Os vereadores Séfora Mota (PRB) e Rodrigo Maroni (PCdoB) devem aproveitar a janela de 30 dias para troca de partido para mudar de sigla. O prazo abriu na quinta-feira passada, com a promulgação da medida pelo Congresso Nacional. Séfora manifestou insatisfação com a sua pouca participação nas discussões internas de seu atual partido, enquanto Maroni diz ter diferenças de métodos com os comunistas e discordar da organização interna de sua atual agremiação.
Ambos afirmam ter recebido convite de diversos partidos, mas não confirmam preferência por nenhum. Para Séfora, as possibilidades mais próximas são PMDB e PDT, mas a legisladora, que quer concorrer à reeleição, garante ter bom relacionamento com PCdoB, PTB e PPS. Permanecer na base do governo José Fortunati (PDT) deve ser uma das prioridades da vereadora.
Ao contrário de Séfora, Maroni ainda não fala em siglas. "Esse debate não é o central para mim", explica o vereador, que deve focar no direito dos animais na campanha para reeleição. "Acho que a bandeira animal cabe em qualquer partido. Sou favorável que os políticos defendam causas, não siglas", diz.
Maroni afirma não concordar com a forma de fazer oposição do PCdoB e com as avaliações que a legenda tem dos governos municipal e federal, o que deve pesar na sua decisão.
Dentro do PRB, Séfora diz estar isolada. "Fico um pouco chateada. Sou 2ª vice-presidente, mas é só para constar. Hoje não sou chamada para as reuniões", confessou. "Ninguém me chamou para conversar sobre a campanha. Acredito que a coligação (na eleição para a prefeitura) saia, mas não externaram muito comigo", afirmou.
O presidente do PMDB de Porto Alegre, Antenor Ferrari, afirma que a vereadora seria uma boa figura para o partido, mas respeita a sua atual ligação com o PRB. "O PMDB tem interesse na Séfora, mas não conversamos com ela ainda porque ela pertence a outro partido da base aliada", explica.
Nereu D'Avila, presidente do PDT de Porto Alegre, disse receber com alegria a possibilidade da colega de Legislativo fazer parte de sua sigla, mas que é importante debater sua entrada com todos os núcleos da organização. "É uma vereadora muito atuante, mas precisamos democratizar essa informação dentro do partido, conversar com as mulheres do PDT e integrantes da Ação da Mulher Trabalhista", disse. O assunto deve ser tratado em reunião hoje da sigla em Porto Alegre.
O mandato de Séfora no Legislativo termina no dia 30 de março, quando José Freitas, que ocupa a Secretaria de Segurança de Porto Alegre, volta ao cargo. Para a candidatura à reeleição na Câmara, Séfora gostaria de estar em um partido que apoiasse suas principais bandeiras, relacionadas aos direitos das mulheres.
O PMDB e o PDT afirmam que a legisladora teria seu espaço garantido pelos partidos. Caso a vereadora opte por continuar no PRB, seu desejo é trazer uma militância ligada aos direitos humanos para a sigla.