A notícia sobre o possível atraso ou parcelamento dos salários dos servidores municipais repercutiu entre os vereadores na tarde de ontem na Câmara Municipal de Porto Alegre. Em período de lideranças, parlamentares discutiram sobre a crise que afeta não só o município, mas também o Estado e o País.
Enquanto vereadores da oposição questionavam a medida do prefeito José Fortunati (PDT) para lidar com as dificuldades econômicas, vereadores da base criticavam os governos do PT no Rio Grande do Sul e no Brasil. "Essa política de penalização reduz as políticas públicas destinadas aos trabalhadores e, como exemplo, temos a segurança pública, que está sucateada", afirmou a líder da oposição no Legislativo, Jussara Cony (PCdoB).
Para Fernanda Melchionna (P-Sol), a crise e o atraso dos salários só ocorre com os trabalhadores e servidores. "Agora, eles alegam que estão vivendo uma crise econômica, mas o que eles querem é dar prioridade para as grandes empresas, em detrimento dos trabalhadores", disse a vereadora.
O líder do governo na Câmara, Kevin Krieger (PP), explicou que a declaração do prefeito não foi feita de forma definitiva e criticou as falas de colegas parlamentares. "O prefeito falou de um contexto geral e revelou uma alternativa, não foi um anúncio do que será feito. Pelos discursos que eu vejo nesse plenário, parece que o PT não tem nada a ver com essa crise", disse. Lourdes Sprenger (PMDB) também criticou gestões petistas e justificou o atraso de salários do governo José Ivo Sartori (PMDB) por débitos deixados pela administração de Tarso Genro (PT).