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Varejo

- Publicada em 23 de Março de 2016 às 17:47

Consumidor deve frear a compra de bens duráveis

 FEIRA DO LIVRO 2011 - MATÉRIA SOBRE COMPRAS COM CARTÕES 2  FOTO MARCOS NAGELSTEIN

FEIRA DO LIVRO 2011 - MATÉRIA SOBRE COMPRAS COM CARTÕES 2 FOTO MARCOS NAGELSTEIN


MARCOS NAGELSTEIN/JC
O crescimento do desemprego, a retração da renda e a insegurança no cenário político vão contribuir para que o consumidor permaneça cauteloso em adquirir bens duráveis, como carro e imóveis, daqui para frente, prevê a economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Marianne Hanson. A tendência, diz ela, é evitar a contratação de financiamentos de longo prazo, a juros altos, como os atuais.
O crescimento do desemprego, a retração da renda e a insegurança no cenário político vão contribuir para que o consumidor permaneça cauteloso em adquirir bens duráveis, como carro e imóveis, daqui para frente, prevê a economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Marianne Hanson. A tendência, diz ela, é evitar a contratação de financiamentos de longo prazo, a juros altos, como os atuais.
O esperado é que, nos meses seguintes, a proporção de famílias que se declaram endividadas diminua, como já aconteceu de fevereiro para março, quando a taxa passou de 60,8% para 60,3%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quarta-feira. "Não é muito comum o percentual de consumidores endividados cair nesta época do ano. Com os reajustes de contas e gastos extras, há uma demanda maior por crédito", ressalta a economia.
Também é atípico para o período o casamento de queda do endividamento com o aumento da inadimplência, como aconteceu em março. O total de pessoas que responderam à pesquisa ter contas em atraso pulou de 23,3% em fevereiro para 23,5%. Em geral, quando a inadimplência sobe, os consumidores correm para contratar empréstimo para saldar suas dívidas. Mas, dessa vez, o crescimento do desemprego ou mesmo o temor de ficar desempregado serviu para conter o ímpeto de recorrer a novos empréstimos, segundo Marianne.
"O desemprego é um choque muito grande para o consumidor, um fator de desequilíbrio no orçamento das famílias, e o esperado é que continue impactando negativamente o consumo", afirmou.
Em vez de buscar financiamento para solucionar dívidas, os consumidores estão preferindo a alternativa do cartão de crédito, que continua no topo da lista de ferramentas utilizadas para adiar pagamentos. Entre os entrevistados pela CNC, 77,3% informaram ter contas a pagar no cartão. A opção do carnê aparece em segundo lugar, com 16,7% do total.
O tempo médio de atraso nas dívidas foi de 62,6 dias em março. Do total das famílias que têm dívidas, 24,1% destina mais da metade de sua renda mensal para o pagamento destas.

Vendas do varejo têm queda real de 6% em fevereiro

As vendas no varejo brasileiro apresentaram queda real de 6% em fevereiro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo levantamento do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Este é o 11º mês consecutivo de recuo nas vendas na comparação anual, de acordo com os dados do IDV.
Em nota, o instituto considerou que o declínio ocorreu mesmo diante de um efeito de calendário que poderia ser positivo para as vendas, já que fevereiro de 2016 teve um dia a mais do que o mesmo mês do ano anterior. "O resultado negativo é motivado pela continuidade da deterioração dos pilares macroeconômicos que direcionam o consumo, como a queda do nível de emprego e renda, o encarecimento do crédito, o aumento da inflação e a redução do índice de confiança", diz a entidade, que representa alguns dos maiores grupos varejistas do País.
O IDV levantou ainda as expectativas dos empresários do setor varejista para as vendas dos próximos meses. Os dados do Índice Antecedente de Vendas indicam uma continuidade da retração. A expectativa dos associados é de queda real de 4,6% nas vendas em março. Para abril, a projeção é de retração de 2,4% e, em maio, o setor espera queda de 1,24%.
A retração registrada em fevereiro foi puxada pela queda nas vendas de semiduráveis, que incluem vestuário e calçados. Houve recuo de 10,1% nas vendas desse segmento na comparação com fevereiro do ano passado. Para os próximos meses, os varejistas desse setor esperam continuidade da queda, com diminuição de 1,5% nas vendas em março e de 0,1% em abril. Para maio, a expectativa é de alta de 0,4%. Já o setor de bens duráveis, segundo o IDV, retraiu-se 4,7% em fevereiro. A projeção para os próximos meses é de queda de 2,1% em março, de 2% em abril e de 2,4% em maio.
As vendas de não duráveis, que incluem o setor de supermercados, recuaram 5,2% em fevereiro. As projeções são de quedas de 6,7%, de 4,2% e de 1,1% em março, abril e maio, respectivamente.
O IDV representa 70 empresas varejistas de diferentes setores. Entre os associados estão grandes redes como Carrefour, Grupo Pão de Açúcar (GPA), Hering, Magazine Luiza, Renner e Riachuelo.