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Mercado de capitais

- Publicada em 20 de Março de 2016 às 16:50

Ativos nacionais despertam interesse

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Os acontecimentos políticos das últimas semanas abriram o apetite dos investidores estrangeiros para os ativos nacionais. Até a quarta-feira passada, os aplicadores internacionais aportaram em março R$ 5,99 bilhões líquidos - valor de papéis comprados menos o montante de vendidos - na BM&Bovespa, apostando no fim do impasse em Brasília e na mudança da política econômica. Enquanto isso, os investidores nacionais retiravam R$ 5,99 bilhões, aproveitando para realizar lucros com o interesse vindo de fora.
Os acontecimentos políticos das últimas semanas abriram o apetite dos investidores estrangeiros para os ativos nacionais. Até a quarta-feira passada, os aplicadores internacionais aportaram em março R$ 5,99 bilhões líquidos - valor de papéis comprados menos o montante de vendidos - na BM&Bovespa, apostando no fim do impasse em Brasília e na mudança da política econômica. Enquanto isso, os investidores nacionais retiravam R$ 5,99 bilhões, aproveitando para realizar lucros com o interesse vindo de fora.
Graças à enxurrada de dinheiro "gringo", a BM&Bovespa passou a acumular o melhor resultado no ano entre 12 mercados de ações. O índice de referência Ibovespa saltou desde janeiro 17,22%, bem acima de outros emergentes e durante período no qual índices europeus ficaram negativos. Medida em dólares, a disparada da bolsa foi de 28,7%, por causa da desvalorização do real. "É preciso lembrar, também, que houve um posicionamento muito importante do Fed (Federal Reserve, o BC americano) nesta semana", destaca Italo Lombardi, economista-sênior do banco Standard Chartered em Nova York, ao lembrar que, na semana passada, a autoridade monetária dos EUA deu a entender que os juros do país subirão menos que o esperado este ano. Isso aumentou a disposição dos investidores para o risco.
Por isso, em fevereiro, já era possível notar uma mudança de percepção do capital internacional. O saldo líquido do dinheiro vindo de fora ficou positivo em R$ 2,33 bilhões na bolsa em fevereiro. Em janeiro, quando notícias vindas da China e do mercado de commodities fizeram o mercado temer pelo crescimento global, houve retirada líquida de R$ 167,3 milhões por parte dos investidores internacionais na BM&Bovespa. Naquele mês, a bolsa caiu 6,79%.
Se os estrangeiros correm para a BM&Bovespa impulsionados pela expectativa de mudança de poder, o volume de dinheiro que passa pelos pregões da bolsa tem oscilado de acordo com a temperatura política. No agitado mês de março, a expectativa de mudança de governo fez o dólar comercial renovar, na sexta-feira passada, as mínimas do ano e fechar abaixo de R$ 3,60. A moeda norte-americana encerrou o pregão cotada a R$ 3,583, um recuo de 1,88% ante o real. Foi o menor valor desde os R$ 3,552 de 27 de agosto de 2015. O ritmo expressivo da queda do dólar, porém, levou o Banco Central (BC) a anunciar que voltará a ofertar operações de swaps cambiais reversos, que equivalem à compra da moeda no mercado futuro, retirando dólar do mercado. Esses leilões não eram feitos há três anos. 
Na avaliação de operadores, essa ação indica que o BC quer controlar a volatilidade do dólar, evitando quedas excessivas. Já a BM&Bovespa fechou a sexta-feira com leve recuo de 0,19%, aos 50.814 pontos, devolvendo uma pequena parcela dos ganhos do pregão anterior, quando registrou a maior alta desde 2009. A queda só não foi maior porque as principais bolsas globais operaram em alta, e a prévia do IGP-M mostrou desaceleração.

Sharma diz que Brasil sente efeito de queda das 'commodities'

Economista destaca oportunidades

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De um lado, a crise política. Do outro, a economia em recessão, sob influência da queda dos preços de commmodities. Ambos os aspectos tendem a comprometer o futuro do País. O chefe de Mercados Emergentes do Morgan Stanley Investment Management, Ruchir Sharma, avalia que a mudança política não é suficiente para resolver a crise. Para ele, a frustração e o ódio vistos nas ruas nos últimos dias refletem os efeitos da recessão.
Como o senhor vê a crise?
Ruchir Sharma - Estudos mostram que a manutenção de um líder ou partido no poder por mais de 10 anos é geralmente negativa para um país. Assim, uma mudança é geralmente positiva. Olhando para o Brasil nos últimos 100 anos, no entanto, nada afetou mais que os preços de commodities. Não há outro país com relação tão forte entre os preços de commodities e a taxa de crescimento. Quando os preços sobem, o Brasil vai bem. Quando caem, vai mal. Muitos têm se animado com a possibilidade de mudanças políticas. Mas, no caso do Brasil, mesmo se tiver mudança política, é preciso contar com as commodities. Para ser otimista com o Brasil, é preciso estar otimista com o preço de commodities, quase excluindo todo o resto. A mudança política pode ajudar na margem, mas não é o fator principal. Algo muito dramático precisa ocorrer para a mudança política ter efeito maior.
Que tipo de mudança?
Sharma - É preciso alguma reativação do investimento doméstico. O problema do Brasil é que está em um círculo vicioso. O tamanho do Estado é muito grande, o maior em qualquer mercado emergente. É preciso que isso se reduza para permitir o recuo da carga tributária.
Qual é o custo da crise política?
Sharma - A crise tem um custo, mas cria oportunidades. Finalmente o câmbio está mais competitivo. O Brasil historicamente sofreu com uma moeda cara e agora se vê um sinal positivo. É preciso tomar cuidado para não deixar a moeda se apreciar demais. Quando o real está acima de R$ 4,00, muitos veem barganhas no Brasil, o que incentiva investimentos. O fato de ter voltado a R$ 3,60 não é bom sinal. Para ajudar o Brasil, é preciso ficar acima de R$ 4,00.
O que espera da economia brasileira?
Sharma - Não acredito que o Brasil está na lista dos países que vão ascender nos próximos cinco anos, porque nenhuma economia pode continuar recuando como a do país agora. Mas não apostaria que a história do Brasil seja de crescimento nos próximos anos.

