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Economia

- Publicada em 07 de Março de 2016 às 20:22

Projeções de analistas já apontam para queda do PIB acima de 4% este ano

Estadão Conteúdo
A economia brasileira deverá ter em 2016, segundo analistas, uma recessão até mais forte do que a registrada no ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8%. Nas projeções de bancos e consultorias, a queda da atividade pode até passar de 4% neste ano. Além disso, sem uma mudança de cenário, a avaliação é que pode haver mais um recuo também em 2017.
A economia brasileira deverá ter em 2016, segundo analistas, uma recessão até mais forte do que a registrada no ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8%. Nas projeções de bancos e consultorias, a queda da atividade pode até passar de 4% neste ano. Além disso, sem uma mudança de cenário, a avaliação é que pode haver mais um recuo também em 2017.
A safra de números negativos da economia no início deste ano provocou as revisões, para baixo, nas projeções para o PIB. Entre as razões apontadas para a forte recessão estão a piora da indústria, do varejo e do crédito. Só a produção de veículos no primeiro bimestre recuou 31,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.
"Em janeiro e fevereiro, a produção industrial foi muito ruim, especialmente no caso dos veículos", diz a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara. Nos últimos dias, ela revisou a projeção para o PIB de 2016 de -3,5% para -4%. "O comércio varejista também começou o ano mal", diz. Em janeiro, ela projeta uma redução de 7,9% no volume do varejo restrito (não inclui automóveis nem material de construção) em relação ao mesmo período de 2015.
A indústria e o varejo vão continuar emagrecendo neste ano por causa do tombo que houve no crédito, um dos motores do crescimento da economia nos últimos anos. Nas contas do diretor de pesquisa da GO Associados, Fabio Silveira, houve uma retração de 7,7% no crédito ao consumidor em janeiro deste ano comparado ao mesmo mês de 2015. "O crédito irriga 60% do PIB. Com essa retração, tiraram a escada", diz Silveira. Ele revisou a projeção do PIB deste ano de -3,5% para -4,2%.
A projeção para o desempenho da economia pode piorar ainda mais, dependendo do desenrolar da política. Essa foi a leitura da agência Fitch que, em seu relatório global, revisou de -2,5% para -3,5% a projeção para o PIB deste ano.
Para os analistas, se houver uma atenuação da crise política, reformas importantes podem começar a sair do papel e, consequentemente, causar uma melhora das expectativas para a atividade. "Só um ambiente político mais harmonioso, que permita o avanço de algumas relevantes reformas, poderia encurtar esse longo ciclo de crescimento baixo", diz Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco. O banco estima uma retração de 3,5% neste ano, mas projeta um crescimento de 1,5% no ano que vem, em um cenário com uma atenuação da crise política.
A MB Associados projeta uma queda de 3,8% no PIB deste ano e um crescimento de 0,6% em 2017 se a presidente Dilma Rousseff deixar o cargo. No caso de ela continuar, a retração pode chegar a 5,9% este ano e a 1% em 2017. "A presidente não consegue mais liderar qualquer tipo de mudança na economia, muito menos reformas", afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. "Repetir ao longo do ano o que vimos na semana passada é garantia de aprofundamento da crise econômica, que já está dada para este primeiro semestre", diz.
Mesmo os economistas que estimam o crescimento um pouco mais forte em 2017, avaliam que não se trata de algo sustentável. "É preciso uma retomada da confiança que traga os investimento de volta", diz Maurício Molan, economista-chefe do Santander. O banco prevê uma retração de 3,7% em 2016 e crescimento de 1,2% em 2017.
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