Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Negócios Corporativos

- Publicada em 13 de Março de 2016 às 21:22

Ativos da Petrobras atraem gigantes do setor

 posto BR Distribuidora foto Agência Petrobras.

posto BR Distribuidora foto Agência Petrobras.


AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
Importantes ativos da Petrobras são alvo de conglomerados brasileiros e estrangeiros. O Ultra, dono da Ipiranga (rede de postos), Ultragaz (gás de cozinha), Ultracargo (logística), Extrafarma (farmácias) e Oxiteno (químicos), tem interesse por uma das joias da coroa da estatal, a BR Distribuidora, líder em distribuição de combustíveis no País. Esse mesmo ativo está na mira da canadense Brookfield. A divisão de gás de cozinha da petroleira, a Liquigás, também tem sido cobiçada por concorrentes, incluindo o próprio Ultra e a Copagaz, de Ueze Zahran, quarta maior deste setor.
Importantes ativos da Petrobras são alvo de conglomerados brasileiros e estrangeiros. O Ultra, dono da Ipiranga (rede de postos), Ultragaz (gás de cozinha), Ultracargo (logística), Extrafarma (farmácias) e Oxiteno (químicos), tem interesse por uma das joias da coroa da estatal, a BR Distribuidora, líder em distribuição de combustíveis no País. Esse mesmo ativo está na mira da canadense Brookfield. A divisão de gás de cozinha da petroleira, a Liquigás, também tem sido cobiçada por concorrentes, incluindo o próprio Ultra e a Copagaz, de Ueze Zahran, quarta maior deste setor.
Thilo Mannhardt, presidente do grupo Ultra, afirmou que o conglomerado tem como estratégia expandir seus negócios organicamente, mas que a companhia não fecha os olhos para oportunidades que surjam e que façam sentido ao grupo. A empresa, segundo ele, tem como filosofia se manter em setores resilientes e fazer expansão em áreas que possam torná-la protagonista em segmentos nos quais já atua.
No ano passado, o presidente do conselho de administração do Ultra, Paulo Cunha, afirmou que teria interesse em parte da BR Distribuidora, desde que a companhia pudesse ser fatiada. E esse interesse permanece. Inicialmente, a estratégia da Petrobras era abrir o capital da BR Distribuidora, mas os planos foram abortados por conta da situação ruim para o mercado de capitais. A estatal, então, cogitou encontrar um investidor minoritário. No caso da Liquigás, de botijão de gás, a petroleira não colocou oficialmente o ativo à venda, mas ele já tem atraído interessados.
Mannhardt reafirma a posição de que a BR Distribuidora faria sentido para o Ultra se as redes de postos de combustíveis da estatal na região do Norte e Nordeste fossem colocadas à venda separadamente. "Ter 100% do capital de parte de um negócio faz mais sentido para o grupo do que ser um acionista minoritário", afirmou.
Considerada uma das empresas mais "redondas" pelo mercado, por estar em setores pouco sujeitos a oscilações da macroeconomia, o Ultra tornou-se comprador preferencial de importantes negócios colocados à venda no País. Por ter uma boa estrutura de caixa em um momento mais crítico da economia, muitos bancos têm batido à porta do conglomerado para oferecer ativos.
A empresa de botijão de gás da Petrobras também está no radar de Ueze Zahran, dono da Copagaz. No entanto, segundo o empresário, a compra seria feita com um pool de outros concorrentes menores que atuam nesse segmento. Ele afirmou que não há negociações em andamento. Ao Ultra, a Liquigás seria um ativo estratégico, porque colocaria o conglomerado na liderança do segmento. Mannhardt não informou se há conversas entre os grupos. O Ultra também não descarta aquisições no varejo farmacêutico - a Big Ben, uma das bandeiras da BR Pharma, do BTG, é um dos ativos à venda. O executivo não comenta.
Já para a Brookfield, todos os negócios da BR Distribuidora podem ser alvo, assim como a parte da estatal na Braskem. "Se pudesse elencar as prioridades da Brookfield, diria que a Abengoa é a primeira, a BR e Braskem viriam em seguida", disse uma fonte próxima à empresa. A gestora não comenta o assunto.
Procurada, a Petrobras informou que a "carteira de desinvestimento é dinâmica, e o desenvolvimento das transações dependerá das condições negociais e de mercado, podendo sofrer alterações em função do ambiente externo e da análise contínua dos negócios da companhia". Ainda segundo a nota, a estatal informou que "fatos julgados relevantes sobre o tema serão divulgados ao mercado".

Setores 'blindados' favorecem grandes grupos durante a crise econômica brasileira

Em meio à crise que atropela a economia brasileira e que tem levado grandes grupos a reestruturar dívidas, e outros até mesmo a pedir recuperação judicial, alguns conglomerados com atuação multissetorial têm se mostrado imunes - ou quase - à turbulência e estão conseguindo se destacar em um cenário desolador, em que o Produto Interno do País (PIB) recuou 3,8% no ano passado e deve encolher pelo menos mais 3% em 2016.
No momento em que o consumo interno não para de cair, não têm muito a reclamar os grupos que fizeram apostas como: vender artigos de primeira necessidade, como medicamentos, cujas vendas crescem respaldadas no envelhecimento da população; investir no agronegócio, único pilar da economia brasileira a fechar no azul em 2015; ou apostar na expansão no exterior.
Encaixam-se nessa categoria de "privilegiados" grupos como os brasileiros Ultra e J&F, o alemão Bayer e o canadense Brookfield, de acordo com consultores, gestores de bancos e analistas. Dono da rede de postos de combustíveis Ipiranga, o grupo Ultra tem obtido bons resultados na Ultragaz, que vende botijão de cozinha, uma vez que a população tem feito mais refeições em casa. Quando decidiu entrar em um novo setor em 2013, o grupo comprou a Extrafarma, de varejo farmacêutico.
Já o alemão Bayer tomou, no ano passado, importante decisão estratégica ao sair do setor químico para focar em medicamentos e em agronegócio. A companhia está entre as 10 maiores do País em medicamentos e entre as cinco maiores em defensivos agrícolas.
A J&F, além de posicionada no agronegócio, priorizou sua expansão em negócios de alcance global, como a Eldorado (de celulose) e a Alpargatas (dona das Havaianas). Uma das principais compradoras de ativos no Brasil, a Brookfield se beneficia de investimentos em energia renovável, que tem preços mais atraentes, e concessões de rodovias, que tem fluxo de caixa garantido.