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Saúde

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2016 às 22:06

Criadouros domiciliares são maioria na Capital

Militares visitaram mais de 79 mil imóveis na Capital

Militares visitaram mais de 79 mil imóveis na Capital


ANTONIO PAZ/JC
Mesmo com a campanha de conscientização que vem sendo realizada pelos governos a respeito da importância da participação da população no combate ao mosquito Aedes aegypti, a ação individual de eliminação de criadouros está longe de ser satisfatória. Em Porto Alegre, 81% (equivalente a cerca de 2,8 mil) dos 3.479 criadouros encontrados na ação realizada no sábado estavam dentro das residências, principalmente em bairros de classe média ou alta.
Mesmo com a campanha de conscientização que vem sendo realizada pelos governos a respeito da importância da participação da população no combate ao mosquito Aedes aegypti, a ação individual de eliminação de criadouros está longe de ser satisfatória. Em Porto Alegre, 81% (equivalente a cerca de 2,8 mil) dos 3.479 criadouros encontrados na ação realizada no sábado estavam dentro das residências, principalmente em bairros de classe média ou alta.
Até sexta-feira desta semana, os militares continuarão fazendo visitas domiciliares. Eles ainda devem bater nas portas de cerca de 18 mil famílias, contando aquelas casas que não foram visitadas e aquelas cujos moradores não estavam presentes no sábado. No dia da ação nacional, os militares passaram em 39.062 imóveis da Capital. Destes, 10.882 estavam fechados e 642 recusaram a entrada dos agentes.
O secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter, comemorou o índice baixo de recusa. "Vivemos uma época de constante insegurança, e a presença de homens fardados ajuda a fazer com que as pessoas se sintam mais propensas a permitir a entrada", explicou. As pessoas que insistirem em proibir a visita serão notificadas.
A prefeitura também divulgou ontem o resultado do primeiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) de Porto Alegre em 2016. Entre os dias 25 de janeiro e 3 de fevereiro, foram encontrados 200 criadouros em 7.596 imóveis de 57 bairros da Capital, o que aponta um índice de infestação de 2,3%, considerado de médio risco pelo Ministério da Saúde. No entanto, o levantamento mostrou índice acima de 3,9%, considerado de risco altíssimo, nos bairros Independência, Mont'Serrat, Moinhos de Vento, Bela Vista, Auxiliadora, Bom Fim, Santa Cecília, Rio Branco, Jardim Botânico, Petrópolis, Rubem Berta, Camaquã, Vila Assunção, Tristeza, Vila Conceição, Hípica, Pedra Redonda, Serraria, Espírito Santo e Guarujá. Hoje, a Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) aplicará inseticida em trecho do bairro Vila Nova, onde foram confirmados 11 casos de dengue.
Porto Alegre também possui armadilhas distribuídas pela cidade, que servem para capturar o mosquito fêmea adulto e analisar a presença das três doenças. Entre os dias 10 e 30 de janeiro, nenhum dos espécimes capturados apresentou positividade para zika e chikungunya apenas um resultado foi positivo para dengue, no bairro Chácara das Pedras, onde foram encontrados 1,9 mil criadouros. Para Ritter, a Capital está vencendo a batalha contra o mosquito, mas ainda é preciso ressaltar a importância da participação dos munícipes. Os locais preferidos pelas larvas são baldes, potes e frascos, além de pratinhos que ficam embaixo de vasos de plantas e ralos.
A ação de sábado, que envolveu aproximadamente 450 profissionais da saúde e cerca de 1,5 mil homens e mulheres do Exército brasileiro, constituiu a segunda fase da campanha nacional contra o Aedes aegypti. A terceira fase, que começou ontem pela manhã, reforça as visitas domiciliares, com o objetivo de evitar a proliferação do mosquito.
Em nível nacional, a ação alcançou 2,8 milhões de imóveis em 428 cidades brasileiras. Destes, 295 mil locais estavam fechados e, em 15 mil, houve a recusa de acesso. Foram 220 mil integrantes das Forças Armadas atuando em conjunto com os agentes comunitários de saúde e de controle de endemias.

Suspensão de aplicação de larvicida no Rio Grande do Sul tem caráter preventivo, diz Gabbardo

Declarações de médicos argentinos de que o aumento de casos de microcefalia estaria associado ao uso do larvicida Pyriproxyfen deram o que falar. O Rio Grande do Sul foi o primeiro Estado a proibir, com função preventiva, o uso do larvicida. Ontem, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, esteve reunido com representantes da Emater, da Corsan e do Dmae para discutir possíveis alternativas para quem precisa utilizar o Pyriproxyfen.
"Esse produto nunca foi utilizado com tanta frequência. Não reconhecemos a necessidade de utilizá-lo, porque acreditamos que o controle mecânico de infestação de larvas é mais eficaz. Portanto, mantemos a suspensão", comentou Gabbardo. Para os moradores de cidades que utilizam água potável oriunda de poços, o secretário sugeriu a utilização de cloro, já obrigatório quando a distribuição desse tipo de água é coletiva, ou o controle mecânico. "Recomenda-se que os potes sejam tampados e lavados." O uso do larvicida em volumes que não serão destinados ao consumo humano continua liberado.
O Pyriproxyfen vem sendo utilizado desde 2014, e a Secretaria Estadual de Saúde (SES) não possui nenhum registro de que o produto tenha causado qualquer condição de saúde. O Estado não possui um levantamento de quantas cidades faziam uso do produto, mas presume que sejam aproximadamente 180 é o número de cidades em que existe contaminação por dengue.
Em Porto Alegre, o secretário Fernando Ritter garantiu que o larvicida nunca foi utilizado, portanto, não há preocupação municipal com essa questão. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) negou ter associado o produto à microcefalia e disse que "tudo não passou de um mal-entendido".
A Sumitomo Chemical, laboratório que fabrica o Pyriproxyfen, emitiu nota afirmando que não há base científica que comprove danos à saúde provocados pelo larvicida, que é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Ministério da Saúde também negou a existência de estudo epidemiológico que comprove a associação do uso do larvicida e da microcefalia, e atestou que somente recomenda a utilização de larvicidas em situações especiais, nas quais há necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente.
Gabbardo afirma que se valeu da autonomia que cabe ao gestor estadual para tomar a decisão. "Falo pelo Rio Grande do Sul, e não pelos demais estados brasileiros, que precisam avaliar as particularidades do uso do produto em seu território." 
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela SES na sexta-feira, o Rio Grande do Sul registra 58 casos confirmados de dengue 15 deles autóctones. No ano passado, foram somente sete. Além disso, o Estado já soma 52 casos suspeitos de febre chikungunya, sem confirmação, e, das 52 notificações de zika, apenas um caso foi confirmado.