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Lava Jato

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2016 às 18:26

'Houve propinas em doações', garante Moro

 Reunião do Conselho Político da Presidência do PT com Luiz Inácio Lula da Silva

Reunião do Conselho Político da Presidência do PT com Luiz Inácio Lula da Silva


RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA/DIVULGAÇÃO/JC
Em ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o juiz federal Sérgio Moro afirmou que uma sentença sua, no âmbito da Operação Lava Jato, comprovou o repasse de propinas para campanhas eleitorais e recomendou à Justiça Eleitoral que ouvisse delatores do caso.
Em ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o juiz federal Sérgio Moro afirmou que uma sentença sua, no âmbito da Operação Lava Jato, comprovou o repasse de propinas para campanhas eleitorais e recomendou à Justiça Eleitoral que ouvisse delatores do caso.
No TSE, há quatro ações quem pedem a cassação da coligação da presidente Dilma Rousseff (PT) e seu vice, Michel Temer (PMDB). Todas foram enviadas pelo PSDB.
"Destaco que na sentença prolatada na Ação Penal nº 5012331-04.2015.404.7000 reputou-se comprovado o direcionamento de propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobras para doações eleitorais registradas", escreveu o juiz, em outubro passado. O processo citado pelo juiz foi o que levou às condenações do ex-tesoureiro do PT João Vaccari e do ex-diretor da Petrobras Renato Duque.
"Saliento que os criminosos colaboradores Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Pedro José Barusco Filho, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, Milton Pascowitch e Ricardo Ribeiro Pessoa declararam que parte dos recursos acertados no esquema criminoso da Petrobras era destinada a doações eleitorais registradas e não-registradas", relata Moro.
"Como os depoimentos abrangem diversos assuntos, seria talvez oportuno que fossem ouvidos diretamente pelo Tribunal Superior Eleitoral a fim de verificar se têm informações pertinentes." Em dezembro, Moro enviou à Corte Eleitoral dados da Operação Lava Jato.
Entre os documentos estão um relatório da Polícia Federal (PF) sobre diálogos do dono da UTC, Ricardo Pessoa, e de um executivo da empreiteira, além de denúncias e sentenças ligadas às investigações.
Em sua delação, Pessoa afirmou que, em 2014, foi persuadido pelo ministro Edinho Silva (Comunicação), então tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma, a aumentar as doações. Ele disse que foram acertados R$ 10 milhões, mas foram pagos R$ 7,5 milhões porque ele acabou preso na Lava Jato. O ministro nega a acusação.
Dilma Rousseff tenta evitar que o TSE admita os dados da Lava Jato como prova em pedidos de cassação contra ela no tribunal.

Acuado, presidente do PT evita falar de defesa de Lula

 Ex-presidente participou da reunião do conselho político do partido

Ex-presidente participou da reunião do conselho político do partido


RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA/DIVULGAÇÃO/JC
Horas depois de divulgar uma nota afirmando que a "escalada de ataques ao companheiro Lula" seria um dos temas "prioritários" da reunião desta segunda-feira, realizada entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o conselho político do PT, o presidente da sigla, Rui Falcão, recuou em relação à pauta.
"Não tratamos desse assunto", disse ele em coletiva de imprensa após o encontro petista. Falcão afirmou que na reunião, que durou cerca de quatro horas e teve a presença de nomes de peso do partido, como o prefeito Fernando Haddad, além de três governadores do PT, foram discutidas a "conjuntura política do Brasil, questões econômicas e as relações do Estado Democrático de Direito".
Mais uma vez uma vez, o presidente do PT afirmou que as denúncias envolvendo Lula são "infundadas". "As pessoas têm que provar que são inocentes. Embora o sítio esteja em nome de outra pessoa, o presidente Lula tem que provar que não é dele. É uma inversão de valores", disse.
Segundo investigações do Ministério Público paulista, o sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, que é frequentado pelo ex-presidente e sua família teve reformas pagas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, investigadas pela Operação Lava Jato.
Acuados, a maioria dos petistas que participaram do encontro evitaram sair pela entrada principal, onde estava a imprensa.
Rafael Marques, presidente do sindicado dos metalúrgicos do ABC, saiu com um livro do jornalista Paulo Moreira Leite sobre a Lava Jato, mas negou que a operação e as denúncias tenham sido debatidas. "O Lula veio contribuir com o partido." Outro tema em debate foi um Plano de Emergência para retomar o crescimento do País. Entre as propostas está a convocação de uma Conferência Nacional de Política Econômica.
Questionado sobre a reforma da Previdência, Falcão afirmou que o PT sugere que "há outras questões para se tratar no País", mas enfatizou que o "foro legítimo para discutir o assunto é o próprio governo".