O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou ontem que vai continuar com as políticas adotadas desde seu primeiro mandato, em 2006, mesmo se for derrotado no referendo realizado no domingo, quando 6,5 milhões de eleitores bolivianos foram às urnas para votar uma mudança constitucional que permitiria a Morales disputar o quarto mandato consecutivo em 2019. O governante disse que o resultado será respeitado, e as mudanças continuarão.
"Não somos apenas um governo. Somos uma revolução pacífica, democrática e cultural", disse o presidente. "A vida continua, e nossa luta para (melhorar o país) continuará." O terceiro mandato de Evo Morales termina em 2020.
Pesquisas de boca de urna de duas consultorias privadas dão vitória à oposição, mas Morales pediu aos bolivianos que esperassem "serenamente" os resultados oficiais. Segundo o presidente, quando forem computadas as urnas no interior da Bolívia e no exterior - onde o governo tem apoio - o panorama pode mudar.
Se a reforma for aprovada, e Morales novamente reeleito, o presidente poderá continuar no poder até 2025. Em dez anos, ele estatizou os recursos naturais, reduziu os índices de analfabetismo e de pobreza, e a economia boliviana cresceu em média 5% ao ano. As previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) são de um crescimento de 3,5% neste ano.