Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

operação lava jato

- Publicada em 25 de Fevereiro de 2016 às 19:05

Marqueteiro admite que 'controla' conta na Suíça

O marqueteiro João Santana, 63 anos, reconheceu que "controla" a conta na Suíça que recebeu, segundo a Polícia Federal, pelo menos US$ 7,5 milhões do esquema de propinas da Petrobras, porém atribuiu à mulher, Monica Moura, a "responsabilidade pelas movimentações na referida conta". Santana atuou nas campanhas presidenciais de Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT).
O marqueteiro João Santana, 63 anos, reconheceu que "controla" a conta na Suíça que recebeu, segundo a Polícia Federal, pelo menos US$ 7,5 milhões do esquema de propinas da Petrobras, porém atribuiu à mulher, Monica Moura, a "responsabilidade pelas movimentações na referida conta". Santana atuou nas campanhas presidenciais de Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT).
O depoimento de Santana foi prestado na manhã desta quinta-feira e tornado público nos autos do inquérito que tramita em desdobramento da Operação Lava Jato na 10ª Vara Federal de Curitiba (PR), conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro.
Em depoimento na quarta-feira, Monica Moura declarou que os valores eram provenientes de campanhas realizadas por empresas de Santana no exterior em eleições na Venezuela, Angola e Panamá. Ela admitiu que a empresa do casal recebeu via caixa-2 da Odebrecht, por uma campanha na Venezuela.
O publicitário, entretanto, não confirmou a versão da própria mulher. "Não tomou conhecimento do pagamento por terceiros de valores referentes às campanhas", disse Santana, segundo o depoimento.
Ao mesmo tempo, contudo, negou que a conta, aberta em nome da offshore Shellbil Finance, tenha recebido "qualquer valor originado das campanhas presidenciais no Brasil". Ele disse não saber "quais valores foram recebidos na referida conta", mas que ela serviria para sua "poupança para aposentadoria".
No depoimento, Santana disse "que não sabe esclarecer a origem dos valores que ingressaram na conta bancária da Shellbil" e também não sabe "o destino dos valores utilizados na conta". Em outro trecho do depoimento, o publicitário disse "acreditar que a conta passou a receber maior volume de recursos entre 2011 e 2012, quando atuou em três campanhas no exterior", porém não confirmou que as campanhas tenham irrigado a conta de forma regular ou irregular.
No depoimento, Santana procurou se distanciar da empreiteira Odebrecht, dizendo que não manteve "nenhum relacionamento comercial" com a empresa e que só conheceu o dono, Marcelo Odebrecht, em "uma oportunidade durante um evento social". Segundo a PF, a Odebrecht transferiu pelo menos US$ 3 milhões para a conta de Santana, a Shellbil.
O publicitário também afirmou que não conhece o lobista do Rio de Janeiro Zwi Skornicki e "nunca manteve qualquer relacionamento comercial com ele" e disse "que não tomou conhecimento" da carta enviada pela sua mulher Monica ao lobista na qual ela orientou depósitos para a conta Shellbil.
Sobre suas atividades no Brasil, Santana disse que "nunca manteve qualquer contrato com o poder público no Brasil" e que "eventuais serviços prestados para o governo federal se deram a título não oneroso". Ele acrescentou que "foi um doador de serviços ao governo em razão do prazer e da facilidade que possui". Nos dois mandatos de Dilma, Santana é apontado como um conselheiro muito próximo da presidente.

