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Conjuntura

- Publicada em 16 de Março de 2016 às 19:57

Dilma nega troca no BC e elogia experiência do ex-presidente Lula

 Brasília - Ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles fala para líderes empresariais, parlamentares e representantes do governo no 10º Encontro Nacional da Indústria (Enai) 2015 (Foto Valter Campanato Agência Brasil

Brasília - Ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles fala para líderes empresariais, parlamentares e representantes do governo no 10º Encontro Nacional da Indústria (Enai) 2015 (Foto Valter Campanato Agência Brasil


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
A presidente Dilma Rousseff garantiu, nesta quarta-feira, que não irá alterar o comando da política econômica e que não pretende utilizar as reservas internacionais para aumentar os investimentos. Os dois pontos são defendidos pelo partido da presidente, o PT, que tem expectativas de mudanças com a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Ministério da Casa Civil, anunciada nesta quarta-feira.
A presidente Dilma Rousseff garantiu, nesta quarta-feira, que não irá alterar o comando da política econômica e que não pretende utilizar as reservas internacionais para aumentar os investimentos. Os dois pontos são defendidos pelo partido da presidente, o PT, que tem expectativas de mudanças com a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Ministério da Casa Civil, anunciada nesta quarta-feira.
Em entrevista à imprensa, a presidente afirmou que Nelson Barbosa (Fazenda) e Alexandre Tombini (Banco Central) "estão mais dentro do que nunca" da Esplanada dos Ministérios e chamou de "especulação" o uso dos recursos para garantir financiamentos. Fontes próximas ao governo chegaram a cogitar a troca de Tombini pelo ex-presidente do Banco Central no governo Lula e atual presidente do conselho da J&F, Henrique Meirelles.
A petista, no entanto, não excluiu a possibilidade de utilização das reservas internacionais para abatimento da dívida pública. Segundo ela, elas foram criadas para proteção do País em relação a flutuações externas. "Jamais teremos uma pauta de uso das reservas que não seja proteção do País contra flutuações internacionais. Elas podem ter um papel em relação à dívida, mas não são a forma adequada para solucionar questões de investimentos. Portanto, são especulações e elas só beneficiam a quem lucra com elas", disse.
Segundo a petista, nunca foi cogitada por ela a possibilidade de saída de Tombini ou de Barbosa do governo federal. Ela ressaltou ainda que seu antecessor no Palácio do Planalto tem compromisso com a estabilidade fiscal e com o controle da inflação.
Na conversa com Dilma, na qual aceitou o convite para a Casa Civil, Lula colocou como uma das condicionantes a adoção de medidas que resgatem a esperança de empresários e, principalmente, trabalhadores em relação aos rumos do País.
Segundo o petista, o governo federal não vai conseguir conquistar o apoio de aliados e de sua base social contra o impeachment se não demonstrar que o País sairá em breve da recessão. O receio do mercado financeiro é de que as alterações envolvam a venda das reservas internacionais, queda forçada dos juros e a liberação de mais crédito na economia.

Anfavea respeita as decisões dos poderes, afirma Luiz Moan sobre nomeação

Horas depois de o governo confirmar a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como titular da Casa Civil, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou, em nota, que respeita as decisões dos poderes, mas reiterou que as questões políticas estão contaminando a economia. "Portanto, faço um apelo para que o conjunto das instituições pense no Brasil", concluiu.
Moan lidera uma das mais influentes associações empresariais do País e tem dito que a retomada do crescimento econômico depende primeiramente de uma solução na política. A indústria automotiva tem sido uma das mais afetadas pela crise econômica.
Na nota, o executivo evitou fazer críticas ou elogios diretos à volta de Lula ao governo. Também não comentou se o setor poderia se beneficiar de uma possível mudança na política econômica.
Em 2003, o primeiro ano de Lula como presidente, o mercado brasileiro de veículos iniciou um período de 10 anos seguidos de altas nas vendas, em razão da expansão do crédito, do aumento da renda e de incentivos fiscais que tornaram o carro mais barato e estimularam o consumo. Agora, com o governo buscando cortar gastos para reequilibrar as contas públicas, a Anfavea tem dito que é a favor do ajuste fiscal, embora critique o tamanho da carga tributária no Brasil.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, convocou para hoje, às 15h, uma reunião de emergência com sindicatos, associações, federações das indústrias e congêneres associadas à Fiesp. A reunião terá como objetivo discutir o agravamento da crise política e econômica no País. Skaf disse que a ida do ex-presidente Lula para a Casa Civil é um "golpe contra a Nação brasileira".

Vice do Santander diz que é cedo para prognósticos

O vice-presidente do Santander Brasil, Conrado Engel, afirmou que ainda é muito cedo para fazer prognósticos sobre a política econômica, após a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil. "Esse é um acontecimento muito recente, não dá para fazer uma previsão. Vamos esperar os passos que essa nova estrutura de gestão em Brasília vai dar nos próximos dias", afirmou Engel, em evento com investidores no Museu no Amanhã, no Centro do Rio de Janeiro. "O mercado, às vezes, tem reações um pouco fortes, mas logo depois entra no caminho que deve ser."
Conrado Engel se mostrou reticente com a possibilidade de utilização de reservas cambiais para turbinar o investimento, política defendida por algumas alas do governo. "É algo meio complicado, existem regras para utilização das reservas, pois elas são um seguro importante para o Brasil. Isso tem que ser muito bem discutido, é preciso entender o que significa utilizar as reservas.
Engel também afirmou que o Santander avalia a possibilidade de comprar as operações de varejo do CitiBank no Brasil. "Vamos olhar todas as alternativas de crescimento inorgânico noBrasil com muito cuidado. A operação de varejo do Citi, embora seja pequena na comparação com o Santander, tem uma participação importante no seguimento de alta renda. O executivo afirmou, porém, que o processo de venda do Citi está em fase inicial e tem outros potenciais compradores em negociação.