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Economia

- Publicada em 16 de Março de 2016 às 22:36

Câmara argentina aprova pagamento para os fundos abutres com deságio

 Congresso Nacional da Argentina. Crédito Liam Quinn - VisualHunt.com -  CC BY-SA

Congresso Nacional da Argentina. Crédito Liam Quinn - VisualHunt.com - CC BY-SA


LIAM QUINN / VISUALHUNT.COM/CC BY- SA/DIVULGAÇÃO/JC
Depois de mais de 20 horas de debate, a Câmara argentina finalmente aprovou, na manhã desta quarta-feira, o projeto de lei sobre o acordo do governo com os chamados holdouts, ou "fundos abutres", os credores que compraram os papéis "podres" da dívida externa argentina e não aceitaram as reestruturações realizadas em 2005 e 2010. Eles correspondem a 8% do total dos credores e iniciaram litígios na Justiça norte-americana.
Depois de mais de 20 horas de debate, a Câmara argentina finalmente aprovou, na manhã desta quarta-feira, o projeto de lei sobre o acordo do governo com os chamados holdouts, ou "fundos abutres", os credores que compraram os papéis "podres" da dívida externa argentina e não aceitaram as reestruturações realizadas em 2005 e 2010. Eles correspondem a 8% do total dos credores e iniciaram litígios na Justiça norte-americana.
A sessão na Câmara durou quase 21 horas. Iniciada às 12h de terça-feira, foi concluída pouco depois das 8h30 desta quarta. Trata-se de uma vitória importante para o governo Mauricio Macri, que obteve 165 votos a favor da iniciativa (contra 85 negativos), graças ao respaldo de partidos opositores, entre eles a peronista Frente Renovadora e outros setores do peronismo que não estão alinhados com a bancada kirchnerista.
Apesar da enfática crítica ao projeto feita por dirigentes kirchneristas, como o deputado e ex-ministro da Economia Axel Kicillof, até mesmo alguns congressistas da Frente para a Vitória, sublegenda do Partido Justicialista (PJ) liderada pela ex-presidente Cristina Kirchner, votaram a favor da medida, que agora deverá ser votada no Senado, onde a oposição tem a maioria absoluta. Caso haja uma aprovação, o governo ainda precisará emitir títulos - cerca de US$ 12 bilhões - para ter recursos para arcar com a dívida.
Após o pagamento, a Argentina poderá voltar ao mercado internacional de crédito. O financiamento no exterior é essencial para que Macri possa concretizar seu plano de investimentos.
A Câmara não só aprovou o projeto enviado pelo governo Macri como, também, revogou duas leis da era kirchnerista que impediam a negociação com os holdouts. Na noite anterior, o chefe de Estado voltou a defender a necessidade de resolver o drama da dívida argentina como condição sine qua non para iniciar um processo de recuperação da economia. No último domingo, Macri chegou a dizer que, se o acordo com os holdouts não fosse fechado, a Argentina poderia mergulhar numa hiperinflação.
Durante o debate, o kirchnerismo questionou duramente o projeto, que prevê uma redução, em média, de 25% do valor das sentenças obtidas pelos holdouts na Vara de Nova Iorque. "Se são melhores do que nós, negociem melhor, não cedam tão facilmente", declarou o deputado Máximo Kirchner, filho da ex-presidente.
A Casa Rosada tem até o próximo dia 14 de abril para saldar sua dívida com cerca de 85% dos credores que foram favorecidos pelo juiz Thomas Griesa, de Nova Iorque. O país vizinho deverá desembolsar a quantia de US$ 7.760 bilhões. O último acordo fechado pelos negociadores enviados pelo ministro da Fazenda, Alfonso Prat Gay, na semana passada, foi com os fundos de investimentos NML e Aurelius Capital, com valor estimado em US$ 4,653 bilhões.
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