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Transporte Público

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2016 às 22:06

Protesto contra o aumento da passagem reúne 3 mil

 Catraca feita de jornal e boneco do prefeito José Fortunati foram queimados

Catraca feita de jornal e boneco do prefeito José Fortunati foram queimados


JOÃO MATTOS/JC
A indignação da população com o aumento da passagem dos ônibus, que passou de R$ 3,25 para R$ 3,75, foi demonstrada no protesto realizado ontem na Capital. A segunda manifestação do ano contra o valor da tarifa lembrou o clima das de 2013, quando as ruas foram tomadas de pessoas revoltadas com o preço das passagens.
A indignação da população com o aumento da passagem dos ônibus, que passou de R$ 3,25 para R$ 3,75, foi demonstrada no protesto realizado ontem na Capital. A segunda manifestação do ano contra o valor da tarifa lembrou o clima das de 2013, quando as ruas foram tomadas de pessoas revoltadas com o preço das passagens.
Organizado pelo Bloco de Luta pelo Transporte Público, o ato, que reuniu cerca de 3 mil manifestantes, teve início em frente à prefeitura e se deslocou pelo Centro, passando pelo Túnel da Conceição e terminando no Largo Zumbi dos Palmares. Logo na saída da manifestação, uma catraca feita de jornal e um boneco do prefeito José Fortunati foram queimados aos gritos de "Prefeito!/ Da elite!/ O povo te demite!" e "Aumenta a luz/ O ônibus de novo/ Só não aumenta o salário do povo". O próximo protesto está previsto para o dia 29.
O reajuste de 15,38% começou a vigorar ontem, junto com o início da operação dos novos consórcios formados pelas mesmas empresas que já atuavam na Capital. Segundo alguns manifestantes, o primeiro dia do novo serviço não representou mudanças no transporte, só no preço.
O estudante de Artes Visuais, Lucas Nepomuceno, disse que nunca viu um aumento na passagem tão expressivo quanto esse. "Hoje (ontem), peguei o ônibus achando que alguma coisa tinha melhorado, mas não. Só vi foi ônibus lotado, sem ar-condicionado. O serviço é o mesmo e só impacta é no nosso bolso", criticou.
O funcionário público Maurício Fagundes considerou o reajuste um atentado à economia popular. "Isso é um roubo. Não tem fundamento uma reposição dessas. Nenhum trabalhador recebe esse percentual de aumento. Além disso, temos aí as mesmas empresas. O que eles teriam que fazer, ficou em aberto", afirmou.
Já o professor César Augusto Moura, ligado ao Cpers/Sindicato, disse que o transporte público deveria ser uma ferramenta de promoção social e de cidadania, e não um negócio para os empresários e para as fábricas de veículos. "Precisamos de uma proposta de sociedade justa e humana, que dê o direito, principalmente, para a juventude da periferia ir e vir. O protagonismo precisa ser social, e os movimentos sociais não podem ser criminalizados. Por isso estou aqui", contou.
A partir das 18h, todos os ônibus que vinham para o Centro foram desviados pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) nas avenidas João Pessoa, Ipiranga e Osvaldo Aranha, deixando de passar pela região central no momento do protesto.

Dos 296 veículos da nova frota, 86 não possuem ar-condicionado

O início da operação dos novos consórcios transcorreu conforme o previsto, de acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). O fim da tabela de verão também qualificou o atendimento à população, com a redução do tempo de espera nas paradas. Logo no início da manhã, porém, algumas críticas começaram a surgir por parte dos passageiros sobre a falta de climatização nos ônibus. O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, diz que houve um problema no material de divulgação, induzindo ao erro até mesmo o prefeito José Fortunati, que informou que os 296 ônibus novos estariam equipados com ar-condicionado. "O critério previsto no edital é de 25% de veículos climatizados no início da operação. Somente o lote 5, que atende à Zona Leste, apresentou esse percentual. Os outros colocaram mais do que o previsto. Dos novos coletivos, 86 não estão com ar-condicionado e 210 estão equipados. A partir de agora, todos os veículos que ingressarem precisarão estar climatizados", explicou.

P-Sol ingressa com ação na Justiça

Lideranças do P-Sol ingressaram, na tarde de ontem, com uma ação judicial contra o aumento da tarifa de ônibus. De acordo com a vereadora Fernanda Melchionna, o aumento de R$ 0,50 é abusivo, e a maneira como foi realizado o ajuste é ilegal. "Temos uma lei municipal que prevê o controle do reajuste a partir da votação do Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu). A realização da licitação não se sobressai à lei. Além disso, a concorrência foi de cartas marcadas, pois as mesmas empresas continuaram operando o sistema, e a única de fora, a Stadtbus, foi desclassificada mesmo apresentando valor menor", explica. A vereadora também diz que existe ação na Justiça para analisar a legalidade da licitação.