Porto Alegre, cidade de bebês e babás

A tirania pode, muitas vezes, vir disfarçada de boas intenções. Os "bons samaritanos" nunca descansam em "cuidar" dos outros. Esquecem que a liberdade pressupõem responsabilidade. Nisso está incluída a liberdade de escolher o que consome: muito sal ou pouco sal. A escolha deve ser do indivíduo. Assim como a escolha é individual, as consequências também devem ser. Grande parte da sociedade porto-alegrense ficou perplexa com o que se discute dentro da Câmara de Vereadores. O nível de chatice e irresponsabilidade das babás de Porto Alegre chegou a um patamar sem precedentes. Parece que, para esses intrometidos, o mundo perfeito é sem sal, sem gordura, sem fumantes e sem álcool. Para esses vereadores, não é o suficiente deixar pessoalmente de consumir esses produtos. Precisam impor os mesmos costumes aos outros.

Essas babás acreditam que este tipo de lei vai conseguir criar uma sociedade superior. Não existe bom senso na classe política sobre que é ou não é se intrometer na vida dos outros. Esta busca pela saúde perfeita faz lembrar coisas terríveis presentes na história. Lembre-se da Segunda Guerra Mundial e do regime nazista. Nada disso parece preocupar os políticos, esses precisam "salvar vidas". Esquecem que as sociedades livres devem prezar pela liberdade de escolha. Proibir o sal em mesas de bares pode parecer uma notícia boba nos jornais. Pode também parecer mais uma "boa ação" dos "bons samaritanos". Mas Friederich Hayek avisa, em seu livro O caminho do servidão: a tirania não vem em um único golpe, e nem nua para todos enxergarem. Aquilo que uma sociedade composta por cidadãos livres busca é ser deixada para viver de acordo com as suas próprias escolhas.