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Síria

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2016 às 16:05

EUA e Rússia acertam início de trégua para sábado

 Syrians gather at the site of a series of attacks the area of the Sayyida Zeinab shrine south of Syria's capital Damascus on February 21, 2016.  At least 30 people were killed in a series of attacks, including a car bombing, near a Shiite shrine south of Syria's capital, state television and the Syrian Observatory for Human Rights said. / AFP / YOUSSEF KARWASHAN

Syrians gather at the site of a series of attacks the area of the Sayyida Zeinab shrine south of Syria's capital Damascus on February 21, 2016. At least 30 people were killed in a series of attacks, including a car bombing, near a Shiite shrine south of Syria's capital, state television and the Syrian Observatory for Human Rights said. / AFP / YOUSSEF KARWASHAN


YOUSSEF KARWASHAN/AFP/JC
Autoridades norte-americanas afirmaram ontem que a Rússia concordou com os termos do plano para o "cessar das hostilidades" na Síria. Segundo pessoas próximas ao assunto, que não quiseram se identificar, um anúncio deve ser feito após uma conversa por telefone entre os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin. O acordo entraria em vigor no próximo sábado.
Autoridades norte-americanas afirmaram ontem que a Rússia concordou com os termos do plano para o "cessar das hostilidades" na Síria. Segundo pessoas próximas ao assunto, que não quiseram se identificar, um anúncio deve ser feito após uma conversa por telefone entre os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin. O acordo entraria em vigor no próximo sábado.
A trégua pode encerrar semanas de reuniões diplomáticas em Genebra. Uma primeira rodada de negociações foi rapidamente encerrada após o governo russo iniciar uma enorme ofensiva aérea em apoio às forças do regime de Bashar al-Assad, que tentam retomar dos rebeldes a maior cidade síria, Aleppo.
O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, disse à agência Associated Press que esta semana está se tornando "crucial" para os esforços diplomáticos que tentam encerrar o conflito. O italiano, no entanto, não deu detalhes sobre as negociações.
As explosões de domingo em Damasco e Homs, que mataram quase 150 pessoas, deixam muitos sírios céticos quanto ao acordo. Isso porque o pacto exclui grupos considerados terroristas pelas Nações Unidas, como a Frente Nusra, afiliada da Al-Qaeda na região, e o Estado Islâmico, que reivindicou as explosões de ontem. De Mistura condenou os ataques, que estão entre os mais violentos desde o início do conflito, e sugeriu que o grupo pode estar se sentindo acuado.
O Kremlin também anunciou que Putin conversou com o emir do Catar, um dos principais aliados dos rebeldes que tentam retirar Assad do poder. Os dois lados concordaram em "intensificar os contatos bilaterais para facilitar o encerramento da crise", informou um comunicado do governo russo.
 

Forças externas pedem paz, mas estimulam guerra, diz relatório

Os atores internacionais e regionais que mais pedem uma solução pacífica para a guerra na Síria, que completará cinco anos em março, são os mesmos que continuam alimentando a escalada militar do conflito. Essa foi uma das conclusões do relatório da Comissão Independente Internacional de Investigação sobre a Síria, liderada pelo diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.
A pesquisa foi realizada entre 10 de julho de 2015 e 10 de janeiro de 2016 e teve como base 415 entrevistas conduzidas na Síria e à distância, além de análises acadêmicas e relatórios governamentais, de ONGs e das Nações Unidas. As coalizões militares lideradas por Rússia e Estados Unidos diminuíram a capacidade financeira e operacional da facção terrorista Estado Islâmico, sem, no entanto, erradicar os ataques dos extremistas em importantes regiões, como a rota de suprimentos entre as cidades de Hamah e Aleppo ou áreas próximas a Homs.
O estudo mostra que, com a baixa de soldados nas Forças Armadas, Assad passou a recrutar milicianos estrangeiros para suas ofensivas, levando à fragmentação das forças do governo e à descentralização da autoridade do Estado. Com o conflito, mais de três milhões de crianças sírias deixaram de ir à escola regularmente.