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Gestão

- Publicada em 27 de Março de 2016 às 21:55

Varejo se reinventa para enfrentar a crise

Schifino quer inserir uma agência de turismo e um quiosque de alimentação dentro da  maioria das 20 lojas da rede de franquias da Trópico

Schifino quer inserir uma agência de turismo e um quiosque de alimentação dentro da maioria das 20 lojas da rede de franquias da Trópico


ANTONIO PAZ/JC
A injeção de R$ 1,5 milhão em uma nova loja de 400m2, inaugurada na última semana de novembro de 2015, é apenas uma das apostas da Ferragem Thony, que, em meio à crise, não somente expande o negócio como tem crescido 5% acima da inflação. A varejista gaúcha está na lista de alguns empreendimentos comerciais que têm se reinventado para superar as adversidades.
A injeção de R$ 1,5 milhão em uma nova loja de 400m2, inaugurada na última semana de novembro de 2015, é apenas uma das apostas da Ferragem Thony, que, em meio à crise, não somente expande o negócio como tem crescido 5% acima da inflação. A varejista gaúcha está na lista de alguns empreendimentos comerciais que têm se reinventado para superar as adversidades.
"É na crise que se mostra que se tem competência - quando tudo vai bem na economia, qualquer um cresce", desafia o diretor comercial da Ferragem Thony, Sérgio de Oliveira. Além de abrir o novo ponto em local estratégico, na avenida Getulio Vargas, em Porto Alegre, Oliveira apostou na reforma de uma das lojas, manteve o investimento em publicidade, providenciou atrativos para as gôndolas e aplica promoções periodicamente. Assim, tem conseguido levar o consumidor até uma de suas três operações na Capital.
Entre as mudanças da unidade reformada, na rua Barão do Amazonas, também foram organizadas prateleiras no estilo autosserviço. As lojas passaram ainda a trabalhar com bazar, com exposição de produtos para hortas, limpeza e jardinagem, entre outras novidades. "Isso atrai o público feminino, que é o que mais investe", explica Oliveira. Ele admite que, com a desaceleração da economia, a área de prestação de serviços da empresa tem perdido demanda, mas aumentou a frequência de mulheres nas lojas e, consequentemente, o movimento. "O homem vem comprar um determinado produto e vai direto ao que procura. Já a mulher percorre toda a loja e compra de acordo com o que lhe for conveniente", descreve o diretor da Thony.
O ambiente climatizado e melhor organizado, que passou por remodelagem completa, é resultado de uma consultoria organizacional pela qual a empresa passou há 10 anos. "Além disso, buscamos sempre abrir a mente, participando de feiras de varejo, como a NRF (a maior do gênero), em Nova Iorque." Oliveira afirma que é possível e se deve, sim, investir em meio à crise econômica. "É a única maneira que se tem de continuar trabalhando, porque, se olhar para o lado e desanimar, o resultado será ruim", ensina. "Nosso objetivo, em meio a este cenário, é manter o crescimento de 2015, que foi de 5% acima da inflação."
Buscar outras alternativas para atrair clientela também tem sido estratégia do diretor de expansão da Trópico, Gustavo Schifino. O empresário está em meio aos trâmites legais para inserir uma agência de turismo e um quiosque de alimentação dentro da grande maioria das 20 lojas da rede de franquias da Trópico, que vende roupas e produtos esportivos do universo do skate e do surf.
"São investimentos focados no relacionamento com os clientes. Acreditamos que os novos investidores (futuros franqueados) são simpáticos a esta ideia", comenta. A aposta está em ebulição e chega em um momento em que há uma espécie de transformação do varejo em entretenimento, explica Schifino. "O fato de o consumidor poder ir até a loja para comer um açaí ou comprar um pacote de viagem transforma o local em um ponto de encontro."
A Trópico cresceu 9% (nominal) em 2015 frente ao ano anterior, e inaugurou quatro novas lojas em dezembro. Para 2016, estão previstas outras três em território gaúcho e mais três em Santa Catarina. Enquanto não implementa ambos os projetos, a Trópico tem se envolvido com a comunidade através do evento Garagem do Bem. Com o mote da sustentabilidade, as lojas da rede se tornam, mensalmente, pontos de coletas de produtos (pranchas e roupas de borracha) a serem doados e compartilhados pelos consumidores para a ONg Alimente sua Alma.

Franchinsing é alternativa para empreender com menor risco

Cristofoletti Junior destaca procura por empreendimentos de menor custo

Cristofoletti Junior destaca procura por empreendimentos de menor custo


ABF/DIVULGAÇÃO/JC
Em cenário de crise e consequente aumento do desemprego, nem sempre se consegue recolocação fácil no mercado, e a saída é buscar ganhar a vida abrindo um negócio próprio. Isso explica por que, nesses períodos, surge uma grande quantidade de empreendedores. "As franquias com menor valor de investimento acabam tendo maior procura nessas épocas", comenta o vice-presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Altino Cristofoletti Junior.
Cristofoletti admite que todo negócio tem riscos, porque grande parte das influências para seu desempenho não depende do empreendedor, mas sim da equipe de trabalho, da política no País, das leis, do andamento da economia, entre outros fatores que podem representar uma "ameaça" ao comércio. No entanto, o dirigente pondera que, no caso das franquias, o franqueado se beneficia de comprar uma marca já estruturada. "São empresas que já têm know how, visão estratégica, poder de compra, fundo de marketing e de propaganda. Isso, somado à visão regional do franqueado - que conhece o ambiente e as pessoas do território onde irá atuar -, cria uma sinergia que minimiza os riscos dos negócios."
O dirigente da ABF destaca que há franquias que podem ser adquiridas por baixos custos, a partir de R$ 20 mil. Também a exposição da marca, através de marketing e publicidade, ajuda a impulsionar os negócios de franqueados recém-chegados no mercado. "Não à toa, todo o sistema de franchinsing no País cresceu 8% em faturamento no ano passado", aponta Cristofoletti.

Inovação passa por oferta de serviços sob medida

O grande fluxo de pessoas no Centro de Porto Alegre foi fator decisório para a escolha do ponto onde, desde o final do ano passado, funciona o restaurante de comida em caixinha Love Pasta. No menu, as opções vão de massa ao sugo até o carro-chefe, que leva o nome da casa, ou o combo de salada. "Tudo barato, mas de qualidade", garante a sócia-proprietária Andrea Ramos Naporf. O lugar foi pensando em conceito europeu, com mesas de cores vibrantes, dispostas em 75 m2.
São cerca de 100 pessoas por dia que consomem os produtos. O próximo passo é implementar tele-entrega. O serviço inbox foi pensado sob medida para a clientela que tem pouco tempo para comer. "Fica pronto em três minutos. É rápido, prático e barato, rendendo um excelente custo-benefício com qualidade", reforça a empresária. Para o inverno, a novidade serão sopas e caldos em potinhos estilizados.
Inovações como essa são bem-vistas pelo consultor Aurélien Jacomy. "A situação econômica submete muitas empresas a uma pressão concorrencial cada vez mais forte e a uma exigência crescente de seus clientes em termos de preço e de nível de serviço", aponta. O consultor destaca que, para serem significativas, as mudanças precisam passar por uma observação criteriosa de especialistas externos, iniciativa que trará novas práticas, como a otimização dos centros de distribuição, implementação de novas ferramentas, logística, redução de ruptura, aumento de venda e serviço para o cliente e diminuição de custos operacionais.