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Operação Lava Jato

- Publicada em 21 de Fevereiro de 2016 às 18:20

Lula teria praticado tráfico de influência

 Former Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva speaks to young militants during the 3rd Congress of the Youth of the Workers' Party (PT) in Brazilia on November 20, 2015. AFP PHOTO / ANDRESSA ANHOLETE

Former Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva speaks to young militants during the 3rd Congress of the Youth of the Workers' Party (PT) in Brazilia on November 20, 2015. AFP PHOTO / ANDRESSA ANHOLETE


ANDRESSA ANHOLETE/AFP/JC
Investigações da Procuradoria da República no Distrito Federal revelam, segundo a revista Época, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez tráfico de influência em favor da Odebrecht na Venezuela. Fazendo a ressalva que as investigações "ainda não são definitivas", a reportagem da revista diz que o ex-presidente atuou como operador da empreiteira em 2011, quando já havia deixado o governo, para destravar e agilizar contratos no exterior financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
Investigações da Procuradoria da República no Distrito Federal revelam, segundo a revista Época, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez tráfico de influência em favor da Odebrecht na Venezuela. Fazendo a ressalva que as investigações "ainda não são definitivas", a reportagem da revista diz que o ex-presidente atuou como operador da empreiteira em 2011, quando já havia deixado o governo, para destravar e agilizar contratos no exterior financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
Procuradores de Brasília apuram as contratações do ex-presidente pela Odebrecht para dar palestras no exterior. Investigada na Operação Lava Jato, a Odebrecht, de acordo com relatórios obtidos pela revista Época, obteve US$ 7,4 bilhões em 52 contratos de financiamentos pelo Bndes para obras no exterior. No mesmo período, a empresa pagou para Lula dar palestras em diversos países.
Um dos exemplos citados na investigação do Ministério Público Federal é um pagamento que a Venezuela devia à Odebrecht. Para receber, a empresa pagou uma viagem de Lula ao país. O ex-presidente emitiu uma notano valor de R$ 359.281,44, declarando que prestou serviços como palestrante para a companhia na Venezuela. 
Para os investigadores, segundo a revista, "a construtora valeu-se da influência e do trânsito do ex-presidente para poder obter o pagamento de quantia recebida pelo país do Bndes". Em um dos despachos da investigação, os procuradores chegam a falar em "modus operandi criminoso" para obtenção de financiamentos públicos.
A investigação também detalha a participação de Luciano Coutinho, presidente do Bndes, no caso. Ao analisar a agenda dele, o MPF diz que Coutinho teve vários encontro com o ex-presidente na época dos fatos investigados. A maior parte destes encontros ocorreu na sede do Instituto Lula, em São Paulo, e foram nomeados, segundo a investigação, como "Conversas sobre a conjuntura econômica", mas alguns não constavam da agenda oficial do presidente do Bndes.
Para a revista, a Odebrecht disse que "prestou as informações solicitadas pelo Ministério Público Federal em inquérito que corre em sigilo e reafirma que mantém uma relação institucional e transparente com o ex-presidente Lula". A assessoria do Bndes, por sua vez, disse que Luciano Coutinho discutiu apenas cenários econômicos nas reuniões que teve no Instituto Lula. E o ex-presidente Lula não quis se manifestar.

Defesa do ex-presidente vai entrar com ação contra procuradores por 'abusos e ilegalidades'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai denunciar a Procuradoria da República no Distrito Federal (DF) ao Conselho Nacional do Ministério Público e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A defesa do petista afirma que os procuradores do DF cometeram "abusos e ilegalidades contra o ex-presidente".
A reação de Lula ocorre depois que a revista Época revelou, na edição deste fim de semana, que os investigadores concluíram que o petista fez tráfico de influência em favor da construtora Odebrecht. "A gravidade dos fatos é gritante, razão pela qual os advogados do ex-presidente Lula irão, mais uma vez, levar a situação ao conhecimento do procurador-geral da República - que até hoje não deu resposta às ilegalidades antes denunciadas - e ao Conselho Nacional do Ministério Público, que necessita cumprir as suas funções constitucionais e impedir que continue havendo o vazamento de informações sigilosas sonegadas aos advogados", afirma a nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins. De acordo com a revista, os procuradores concluíram que "havia um modus operandi criminoso na atuação de Lula, dos executivos da Odebrecht e dos diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) para liberar dinheiro do banco à empreiteira".
A Época diz ainda que "o contrato de palestras entre uma empresa de Lula e a Odebrecht serviu para 'dar aparência de legalidade' ao tráfico de influência". Os procuradores também identificaram que o Bndes aprovava com velocidade incomum - até 49% acima da média - os financiamentos que envolviam gestões de Lula e interessavam à Odebrecht. Em nota divulgada pelo Instituto Lula, a defesa do ex-presidente contesta a reportagem. "O único crime evidenciado na reportagem é o vazamento ilegal de um procedimento sigiloso, ao qual os advogados de Lula tiveram acesso negado, também de forma ilegal", diz a defesa de Lula.