O dólar elevado e a maior demanda de mercados tradicionais para o calçado brasileiro não foram suficientes para impulsionar as exportações no primeiro bimestre. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, em fevereiro, foram embarcados 9,8 milhões de pares de calçados, que geraram US$ 77,65 milhões, resultado 0,6% inferior ao registro do segundo mês de 2015 (US$ 78,13 milhões), mas 12% superior à cifra de janeiro (US$ 69,3 milhões). Com o resultado, os exportadores de calçados fecham o bimestre registrando o embarque de 21,28 milhões, por US$ 147 milhões, resultados 2% superiores em volume e 2,3% inferiores em dólares na relação com mesmo período de 2015 (20,8 milhões de pares por US$ 150,4 milhões).
O presidente executivo da Abicalçados, Heitor Klein, explica que, em parte, a queda em valores foi reflexo do reajuste nos preços em dólar devido à cotação da moeda norte-americana. "De toda a forma, esperávamos uma recuperação maior em fevereiro, o que não ocorreu", comenta, ressaltando que, em fevereiro, o calçado embarcado teve um valor médio de US$ 6,91, 4,2% menor do que o valor registrado na exportação do ano passado (US$ 7,21).
O executivo ressalta que, embora a oscilação do câmbio possa atrapalhar as negociações, a expectativa segue positiva para o restante do ano, com uma recuperação gradual mês a mês. "Com o dólar oscilando de forma abrupta, fica mais complicado fechar contratos. Os importadores ficam cautelosos e esperam o melhor momento para efetuar a negociação, fazendo com que se percam vendas importantes", avalia.
No bimestre, o maior exportador de calçados foi o Rio Grande do Sul. No período, os gaúchos embarcaram 3,6 milhões de pares, por US$ 61,4 milhões, resultados superiores tanto em volume (45,8%) quanto em valor (17,9%) na relação com o primeiro bimestre de 2015.