O mais recente boletim epidemiológico, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, aponta 4.107 casos de microcefalia em investigação em todo o Brasil. O boletim aponta, ainda, que 950 notificações já foram descartadas e 583 foram confirmadas para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. Os 583 casos confirmados ocorreram em 235 cidades em 16 estados brasileiros.
Ao todo, foram notificados 120 óbitos por microcefalia ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 30 foram confirmados, 80 seguem em investigação e 10 foram descartados. Do total de confirmados, 67 estavam relacionados ao zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Esse dado, no entanto, não representa a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. A pasta considera que houve infecção pelo zika na maior parte das mães que tiveram bebês que foram diagnosticados com microcefalia.
Em visita ao País, a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, admitiu ontem estar impressionada com a mobilização contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue, do zika e da febre chikungunya. Ela ressaltou a importância da participação popular. "O mosquito é teimoso, mas não vai vencer o Brasil", afirmou. No entanto, admitiu que a luta será "longa e complexa". Depois de encontrar a presidente Dilma Rousseff, a diretora-geral da OMS visitará o Instituto Materno Infantil de Pernambuco, hoje, às 8h30min.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, reiterou a intenção de utilizar os estudos que vêm sendo desenvolvidos para criar uma vacina contra a dengue, hoje em fase de testes, para desenvolver uma vacina contra o zika.