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Empresas & Negócios

- Publicada em 21 de Março de 2016 às 16:44

Oportunidades para a vida

Roseau Junior, que hoje cursa pós-graduação em Engenharia da Segurança do Trabalho, repassa sua experiência a jovens que estão em busca de oportunidades

Roseau Junior, que hoje cursa pós-graduação em Engenharia da Segurança do Trabalho, repassa sua experiência a jovens que estão em busca de oportunidades


FREDY VIEIRA/JC
Maria Eugenia Bofill
De vendedor de pães pelas ruas do bairro Guajuviras, em Canoas, a engenheiro mecânico. A trajetória profissional de Roseau da Silva Rodrigues Junior deu uma guinada quando, sem muitas expectativas de vida e com uma realidade distante de ingressar em uma universidade e no mercado de trabalho, o jovem encontrou uma oportunidade para mudar a realidade. Em 2000, aos 16 anos, inscreveu-se no Projeto Pescar. 
De vendedor de pães pelas ruas do bairro Guajuviras, em Canoas, a engenheiro mecânico. A trajetória profissional de Roseau da Silva Rodrigues Junior deu uma guinada quando, sem muitas expectativas de vida e com uma realidade distante de ingressar em uma universidade e no mercado de trabalho, o jovem encontrou uma oportunidade para mudar a realidade. Em 2000, aos 16 anos, inscreveu-se no Projeto Pescar. 
O projeto é uma parceria entre a fundação Pescar e iniciativas privadas, que oferece cursos gratuitos de desenvolvimento pessoal e iniciação profissional para jovens em situação de vulnerabilidade social. "Encontrei uma realidade completamente diferente da minha", conta Rodrigues. O jovem ingressou na multinacional fabricante de ar-condicionados Spring Carrier, atual Midea Carrier.
Durante o projeto, os alunos realizam estágios nos diferentes setores das empresas para, ao final, encontrem a área em que mais se identificam. A Engenharia foi a escolhida por Rodrigues. "Ao viver nessa nova dimensão, defini que era aquilo que eu queria para a minha vida", relata. Em 2001, ao final do curso, foi convidado a permanecer na empresa. De funcionário temporário passou de multifuncional a soldador, e de de aluno a professor do projeto.
Por cerca de duas horas por semana, ministrava as aulas para os jovens que frequentavam o curso na empresa. "Foi de um convite para dar aula, uma oportunidade que parecia tão singela e pequena, e foi algo fantástico. A partir desse momento, minha vida profissional alavancou", lembra. O passo seguinte foi ingressar na área de Engenharia de Processos para, então, chegar ao cargo de coordenador de equipes. Permaneceu por oito anos na empresa. Entre as mudanças de função, iniciou o curso de Engenharia Mecânica. Hoje, aos 33 anos, além de trabalhar na área, cursa pós-graduação em Engenharia da Segurança do Trabalho.
Rodrigues ressalta que a função do projeto não é indicar os jovens a uma empresa, mas prepará-los para o mercado de trabalho. Por isso, destaca, diz que é preciso aproveitar as oportunidades. "Iniciei na base e, a partir das possibilidades, fui me desenvolvendo e crescendo dentro da empresa", exemplifica. O cunho de poder e transformação oferecido aos jovens é o que o engenheiro destaca como grande legado. "Posso afirmar que foi um divisor de águas na minha vida. Sou uma pessoa antes e outra depois do Projeto Pescar", sentencia.
O presidente voluntário da Fundação Projeto Pescar, Edgar Bortolini, ressalta que apresentar uma realidade diferente da que os alunos vivenciam em seu dia a dia é um dos propósitos da iniciativa, além de oferecer capacitação e a oportunidade do primeiro emprego. "É um programa que busca tirar os jovens da questão de vulnerabilidade", ressalta. A realização do projeto no interior das empresas é parte da metodologia para acelerar o contato desses adolescentes com o meio empresarial.
O programa tem 40% da carga horária dedicada ao aprendizado teórico-prático. Os 60% restantes são conteúdos de desenvolvimento pessoal e cidadania, como questões comportamentais, ética, empreendedorismo, relações humanas, educação financeira, entre outros. As aulas ocorrem em turno integral nos períodos da manhã e da tarde, e são ministradas por voluntários, hoje cerca de 2,5 mil.
Segundo Bortolini, após o curso, a maioria dos jovens, que têm contato direto com as empresas, são empregados nas fábricas em que realizaram as atividades ou em outras do mesmo meio. Já foram mais de 27 mil jovens formados em quase 40 anos de projeto. Além das 98 unidades espalhadas por diversos estados brasileiros, o Projeto Pescar também está presente na Argentina, Paraguai, Angola e Peru. 
Entre os requisitos para seleção dos alunos, é necessário o jovem estar, no mínimo, no sétimo ano do Ensino Fundamental, ter idade entre 16 e 19 anos, não possuir experiências no mercado formal de trabalho e não ter concluído ou esteja cursando algum curso técnico ou profissionalizante. Após a inscrição, que deve ser feita pessoalmente nas unidades do projeto, há um processo de seleção, em que são feitas entrevistas e visitas presenciais. O período dos processos seletivos ocorre de acordo com cada unidade.
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