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Geral

- Publicada em 23 de Fevereiro de 2016 às 22:08

Uso de fiação subterrânea enfrenta entraves na Capital

Maior parte dos cabos não é de alta-tensão, mas de empresas e provedores de telecomunicação

Maior parte dos cabos não é de alta-tensão, mas de empresas e provedores de telecomunicação


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jessica Gustafson
O temporal que ocorreu na Capital no dia 29 de janeiro demonstrou que a cidade precisa de novos planejamentos em algumas áreas, como manejo das árvores nos parques e vias e na organização da fiação, para evitar que os prejuízos se repitam.
O temporal que ocorreu na Capital no dia 29 de janeiro demonstrou que a cidade precisa de novos planejamentos em algumas áreas, como manejo das árvores nos parques e vias e na organização da fiação, para evitar que os prejuízos se repitam.
Pensando nisso, a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana da Câmara Municipal discutiu ontem a aplicação da Lei nº 10.337/07, que trata do uso de redes de infraestrutura subterrâneas para transmissão de energia elétrica, telefonia, comunicação de dados via fibra ótica e de televisão a cabo.
As dificuldades apresentadas para a colocação dessas redes foram diversas, entre elas o alto custo da instalação, a necessidade de adaptação de prédios antigos e existência de outras redes, como água e esgoto.
Conforme dados da Defesa Civil, em apenas um dia e meio, o órgão recebeu 326 ligações informando queda de fios após o temporal, principalmente nas avenidas Praia de Belas e Borges de Medeiros. Muitos deles não eram de alta tensão, mas se assemelhavam, o que causou preocupação aos moradores. A legislação prevê alguns locais em que os fios devem ser exclusivamente colocados por baixo da terra, sendo eles o Centro, os parques, as praças, os passeios e as vias públicas densamente arborizados.
De acordo com Cristiano Dalmeida Rosa, engenheiro da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a região do Centro já foi projetada para ter rede subterrânea e praticamente toda ela cumpre a legislação. "Os problemas de falta de luz no dia do temporal ocorreram principalmente por causa de pedaços de mármore do Shopping Praia de Belas, que foram arremessados pelo vento em cima de uma subestação de energia", explicou. Segundo ele, o grande problema de retirar a fiação de alta tensão dos postes em outros pontos da cidade é que qualquer investimento feito acaba impactando na tarifa de energia para o consumidor.
Luiz Fernando Colombo, diretor de Iluminação Pública (DIP) da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), disse que, no Centro, a maioria da rede já é subterrânea, e que a prefeitura executará em breve um projeto para implantar a infraestrutura no restante, pois alguns fios ainda estão ligados a postes da CEEE. Os parques da cidade também já possuem iluminação pública subterrânea. O grande problema abordado na reunião foi sobre a fiação que não é de alta tensão e que é instalada pelas empresas e provedores de telefonia, comunicação de dados via fibra ótica e de televisão a cabo nos postes. Muitos cabos acabam não passando por manutenção e ficam praticamente soltos. "Estamos nos reunindo com essas empresas, para que elas encontrem uma solução para isso", garantiu Colombo.
O executivo de relações institucionais da empresa Oi, Jaime Borin, disse que a operadora tem fios subterrâneos na região central, mas não na quantidade necessária. De acordo com ele, um dos problemas encontrados é a existência de prédios muito antigos na localidade, que precisariam criar uma entrada subterrânea para a instalação dos serviços.
"Temos hoje, no Rio Grande do Sul, 432 provedores desses serviços, o que justifica a grande quantidade de fios nos postes. Os prédios mais antigos não estão adaptados para isso e precisariam passar por obras caras, que poderiam até provocar danos estruturais. É difícil convencê-los a fazer a intervenção", explica. Outra dificuldade relatada por ele é que a prefeitura não tem um mapa exato das redes de esgoto e água para saber os locais que não devem ser utilizados.
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