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Opinião

- Publicada em 25 de Fevereiro de 2016 às 16:07

Cortar dívida pública ou virão novos rebaixamentos

O mais do que previsível acabou acontecendo, com a decisão da nota soberana pela Moody's. Surpreendeu foi o rebaixamento duplo em dois graus de uma vez só e marca por ser a última entre as três principais agências de classificação de risco a colocar os títulos da dívida brasileira na categoria de grau especulativo.
O mais do que previsível acabou acontecendo, com a decisão da nota soberana pela Moody's. Surpreendeu foi o rebaixamento duplo em dois graus de uma vez só e marca por ser a última entre as três principais agências de classificação de risco a colocar os títulos da dívida brasileira na categoria de grau especulativo.
Com a ação, o Brasil perde o rótulo de bom pagador e, assim, é excluído da cesta de países em que vale a pena investir. A primeira agência que retirou o grau de investimento do País foi a Standard & Poor's.
O rebaixamento veio no dia 9 de setembro do ano passado, quando a S&P cortou em um grau (de BBB- para BB ). Em julho, a agência já havia alertado analistas do mercado financeiro quando, no dia 28, alterou a perspectiva da nota para negativa. A confirmação de uma redução de dois níveis e a perspectiva negativa, num certo sentido, confirmam o pior cenário.
A decisão dupla da Moody's chega em um contexto político delicado, piorando o que estava ruim. O que o rebaixamento diz é que a dívida pública federal vai continuar aumentando, e nada para impedir isso está colocado sobre a mesa do governo. Alguns apostam que ela chegará a 90% do PIB ao fim do governo Dilma Rousseff (PT).
O que a maioria fica se perguntando é por qual motivo, após 14 meses do segundo mandato da presidente, apesar de divulgados os cortes nos gastos do governo, incluindo ministérios, pouco ou quase nada foi feito, efetivamente. Por essa demora, pagamos um alto preço, literalmente.
Alguns economistas gaúchos alertaram que "agências de classificação de risco estão envolvidas com o sistema financeiro internacional e, com ele, ganham dinheiro nesses movimentos para cima e para baixo". As agências seriam um guia, mas não são infalíveis.
Por isso, é vital que implemente-se um programa ousado de venda de ativos públicos, que poderia amenizar a necessidade de arrecadação de recursos. É hora de assumir responsabilidades e abandonar a letargia e a inação. É preciso adotar uma regra de ouro para as despesas públicas a fim de que não possam elevar-se acima da taxa de crescimento do PIB.
O Brasil precisa de um entendimento nacional, porém, também necessita uma contrapartida, um rumo, um norte. É tudo o que o País não enxerga hoje. O tempo corre contra nós todos. Já se perdeu o grau de investimento.
Até o final do ano, podemos ter outros milhares de postos de trabalho fechados. O atual ambiente de incerteza penaliza corporações brasileiras de todos os tamanhos. As pequenas e médias empresas estão sufocadas. Muitas lutam apenas para sobreviver. Outras fecham suas portas.
Até poucos anos, quem sabia da existência das agências de classificação de risco, ratings, no nome em inglês? Ora, das suas notas saem a visão que os mercados, os investidores, os fortes fundos de pensão e, muito mais, os emprestadores de dinheiro, a banca internacional, se baseiam para aumentar ou diminuir os juros cobrados na dívida soberana ou das empresas de um determinado país.
O país que nos interessa, claro, é o Brasil. Mas, as agências de risco, como as pessoas e aí está o problema , variam de opiniões e gostos. Nessa inconstância, passam, frequentemente, de um a outro extremo.
Em 2008, nas vésperas do banco Lehman Brothers quebrar, as agências mantinham o grau de investimento para ele e outras bancas. Em seguida, veio a crise que arrastou o mundo e que dura até hoje, com menor intensidade, mas existe.
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