Segunda fase de integração de clearings prevê R$ 15 bilhões de liquidez

A BM&FBovespa está mais próxima de liberar ao mercado R$ 15 bilhões, volume correspondente a garantias exigidas dos investidores. Isso deve se materializar tão logo a segunda fase da integração das câmaras de compensação seja concluída, o que é projetado para acontecer até o final deste ano. Nessa fase, as ações e títulos privados se unem aos derivativos, que já estrearam no novo ambiente há um ano e meio. Esses recursos, que têm como objetivo assegurar a liquidação de todas as transações caso uma das partes não honre seu compromisso, retornam ao mercado na medida em que, com a unificação das clearings, algumas operações são contraparte natural de outras.
A segunda fase do processo de integração, principal item de um programa de investimento de R$ 1,5 bilhão da companhia, ainda depende de aprovação do Banco Central (BC) e garantirá que grande parte da unificação seja concluída. Calcula-se que com a ida das ações para a nova clearing, cerca de 99% dos produtos já dividirão a câmara de compensação. Com isso, as operações ganham mais eficiência, com redução de custos, uma vez que o requerimento de capital se torna mais adequado ao risco de cada participante. Hoje, o total de recursos de terceiros mantidos na bolsa é de cerca de R$ 200 bilhões, considerando todas as câmaras.
"Há investidor que terá R$ 1 bilhão de garantias liberadas", afirma ao Broadcast o diretor executivo de operações, clearing e depositária da BM&FBovespa, Cícero Vieira. As operações estruturadas são bastante beneficiadas, incluindo os fundos long and short, que observarão as exigências de garantias caírem no momento em que a posição comprada poderá compensar a vendida, por exemplo.Em agosto de 2014, quando houve a migração dos derivativos, cerca de R$ 20 bilhões já haviam sido liberados. Ou seja, no final dessa segunda etapa, R$ 35 bilhões terão voltado ao sistema financeiro. Na prática, a clearing unificada permitirá que todos os contratos do mercado passem, ainda, por uma única janela de liquidação e a compensação das operações passa a levar em conta o risco existente entre os diversos ativos e produtos. O novo gerenciamento de risco considera, assim, a posição líquida de todo o portfólio do investidor.

Empresários, executivos e políticos lamentam morte de Roger Agnelli

Empresários e políticos lamentaram a morte do executivo Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, e de sua família em um acidente aéreo em São Paulo na tarde de sábado. O empresário viajava com a família para o Rio de Janeiro quando o monomotor em que estavam caiu em uma casa, na zona Norte da capital paulista.
Em nota, a presidente Dilma Rousseff destacou a contribuição do executivo: "Agnelli dedicou sua carreira profissional a grandes empresas brasileiras, sempre comprometido com o desenvolvimento do País. Perdemos um brasileiro de extraordinária visão empreendedora. Neste momento, manifestamos nossa solidariedade a seus parentes e amigos". O senador José Serra (PSDB) se manifestou por meio do Twitter: "Lamento muito a tragédia do Roger Agnelli e sua família. Conheci-o como presidente da Vale do Rio Doce, onde teve um grande desempenho".
A Vale emitiu nota afirmando que a empresa e seus empregados se solidarizam com a dor dos familiares e amigos do executivo que tanto contribuiu para o desenvolvimento da companhia. Segundo a nota, durante os 10 anos em que Roger presidiu a Vale, a empresa se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo. Foi durante sua gestão que a Vale intensificou a estratégia de expansão global.
Ex-colegas do Bradesco - onde o executivo começou a carreira e trabalhou por 20 anos - também lamentaram a perda. O presidente executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, lembrou os tempos em que foram colegas e fizeram parte na mesma geração de executivos. Wilson Ferreira Junior, presidente da CPFL Energia, na qual Agnelli integrou o conselho nos anos 1990 e início dos anos 2000, prestou condolências às vítimas do acidente. A WPP, empresa da qual Agnelli era diretor independente desde 2013, lamentou: "Era um grande brasileiro".