Cerca de 140 representantes de Micro e Pequenas Empresas (MPEs) compareceram ontem ao Salão de Convenções do Centro de Eventos Fiergs, em Porto Alegre. O público buscava informações sobre linhas de crédito disponíveis em pelo menos seis instituições financeiras públicas e privadas. Em um ambiente marcado pela restrição de empréstimos no mercado, o acesso a linhas específicas destinadas à formação de capital de giro e financiamento pode ser o diferencial para a sobrevivência dos negócios de menor porte.
Desde às 14h, executivos, gerentes e economistas do Bndes, Sicredi, Banco do Brasil, BRDE, Banrisul e Caixa Econômica Federal revezaram apresentações focadas em eliminar qualquer dúvida sobre as alternativas de operações disponíveis. Batizado de Seminário do Crédito, o projeto foi idealizado pelo Sebrae-RS, em 2008, e acabou replicado em todo o Brasil a partir do ano passado.
Em 2016, a ideia, segundo explica o diretor técnico do Sebrae, Ayrton Ramos, é repetir a programação em 18 eventos similares em diversas regiões do Estado. "Dentro dessa ação, trabalhamos com a informação das linhas de crédito e com o relacionamento. O objetivo é que as empresas criem canais qualificados e agendas específicas para estreitar suas necessidades e apresentar projetos de forma estruturada", resume. Ramos identifica que o cenário atual é caracterizado por desafios. Nesse aspecto, as pequenas empresas necessitam qualificar seus modelos de negócios, não somente com foco na competitividade, mas sim com o objetivo de demarcar um posicionamento estratégico diante das adversidades. "Há índices de inadimplência muito elevados entre as pequenas empresas, e isso aumenta os juros em razão das incertezas", analisa.
Por isso, a gerente de atendimento à pessoa jurídica da Caixa, Sara Damo, afirma que o banco possui um variado portfólio de produtos. Entre os destaques está o Giro Caixa Fácil, considerado o carro chefe para o capital de giro. Além disso, o Proger Investgiro é destinado aos faturamentos de até R$ 7,5 milhões. Esta linha oferece taxas de 0,83% ao mês, sem IOF. Os prazos são de 60 meses e, em alguns casos, podem chegar a 120 meses. "É necessário transmitir um pouco de confiança nesse cenário de crise, demonstrando que também existem oportunidades. Para as MPEs, o grande diferencial é saber exatamente onde utilizar cada tipo de capital. O que muda com a crise são as taxas de juros, e em algumas operações os prazos são reduzidos", comenta.
Em uma das palestras mais aguardadas, o economista da Regional Sul do Bndes, Rafael Petrocelli, apresentou opções de apoio aos microempresários. Além de linhas de financiamento e capital de giro, o banco de desenvolvimento conta com o cartão Bndes, que promove o acesso a limites de crédito para financiar a compra de máquinas, equipamentos, veículos e serviços. No Rio Grande do Sul, as emissões já somam 63,9 mil cartões, com valores transacionados em 12 meses, até março deste ano, de 961,7 milhões.