Alvo de uma das novas frentes da Operação Lava Jato, o marqueteiro João Santana - responsável pelas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2006) e da presidente Dilma Rousseff (PT, 2010 e 2014) - teve pedido de acesso aos autos de investigação negado pelo juiz federal Sergio Moro. "No âmbito da assim denominada Operação Lava Jato, surgiram notícias sobre possíveis pagamentos efetuados pela Odebrecht a João Cerqueira de Santana Filho, em decorrência de anotações encontradas em aparelho celular de dirigente da empresa", informa Moro, em sua decisão do dia 16.
A força-tarefa do Ministério Público Federal investiga, desde novembro, o pagamento por subsidiárias da Odebrecht a Santana em contas no exterior, em países como a Suíça, Inglaterra e Estados Unidos. Uma carta da mulher e sócia de João Santana, Mônica Moura, encontrada nas buscas e apreensões feitas na residência do operador de propinas Zwi Skornicki - lobista que atuava em nome do estaleiro Keppel Fels - foi um dos pontos de partida da apuração.
O pedido de acesso às investigações foi apresentado no dia 21 de janeiro. Moro afirma na decisão que a PF havia sido peticionada diretamente pelo advogado e que se manifestou nos seguintes termos: "Informa que há investigação em andamento sobre possível envolvimento de João Santana em fatos relacionados à Operação Lava Jato e que a publicidade no momento prejudicaria as investigações". Em reação à decisão, a defesa do marqueteiro João Santana protocolou no sábado petição na qual informa ao juiz federal Sergio Moro que prestará depoimento tão logo seja convocado pelo magistrado.