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Opinião

- Publicada em 05 de Fevereiro de 2016 às 15:59

A segurança pública deve estar em todos os lugares

Os Territórios da Paz foram uma ideia básica muito boa para que, de maneira lenta, porém irreversível, o poder público assumisse todos os recantos das cidades, e não apenas estivesse presente, de maneira talvez até involuntária, mas cedendo às pressões, nos bairros de classe média alta ou rica. É fundamental levar os serviços de saneamento básico, escolas, postos de saúde e muito esclarecimento à periferia. É preciso que os mais pobres voltem a confiar nos serviços públicos em todas as instâncias, e não apenas nas forças policiais. No Rio de Janeiro ou em Porto Alegre.
Os Territórios da Paz foram uma ideia básica muito boa para que, de maneira lenta, porém irreversível, o poder público assumisse todos os recantos das cidades, e não apenas estivesse presente, de maneira talvez até involuntária, mas cedendo às pressões, nos bairros de classe média alta ou rica. É fundamental levar os serviços de saneamento básico, escolas, postos de saúde e muito esclarecimento à periferia. É preciso que os mais pobres voltem a confiar nos serviços públicos em todas as instâncias, e não apenas nas forças policiais. No Rio de Janeiro ou em Porto Alegre.
E, como sempre, a prevenção é mais importante do que, após, a aplicação do medicamento social. Não se deve, por isso mesmo, deixar que terrenos dos governos ou particulares sejam tomados por casebres. Ali, famílias se estabelecem, acabam colocando filhos em escolas próximas, homens e mulheres conseguem empregos ou tiram o seu sustento praticando pequenos serviços e, passados 10, 15 ou talvez 20 anos, com a valorização e a vontade de efetuar a obra prevista para o local décadas atrás, aí vem a dolorosa remoção.
Aconteceu em Porto Alegre com muitas vilas, uma delas em pleno Centro da Capital e ao lado de repartições das mais relevantes. E isso quando se sabe que a maior poluição que afeta o ser humano são o subdesenvolvimento, a fome e a miséria.
Aí, em meio a vielas onde não passam carros de bombeiros, polícia ou até ambulâncias, como não abrir as portas para o domínio do tráfico, da promiscuidade e da desagregação - quando elas existem - das famílias? Pois, no Rio de Janeiro, uma chaga social, que vem desde pelo menos 30 anos, está sendo erradicada. Porém, esse trabalho vem sendo executado - apesar das nódoas quase inevitáveis de truculência -, com a ocupação das favelas da zona Norte do Rio. A região que abrigava a maior "cracolândia" - área inteiramente dominada por traficantes e os graúdos compradores - do Rio, hoje sedia a 29ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da cidade. Trabalho ordenado, e evitando o enfrentamento - tanto que houve o anúncio da invasão antes do seu efetivo cumprimento -, a ocupação foi efetivada em apenas 20 minutos, sem disparo de nenhum tiro nem ameaça de confronto entre policiais e traficantes. Para alguns moradores, a região era a "Faixa de Gaza", comparação com uma das áreas mais violentas do Oriente Médio.
A Secretaria de Segurança do Rio não se preocupou "em fazer de um bandido um troféu". O mais importante foi devolver o território a 70 mil pessoas. Mas não basta ocupar, eis que a grande segurança social só advém da família, da escola, do posto de saúde, da moradia e, acima de tudo, do emprego e ocupação para os jovens. A prova do domínio do tráfico nestas favelas, sejam do Rio de Janeiro ou núcleos pobres de Porto Alegre, é o fato de que muitos moradores desconfiaram, no início, da presença policial.
Enfim, Porto Alegre deve seguir o exemplo. Deu gosto de ver as bandeiras Nacional e do estado do Rio de Janeiro serem hasteadas com a presença de muitas crianças. Incrivelmente, só há pouco o governo brasileiro, no amplo sentido, chegou a estas pessoas estigmatizadas, mesmo que a maioria seja composta por trabalhadores. Espera-se que para melhorar a vida delas, com ordem e progresso. É assim que se traz paz para um território. E isso o Rio Grande do Sul está precisando. E muito. Assim, urge agir, com trabalho do Estado e das prefeituras.
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