Juiz Sérgio Moro mantém João Santana na prisão

 FEDERAL JUDGE SERGIO MORO SMILES DURING A SESSION OF THE COMMITTEE ON CONSTITUTION AND JUSTICE OF THE SENATE THAT DISCUSS CHANGES IN THE CODE OF CRIMINAL PROCEDURE, IN BRASILIA, ON SEPTEMBER 9, 2015. JUDGE MORO LEADS BRAZIL'S HUGE ANTI-CORRUPTION DRIVE THAT INVESTIGATES THE CASES OF CORRUPTION IN THE STATE-OWNED OIL COMPANY PETROBRAS. AFP PHOTO/EVARISTO SA

FEDERAL JUDGE SERGIO MORO SMILES DURING A SESSION OF THE COMMITTEE ON CONSTITUTION AND JUSTICE OF THE SENATE THAT DISCUSS CHANGES IN THE CODE OF CRIMINAL PROCEDURE, IN BRASILIA, ON SEPTEMBER 9, 2015. JUDGE MORO LEADS BRAZIL'S HUGE ANTI-CORRUPTION DRIVE THAT INVESTIGATES THE CASES OF CORRUPTION IN THE STATE-OWNED OIL COMPANY PETROBRAS. AFP PHOTO/EVARISTO SA


EVARISTO SA/AFP/JC
O juiz Sérgio Moro renovou a prisão temporária do marqueteiro João Santana, que comandou as campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff (2010 e 2014) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2006), ambos do PT.
Santana e sua mulher, a também publicitária Monica Moura, estão presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba onde devem permanecer até o final da semana que vem. Ao decretar a renovação da temporária por cinco dias, Moro negou o pedido do Ministério Público Federal que queria que o casal ficasse preso preventivamente por tempo indeterminado.
De acordo com juiz, a atitude dos publicitários de voltarem ao País logo após serem informados dos pedidos de prisão pesaram em favor do casal. "Ambos não foram encontrados no Brasil, mas, louvadamente, se apresentaram à autoridade policial na data seguinte à diligência", afirmou o juiz em despacho nesta quinta-feira.
Os advogados dos publicitários haviam pedido a revogação das prisões temporárias, mas o juiz condicionou analisar a medida caso o casal forneça novos dados às investigações.
"Observo, inicialmente, que, para melhor análise deste juízo, seria ideal que fossem disponibilizados pelos investigados e sua defesa os extratos completos da conta em nome da offshore Shellbil S.A., no Banque Heritage, na Suíça, já que somente se dispõe das transações efetuadas pelo banco correspondente nos Estados Unidos", explicou Sérgio Moro.
O juiz evogou a prisão temporária de Marcelo Rodrigues. De acordo com o Ministério Público Federal, ele foi o responsável por representar a Klienfeld Services, offshore vinculada à Odebrecht, no contrato celebrado com a Shelbill, offshore controlada por Santana e Monica.

Candidato dominicano afirma que Santana mantém 'campanha suja'

O candidato a presidente da oposição dominicana, Luis Abinader, afirmou que, mesmo preso, o publicitário e marqueteiro João Santana continua fazendo "campanha suja, sua especialidade", pela reeleição do presidente Danilo Medina. "Ele foi afastado, mas toda a sua equipe continua no país sem qualquer modificação", disse Luis Abinader, nesta quinta-feira, em seu escritório de campanha, em Santo Domingo. O candidato, do Partido Revolucionário Moderno (PRM), afirmou que, nos próximos dias, apresentará provas de que a atuação de Santana no país "não é uma simples atuação política".
A reportagem esteve na casa que é apontada como sede da Polis Caribe, braço da empresa do marqueteiro na República Dominicana. Dois seguranças de rua confirmaram ver Santana frequentemente no local, porém funcionários do imóvel disseram que o aluguel foi encerrado "há um mês".
O publicitário cumpre mandado de prisão temporária no Brasil. Na segunda-feira passada, ele oficialmente se desligou da equipe de Medina. O coordenador da campanha de Abinader, Roberto Fulcar, disse que Santana "era e é o ideólogo" da campanha do presidente e fez acusações infundadas sobre um débito trabalhista de um hotel já fechado do pai de Abinader. "Seu acordo com o governo foi que seguirá orientando sua equipe no país, a distância", disse Roberto Fulcar. De acordo com o coordenador, Medina "usa a estrutura estatal para comprar instituições, pessoas e meios de comunicação no país, com gastos de 12 milhões de pesos dominicanos (R$ 1 milhão) por dia de fundos públicos".