O valor é calculado em cima do faturamento estimado do vendedor no período de 12 meses. Quando um calote ocorre, a seguradora vai atrás da empresa compradora para tentar recuperar o crédito. O problema é que o número de empresas com dificuldade para honrar pagamentos deve crescer. Os pedidos de recuperação judicial bateram recorde histórico em 2015 (elevação de 55,4%) e devem ter nova alta em 2016, segundo a empresa de informações financeiras Serasa Experian.
Só nos primeiros dois meses do ano, o indicador subiu 116%. O número de requisições de falências também aumentou, mas menos: 7,3% em 2015, para 1.783. "A crise vai continuar reduzindo a geração de caixa das empresas. Elas vendem menos, entra menos dinheiro, mas os custos continuam aumentando", diz Luiz Rabi, da Serasa. "Isso aumenta a inadimplência."
Para o mercado de seguros, o efeito é um aumento do pagamento de sinistros, o que já está deixando as seguradoras mais restritivas para aprovar ou renovar apólices. No ano passado, os pagamentos desse tipo de sinistro já haviam saltado 234%, para R$ 320,4 milhões, de acordo com a Susep. A maior parte ocorreu no mercado doméstico.
Alguns setores estão sofrendo mais com a crise e são vistos com receio pelas seguradoras. Construção civil, por causa da Lava Jato, e siderurgia, pela queda do preço do aço, são exemplos. Mas empresas ligadas ao setor de consumo também devem ter mais calote neste ano. "Tem aumento de desemprego, queda real da renda, acesso mais restrito e caro do crédito. Isso gera um grau de incerteza grande nas empresas e nos indivíduos", afirma Marcelo Oliveira, da Euler Hermes Brasil. No Brasil, o seguro de crédito ainda não é muito conhecido pelas empresas. E, apesar de a crise significar mais risco, também é vista como uma oportunidade para popularizar o produto no País. "Brasileiro não tem a cultura de fazer seguro. Mas, desde o final de 2014, a gente já começou a perceber um aumento da procura por seguro de crédito, afirma Marcelle Lemos, da Coface.