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Balanços

- Publicada em 23 de Fevereiro de 2016 às 21:44

Receita da Marcopolo tem queda de 19,4%

 CADERNO DIA DA INDÚSTRIA 2009      LINHA DA PRODUÇÃO DA MARCOPOLO EM CAXIAS DO SUL.

CADERNO DIA DA INDÚSTRIA 2009 LINHA DA PRODUÇÃO DA MARCOPOLO EM CAXIAS DO SUL.


FREDY VIEIRA/JC
A Marcopolo consolidou, no ano passado, receita líquida de R$ 2,739 bilhões, recuo de 19,4% na comparação com o exercício anterior. O resultado teve origem na venda de 11.170 carrocerias de ônibus, em queda de 37,9% sobre 2014. O lucro do exercício foi de R$ 89,1 milhões, declínio de 60,2% na comparação com o exercício anterior. A margem líquida caiu pela metade: de 6,6% para 3,3%. O balanço com os resultados financeiros e operacionais da companhia de Caxias do Sul foi publicado ontem.
A Marcopolo consolidou, no ano passado, receita líquida de R$ 2,739 bilhões, recuo de 19,4% na comparação com o exercício anterior. O resultado teve origem na venda de 11.170 carrocerias de ônibus, em queda de 37,9% sobre 2014. O lucro do exercício foi de R$ 89,1 milhões, declínio de 60,2% na comparação com o exercício anterior. A margem líquida caiu pela metade: de 6,6% para 3,3%. O balanço com os resultados financeiros e operacionais da companhia de Caxias do Sul foi publicado ontem.
A retração do mercado interno foi fator determinante nos resultados. A empresa entregou 7.126 unidades para transportadoras locais, número 48,9% inferior ao do exercício anterior. A receita gerada no Brasil caiu 43,9%, para R$ 1,263 bilhão. Mesmo com este recuo, a Marcopolo elevou para 40,7%, quase um ponto a mais, sua participação na produção nacional.
Já as receitas de exportações e das operações localizadas em outros países cresceram 28,5%, somando R$ 1,475 bilhão, e representando 54% do total. A companhia exportou, a partir do Brasil, 1.766 unidades (excluídos os kits desmontados) contra 1.628 em 2014, aumento de 8,5%. As controladas da África do Sul, Austrália e México venderam 2.263 ônibus, recuo de 6,2%. Além da variação cambial, o resultado foi influenciado pelo aumento de vendas de ônibus de maior valor agregado, com destaque para os ônibus rodoviários de dois andares.
Na composição da receita líquida por produtos, a linha de rodoviários subiu 2,5 pontos, para 38,2%, mesma variação dos urbanos, para 33,3%. A principal queda foi nos modelos Volare, que perderam 10,5 pontos, ficando com 13%. O Banco Moneo e as receitas de vendas de peças e outros itens quase dobraram a participação, que foi a 9,3%.
A Marcopolo fechou o ano passado com 16.125 empregados no Brasil e exterior, incluindo controladas e coligadas, número 26% inferior ao do final de 2014. Ao longo do ano investiu R$ 156,2 milhões, sendo que 80% aplicados na nova fábrica da Volare em São Mateus, no Espírito Santo.
De acordo com relatório da diretoria, o ano de 2016 se iniciou ainda impactado pela instabilidade econômica e política, com reflexos diretos na indústria de bens de capital. Para fazer frente a este cenário, a companhia mantém ações estratégicas, iniciadas em 2015, para superar as dificuldades decorrentes da retração interna. As medidas incluem fortalecimento da atuação nos mercados externos e ampliação de portfólio, redução de despesas e custos indiretos, e aumento da eficiência operacional por meio da adoção de conceitos Lean, além da melhoria do capital de giro pela redução de estoques e recebíveis.
Assim como fez em quase todo o ano passado, a Marcopolo adotou, em janeiro de 2016, férias seletivas na unidade de Ana Rech, mantendo em operação somente a linha de urbanos para entrega de mais de 230 ônibus para o transporte coletivo de Porto Alegre. Na Marcopolo Rio, localizada em Duque de Caxias, houve em janeiro a implementação de cinco meses de suspensão temporária de trabalho para qualificação profissional layoff, medida aprovada pelos trabalhadores em novembro passado. No início de fevereiro propôs e os trabalhadores de Caxias do Sul aprovaram a redução de jornada pelo período de três meses - poderá haver interrupção das atividades por até nove dias por mês.
A diretoria reconhece que a carteira de pedidos para o mercado interno segue abaixo do nível normal. Acredita, porém, que as eleições municipais de outubro, os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o repasse de tarifas de ônibus em algumas cidades brasileiras e a definição das regras de financiamento do Bndes via Finame TJLP poderão impulsionar a retomada de pedidos ao longo do ano. O entendimento é que a retração da demanda em 2015 e no início de 2016 represente represamento de pedidos, que deverá se reverter em novos negócios assim que as condições econômicas permitirem.
O relatório destaca, ainda, que as exportações a partir do Brasil seguem aquecidas, impulsionadas pela taxa de câmbio mais competitiva. As ações empreendidas nos últimos meses já refletem em negócios fechados e outros em andamento, o que faz a companhia prever 30% de aumento da receita em dólar neste ano em relação a 2015.
Em relação às unidades controladas no exterior, a expectativa é de melhora na Austrália, onde o programa de transformação está se refletindo na melhora da eficiência operacional, e no México, onde há previsão de ganho de market share por meio da continuidade da parceria com a Mercedes, e pelas novas oportunidades de encarroçar com outras marcas de chassis.

Venda global atinge quase 20 mil ônibus

A Marcopolo também informou, em seu balanço, a venda e produção total de ônibus incluindo as operações no Brasil e no exterior em que tem participação minoritária ou equivalente ao sócio. Somando a participação na Neobus, no Brasil, e na Argentina (em duas sociedades), na Colômbia, no Egito e na Índia, a venda global alcançou 19.958 ônibus, em queda de 25,3%. No Exterior, apenas a fábrica da Colômbia registrou recuo, de 21,7%, para 769 unidades. Houve altas de 29,5% na Argentina, totalizando 931 veículos; no Egito, de 52%, para 583; e na Índia, de 5,2%, para 5.624 unidades. No Brasil, dentre vendas internas e exportações, o recuo foi de 33%, com a incorporação de 881 unidades da Neobus contra 1.312 do ano anterior.