Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura

- Publicada em 08 de Março de 2016 às 16:51

Sinduscon quer financiar aquisição de solo criado

 ECONOMIA    Marcas de Quem Decide 2016, 18ª edição    na foto: Ricardo Sessegolo

ECONOMIA Marcas de Quem Decide 2016, 18ª edição na foto: Ricardo Sessegolo


JONATHAN HECKLER/JC
Sancionada pelo prefeito José Fortunati no final de fevereiro, a mudança no Plano Diretor de Porto Alegre que pretende estimular maiores edificações no entorno da Terceira Perimetral acelerou a busca de resoluções para o problema de caixa das construtoras. O projeto aprovado na Câmara de Vereadores aguçou o olhar das empresas para uma região da cidade que deve ser adensada, aproveitando a infraestrutura existente. Por outro lado, a notícia chega em um momento delicado para a indústria da construção. A solução pode vir de uma nova linha de financiamento para a aquisição de índices contrutivos, o chamado solo criado.
Sancionada pelo prefeito José Fortunati no final de fevereiro, a mudança no Plano Diretor de Porto Alegre que pretende estimular maiores edificações no entorno da Terceira Perimetral acelerou a busca de resoluções para o problema de caixa das construtoras. O projeto aprovado na Câmara de Vereadores aguçou o olhar das empresas para uma região da cidade que deve ser adensada, aproveitando a infraestrutura existente. Por outro lado, a notícia chega em um momento delicado para a indústria da construção. A solução pode vir de uma nova linha de financiamento para a aquisição de índices contrutivos, o chamado solo criado.
A nova lei prevê que terrenos localizados a 120 metros da avenida possam atingir o índice máximo de aproveitamento admitido no município. No entanto, para ampliar a área construída, os empreendedores terão de adquirir índices construtivos.
As compras de até mil metros quadrados podem ser feitas diretamente com a prefeitura - é a venda em balcão. Acima dessa metragem, é preciso esperar pelos leilões. O problema é que os construtores reclamam das altas cotações dos índices e da exigência de pagamento à vista nos certames. Por isso, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Ricardo Sessegolo, apresentou uma proposta para driblar a falta de capital de giro em um momento crítico. Em 2015, o setor fechou mais de 500 mil vagas no País. No Rio Grande do Sul, 40 mil postos de trabalho foram extintos em igual período.
O objetivo é selar um acordo com bancos para criar uma fonte de financiamento. Nesse caso, por meio de uma operação customizada, os empresários ofereceriam o próprio índice construtivo como garantia aos eventuais empréstimos. A demanda, segundo o dirigente, já está em avaliação na Secretaria Municipal da Fazenda (SMF).
Em setembro de 2015, por exemplo, o primeiro leilão de solo criado on-line, ficou bastante abaixo das expectativas. Do estoque total de 43,5 mil metros quadrados divididos em 60 lotes, apenas dois foram arrematados. A arrecadação, de R$ 5,3 milhões, representou apenas 17,6% da estimativa inicial, fixada em cerca de R$ 30 milhões.
Sessegolo ainda considera que nova fase do Minha Casa Minha Vida acontece em um período impróprio. O anúncio foi feito pela presidente Dilma Rousseff, na segunda-feira, em Caxias do Sul. "Infelizmente, isso está ocorrendo muito tarde", afirma.
O dirigente comenta que muitas empresas que investiram em tecnologia e mão de obra para atender a demanda do programa habitacional do governo federal ingressaram com pedido de recuperação judicial. "Acreditaram no governo e só o que conseguiram foi atraso de pagamentos. Desejamos que, de fato, se coloque em prática a fase 3 do programa, mas que isso não fique na promessa", critica.

Marcopolo planeja ampliar em 30% as exportações

O ano começou com ares de pessimismo para a indústria. Na Marcopolo, o único alento dentro da atual conjuntura econômica deve ser originado na evolução das vendas externas. A companhia esboça ampliar em 30% as receitas obtidas com as exportações em 2016.
"Estamos com um programa para fortalecer as vendas externas. Mesmo nos bons tempos do mercado interno, realizamos esforços para manter mercados. Ainda que isso não representasse tantas divisas quanto as obtidas internamente, hoje, colhemos os frutos da manutenção dessa rede", resume o presidente do Conselho de Administração da Marcopolo, Mauro Bellini.
Nesse aspecto, a retomada do mercado argentino reforça os indicativos de performance. "Há uma movimentação crescente no país vizinho. Nos primeiros meses de 2016 foram feitas novas encomendas e isso praticamente não ocorreu em 2015. A Argentina é uma boa notícia", constata.
Com participação societária relevante em duas fábricas de ônibus na Argentina, a Marcopolo deve se beneficiar de medidas adotadas recentemente pelo novo presidente argentino Mauricio Macri, dentre as quais, a derrubada das exigências de licenças automáticas para as importações. "De certa forma, mesmo quando não conseguimos exportar, mantivemos bons resultados em razão dessa parceria dentro do país que é um parceiro importante", comenta.
Entretanto, a mesma estimativa de desempenho não se repetirá no mercado interno, onde as projeções são de nova contração. A fabricante de ônibus, sediada em Caxias do Sul, obteve recuo de 19,4% nas receitas líquidas que somaram
R$ 2,7 bilhões no exercício passado. No mesmo período, as exportações já sinalizavam uma retomada, foram elevadas em 28,5%, gerando uma receita de R$ 1,47 bilhão. Apenas as vendas externas a partir do Brasil, desconsiderando a produção em outros países, totalizaram 1,766 unidades.