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Esportes

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2016 às 21:55

WTorre rompe contrato com a AEG e assume gestão do Allianz Parque

A WTorre, responsável pela construção do estádio do Palmeiras e dona dos direitos de exploração do Allianz Parque, rompeu o contrato com o grupo americano AEG, maior gestor de arenas e estádios do mundo. As duas companhias, que assinaram memorando de entendimentos em setembro de 2011, já não falam a mesma língua há alguns meses.
A WTorre, responsável pela construção do estádio do Palmeiras e dona dos direitos de exploração do Allianz Parque, rompeu o contrato com o grupo americano AEG, maior gestor de arenas e estádios do mundo. As duas companhias, que assinaram memorando de entendimentos em setembro de 2011, já não falam a mesma língua há alguns meses.
A WTorre decidiu romper o contrato porque estava descontente com os rumos da parceria com a AEG. O grupo americano não estaria cumprindo o combinado, que era atrair patrocinadores e organizar grandes eventos na arena. "Eles são conhecidos internacionalmente pelo 'know-how' (experiência) em grandes eventos, mas não tinham sequer um plano de gestão para o Allianz", afirmou uma fonte próxima à construtora. "Vários executivos da AEG foram trocados desde que o acordo foi feito."
No dia 4 de fevereiro, o escritório de advocacia que representa a WTorre, o Tepedino Advogados, enviou uma notificação ao AEG informando que aguardava um reunião para tratar de pendências com o grupo americano. O documento, obtido pelo jornal, pede a assinatura formal de um distrato (rompimento de contrato), caso fosse de interesse da multinacional.
A construtora argumenta, entre outras coisas, que foi "surpreendida" pela AEG no início do ano com a "cobrança de R$ 5,112 milhões, referentes a taxa de administração, patrocínio e reembolsos, previstas no termo de compromisso assinado pelas partes, para a gestão do Allianz Parque".
No mesmo documento, o escritório rebate a cobrança, argumentando que as duas companhias já teriam chegado a um acordo para rediscussão de estratégia entre as partes, "em vista dos inúmeros descumprimentos (do contrato)" por parte da AEG.
Um dos pontos mais sensíveis foi a transferência do show da banda Rolling Stones para o Estádio do Morumbi. A AEG tem exclusividade global na promoção desta turnê. A WTorre diz ter sido informada da mudança pela imprensa.
O jornal apurou que a Real Arenas, empresa da WTorre, teria pago cerca de R$ 20 milhões pelos serviços da AEG e que o grupo teria se comprometido a levantar até R$ 40 milhões em patrocínios com eventos, mas nem 5% desse valor foi levantado.
Um ex-executivo da AEG, que não quis identificar, disse ao jornal que a AEG fez diversas trocas de executivos no País desde 2011 e a empresa também teve problemas em outras arenas, citando o caso da Arena Atlético Paranaense, cuja parceria também não foi adiante. "Houve uma frustração de expectativas. De um lado, a WTorre esperava que a AEG fizesse uma gestão parecida com a que eles fazem nos EUA e em Londres. E do outro lado, a AEG não imaginava que fosse encontrar tantos problemas no mercado brasileiro. Mas gerir negócios no Brasil não é como em outros países."
Procurada, a WTorre confirma o rompimento do contrato, mas não quis se manifestar sobre o assunto. O presidente da AEG no Brasil, Venâncio de Castro, afirmou ao jornal que não assinou qualquer distrato até agora. "O que fizemos foi oficializar uma cobrança e, como não recebemos até agora, suspendemos o serviço." Nesta segunda-feira, 15, a empresa retirou da arena seu principal executivo, Alexandre Costa, que era quem fazia a gestão de mais de 25 fornecedores no estádio, entre empresas de limpeza, iluminação e manutenção do gramado.
Terceirizadas
O trabalho executado por essas firmas terceirizadas não será descontinuado porque os contratos foram firmados diretamente com a Real Arenas, da WTorre. "A gestão desses serviços é que está sendo suspensa", explica Castro. Ele não deu detalhes sobre o valor devido pelo grupo brasileiro, fundado pelo empresário Walter Torre, hoje presidente do conselho de administração. Também não quis mencionar por quanto tempo a empresa deixou de fazer o pagamento.
"Somos referência global na gestão de arenas e gostaríamos muito de continuar no Allianz Parque", respondeu o executivo ao ser questionado sobre o caráter da suspensão, se seria temporária ou definitiva.
A comunicação entre as duas companhias não vem bem há algum tempo. O irônico é que os principais executivos da WTorre e da AEG trabalham quase que lado a lado, já que as empresas dividem o quarto andar e a mesma recepção de um prédio na Vila Olímpia, em São Paulo.
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