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Saúde

- Publicada em 04 de Fevereiro de 2016 às 22:30

Brasil terá 600 mil novos casos de câncer no próximo biênio

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou, nesta quinta-feira, um relatório de estimativas em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado em 4 de fevereiro. Os dados mostram que nos próximos dois anos serão cerca de 600 mil novos casos no País (com exceção dos cânceres de pele não melanoma, cujos índices de mortalidade são baixos, mas que devem contabilizar 180 mil ocorrências no período). No Rio Grande do Sul, serão quase 60 mil (32.230 em homens e 26.100 em mulheres) - destes, cerca de 8 mil serão registrados em Porto Alegre (3.650 em homens e 4.320 em mulheres).
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou, nesta quinta-feira, um relatório de estimativas em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado em 4 de fevereiro. Os dados mostram que nos próximos dois anos serão cerca de 600 mil novos casos no País (com exceção dos cânceres de pele não melanoma, cujos índices de mortalidade são baixos, mas que devem contabilizar 180 mil ocorrências no período). No Rio Grande do Sul, serão quase 60 mil (32.230 em homens e 26.100 em mulheres) - destes, cerca de 8 mil serão registrados em Porto Alegre (3.650 em homens e 4.320 em mulheres).
Entre os homens, o câncer de próstata é o mais frequente. Somente em 2016 e 2017, serão 61,2 mil novos casos no Brasil. Entre as mulheres, a maior incidência é o de mama, e nos próximos dois anos, serão 57,9 mil ocorrências.Em seguida, fica o de pulmão (5 mil novos casos em homens) e o de cólon e reto (3.430 novos casos em mulheres).
O aumento da expectativa de vida e a urbanização são fatores elencados pelo Inca como causadores do crescimento nos índices. A oncologista do Hospital Moinhos de Vento Daniela Dornelles Rosa explica que, como muitas pessoas vivem além dos 80 ou 90 anos, elas ganham mais tempo para desenvolver a doença. "A urbanização contribuiu para o aumento do sedentarismo e da obesidade, que são dois fatores de risco para o desenvolvimento das neoplasias", comenta. O Inca calcula que, dos 600 mil novos casos, 15 mil estarão associados ao sobrepeso e à obesidade.
O oncologista do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus Alan Azambuja também cita o tabagismo e fatores ambientais, ainda não comprovados, como relacionados ao desenvolvimento dos tumores. Entre eles, o uso de agrotóxicos, de produtos químicos e de conservantes em alimentos industrializados. "Creio que, no futuro, concluiremos que muitos desses alimentos que consumimos por hábito fazem mal ao organismo", projeta.
Outro fator relevante diz respeito à mortalidade. Apesar dos avanços do ponto de vista terapêutico e de diagnóstico, o número de óbitos segue alto. Em 2013, foram quase 14 mil mortes por câncer de próstata e, a cada 100 mil mulheres, 14 morreram de câncer de mama. "Ainda existe uma resistência, por parte da população, em procurar um médico para fazer uma investigação precoce. Além disso, a dificuldade de acesso à saúde também atrasa o diagnóstico", comenta. Em alguns casos, a doença é curável quando em estado inicial, mas a demora entre a primeira consulta, a realização dos exames e o início do tratamento faz com que o tumor avance.
Depois de analisar os dados, o Moinhos de Vento fez uma pesquisa sobre a disponibilidade de oncologistas em cada região do País nos próximos quatro anos. Para a Centro-Oeste, os dados são preocupantes. "Estimamos que, em 2020, tenhamos 155 oncologistas para cerca de 90 mil novos casos. Isso reflete a falta de planejamento no Brasil. A oferta de vagas para residência médica não acompanha a real demanda dos pacientes", alega Daniela. Para a região Sul, haverá 489 oncologistas para 166 mil novos casos.

Oncologistas estão divididos de maneira desigual nas regiões do Brasil

Depois de analisar os dados do instituto, o Moinhos de Vento realizou uma pesquisa sobre a disponibilidade de oncologistas em cada região do País nos próximos quatro anos. Para a Centro-Oeste, os dados são preocupantes. "Estimamos que, em 2020, tenhamos 155 oncologistas para cerca de 90 mil novos casos. Isso reflete a falta de planejamento no Brasil. A oferta de vagas para residência médica não acompanha a real demanda dos pacientes", alega a oncologista Daniela.
Para a região Sul, haverá 489 oncologistas para 166 mil novos casos. "Não temos registro, na literatura médica, de um número ideal. É preciso levar em consideração o tamanho da população e a maneira como cada país lida com os cuidados na oncologia." A pesquisa também aponta que 75% de todos os oncologistas estarão situados nas regiões Sul e Sudeste, revelando uma disparidade na distribuição.