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Economia

- Publicada em 22 de Março de 2016 às 20:32

Presidente do Banco Central acha possível inflação atingir no máximo 6,5% neste ano

 2presidente do Banco Central, Alexandre Tombini foto Roque Sá Agência Senado

2presidente do Banco Central, Alexandre Tombini foto Roque Sá Agência Senado


ROQUE SA /AGÊNCIA SENADO/JC
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, procurou passar um tom mais positivo sobre o comportamento dos preços neste ano para senadores da base governista e da oposição. Disse que o dólar deve ajudar nesse processo, mas voltou a tirar de cena a possibilidade aventada dentro e fora do governo de que é possível baixar os juros. Para ele, as expectativas dos agentes econômicos precisam diminuir antes disso, e também é fundamental que a população passe a enxergar que o Executivo possui uma meta fiscal crível, o que seria crucial para a retomada da confiança e da atividade em recessão. "É preciso que a sociedade tenha confiança no ajuste fiscal."
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, procurou passar um tom mais positivo sobre o comportamento dos preços neste ano para senadores da base governista e da oposição. Disse que o dólar deve ajudar nesse processo, mas voltou a tirar de cena a possibilidade aventada dentro e fora do governo de que é possível baixar os juros. Para ele, as expectativas dos agentes econômicos precisam diminuir antes disso, e também é fundamental que a população passe a enxergar que o Executivo possui uma meta fiscal crível, o que seria crucial para a retomada da confiança e da atividade em recessão. "É preciso que a sociedade tenha confiança no ajuste fiscal."
A inflação acumulada em 12 meses passará a dar sinais mais evidentes de trégua a partir de março, na avaliação do presidente do BC. "O processo de desinflação está começando agora, e é importante que agentes econômicos e a população se convençam dessa desinflação", afirmou ontem durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Pelas contas de Tombini, ao contrário do que aconteceu no ano passado, será possível entregar a inflação em um ritmo menor, no máximo no teto da meta de 2016. "Atingir 6,5% neste ano é cada vez mais factível", previu.
Mesmo assim, o balanço de riscos para a inflação segue desafiador. "Mecanismos de indexação e incertezas quanto ao processo de recuperação de resultado fiscal não nos permite trabalhar com hipótese de flexibilização das condições monetárias", afirmou.
Além dos efeitos estatísticos que surgirão com o menor reajuste dos preços administrados neste ano, o BC conta também com a baixa do dólar, que tem sido vista nos últimos dias. Tombini tratou de deixar claro que a instituição não trabalha com uma meta para o câmbio e que, por ser flutuante, o dólar tem sido responsável por um dos principais processos de ajuste da economia em curso agora. De qualquer forma, afirmou o presidente, o papel da instituição é o de dar condições para que o mercado possa continuar em funcionamento mesmo em períodos de adversidades.
Hoje, o BC apresentará números, mas o presidente já adiantou que o rombo das contas externas deve ser inferior a US$ 30 bilhões - a previsão oficial até agora é de um déficit de US$ 41 bilhões - e que a balança comercial deve ter superávit superior a US$ 30 bilhões. Também disse que, "infelizmente", o BC aumentará sua estimativa de queda para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A última previsão, de recuo de 1,9%, deve ser substituída no fim do mês.
Tombini foi taxativo em relação ao uso das reservas internacionais, atualmente de US$ 370 bilhões e que funcionam como uma espécie de colchão do País para ser usado em momentos críticos. "Há ideias sobre o uso das reservas de todo espectro possível", disse, acrescentando, porém, que não é favorável a seu uso por melhor que essas ideias soem neste momento. Rebatendo críticas de que o volume desse colchão é muito elevado, avaliou o tamanho das reservas como "moderado". Mais do que isso, defendeu que esses recursos são uma forma de seguro para a economia doméstica, independentemente do cenário internacional que prevalecer. "O momento é de resguardar esse seguro", alertou.
O presidente admitiu que há pressões de todo o tipo sobre a política de juros praticada pelo BC - desde julho do ano passado, a taxa está em 14,25% ao ano. "É só ler os jornais", resumiu. Apesar disso, ele garantiu que a ingerência política nesse campo é zero.
Tombini também foi confrontado pela oposição. O momento mais tenso da audiência foi durante um embate com o senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE), que mostrou preocupação com o balanço da Caixa Econômica Federal e com o poder que um calote da Petrobras efetivamente poderia gerar sobre o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Tombini disse que não poderia falar sobre instituições específicas, mas que o BC acompanha todas as instituições de perto.
 
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