Militares iniciam terceira fase do combate ao Aedes

Militares das Forças Armadas executam, de hoje até quinta-feira, a terceira fase da operação contra o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão do zika vírus, da dengue e da febre chikungunya. No Estado, um quarto dos 25 mil homens (20 mil apenas do Exército) mobilizados no último sábado atuarão nas localidades com maior incidência do mosquito. O efetivo será de 6 mil homens. Conforme o Comando Militar do Sul (CMS), nesta etapa, a meta é erradicar focos de proliferação do mosquito.

Em Porto Alegre, os militares rastrearão os domicílios e estabelecimentos, sempre ao lado de agentes de saúde municipais e estaduais. Novamente, a exemplo do Dia D do combate ao Aedes, no sábado, serão 11 bairros a serem percorridos na Capital. Os militares devem auxiliar na aplicação de inseticidas e larvicidas somente em cidades do Interior.

A primeira fase foi de treinamento e capacitação das tropas para detectar pontos de contaminação e saber transmitir informações e orientações à população. A fase dois ocorreu no sábado, quando mais de 220 mil integrantes das Forças Armadas (Marinha, Aeronáutica e Exército) foram mobilizados.

O tenente-coronel comandante do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda do Exército em Porto Alegre, Fernando Cunha, comparou a ação a uma operação de guerra, "mas sem armas convencionais". "Mobilizamos muitos meios logísticos para cobrir a Grande Porto Alegre", explicou Cunha. "É semelhante, de certa forma, a uma operação de guerra, e precisamos do apoio da sociedade para vencer o mosquito."

Na Capital, foram montados verdadeiros quartéis generais (QGs) para apoiar as tropas. Os sete QGs estão nos shoppings Total, Bourbon Wallig e Iguatemi, Centro Administrativo Regional Centro (CAR Centro), praça Adair Figueiredo (Petrópolis), Auditório Araújo Vianna (Bom Fim) e Praça da Encol (Bela Vista). O trabalho de hoje até quinta-feira vai das 8h às 18h.

A partida oficial do Dia D foi no bairro Partenon. No Bom Fim, agentes e militares mostraram preocupação com a desinformação. "As pessoas ignoram os riscos, desconhecem mesmo", alarmou a servidora da saúde municipal Rosângela Lopes, citando pontos de acúmulo de água em edifícios.

No dia da mobilização nacional, uma controvérsia se instalou. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) suspendeu o uso do larvicida pyriproxyfen, distribuído pelo Ministério da Saúde e aplicado na água para consumo humano em situações específicas para combater o desenvolvimento das larvas do Aedes. O produto era utilizado desde 2014. O secretário da Saúde gaúcho, João Gabbardo, justificou que a organização médica argentina Physicians in the Crop-Sprayed Towns cogita a existência da relação do larvicida com a microcefalia. O Ministério da Saúde reagiu em nota descartando a associação.

A SES divulgou, na sexta-feira, novo boletim epidemiológico, apontando que, nas primeiras seis semanas de 2016, houve registro de cinco vezes mais casos de dengue confirmados do que no mesmo período do ano passado. Dos 701 casos notificados, 58 foram confirmados (22 somente na semana entre 7 a 12 deste mês). O Estado também soma 52 casos suspeitos de febre chikungunya e um caso confirmado de zika vírus das 52 notificações. As regiões com maior infestação são a Metropolitana, fronteiras Noroeste e Oeste, Celeiro, Noroeste Colonial e Alto Jacuí.