A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou, nesta quinta-feira, que participará de uma operação naval no Mar Egeu visando coibir o contrabando de imigrantes vinculado à crise de refugiados na Europa. A participação da aliança militar ocidental era uma reivindicação da Alemanha, da Grécia e da Turquia.
Segundo uma autoridade alemã ouvida pela agência France Presse, o objetivo da operação é elucidar a situação na costa turca, de onde sai a maioria dos imigrantes ilegais que têm como destino a Europa. Os navios da Otan ficarão sob comando alemão e trabalharão lado a lado com as guardas costeiras turcas, gregas e da Frontex (organização europeia para defesa das fronteiras).
Segundo o comandante da Otan para a Europa, o general norte-americano Philip Breedlove, a iniciativa não tem como fim deter barcos com refugiados, mas contribuir com informações de inteligência e vigilância para combater o tráfico de pessoas e redes criminosas. "Existe uma rede que está explorando essas pobres pessoas, é um tráfico organizado", disse o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter. Em 2015, mais de 1 milhão de pessoas chegaram à Europa.
Em pronunciamento a empresários em Ancara, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que as fronteiras do país sofrem com a pressão dos milhares de refugiados sírios que tentam fugir de Aleppo e insinuou que o país poderá transferir essas pessoas a outros países. "Não tenho a palavra 'idiota' escrita na testa", disse Erdogan. "Não pensem que temos aviões e ônibus prontos para nada. Faremos o que for necessário."