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Economia

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2016 às 21:58

Valor das exportações gaúchas caiu 16,1% em janeiro

 A FEE DIVULGA O ÍNDICE DAS EXPORTAÇÕES GAÚCHAS DE JULHO. SALA DE EVENTOS DA FEE. NA FOTO: TOMÁS AMARAL TOREZANI

A FEE DIVULGA O ÍNDICE DAS EXPORTAÇÕES GAÚCHAS DE JULHO. SALA DE EVENTOS DA FEE. NA FOTO: TOMÁS AMARAL TOREZANI


FREDY VIEIRA/JC
Guilherme Daroit
Em janeiro, mais uma vez, o Rio Grande do Sul exportou mais mercadorias para o exterior, mas não o suficiente para compensar a queda generalizada nos preços. Enquanto a diminuição em relação aos preços recebidos em janeiro do ano passado chegou a 16,8%, o aumento no volume foi marginal, de apenas 0,8%, gerando uma queda no valor das exportações gaúchas de 16,1%. Fechando a equação, o valor total das vendas externas do Estado, de US$ 810,5 milhões, acabou sendo o menor para o mês de janeiro desde 2009, quando foram vendidos US$ 705 milhões.
Em janeiro, mais uma vez, o Rio Grande do Sul exportou mais mercadorias para o exterior, mas não o suficiente para compensar a queda generalizada nos preços. Enquanto a diminuição em relação aos preços recebidos em janeiro do ano passado chegou a 16,8%, o aumento no volume foi marginal, de apenas 0,8%, gerando uma queda no valor das exportações gaúchas de 16,1%. Fechando a equação, o valor total das vendas externas do Estado, de US$ 810,5 milhões, acabou sendo o menor para o mês de janeiro desde 2009, quando foram vendidos US$ 705 milhões.
"É um dado preocupante, claro, mas não tanto quanto poderia ser, porque o volume segue crescendo", argumenta o pesquisador em economia da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Tomás Torezani. Outro fator que ajuda a relativizar o impacto do dado é a depreciação do real em relação ao dólar. Com isso, após a conversão à moeda nacional, mesmo com um lucro menor na moeda norte-americana, provavelmente muitos dos exportadores tenham tido rentabilidade maior agora do que nos últimos anos.
É também a forte desvalorização da moeda brasileira desde o ano passado que ajuda a explicar, em parte, a queda nospreços das exportações gaúchas. "Sobretudo na indústria, que tem margem maior para reduzir o preço em dólar, sabendo que vai ganhar mais com o câmbio", argumenta Torezani. O principal fator a derrubar os preços, porém, continua sendo a retração no valor das commodities. Mesmo que a pauta gaúcha não seja dependente dos produtos mais afetados, como petróleo e minérios, a baixa é sentida nas vendas de soja e carnes, por exemplo, embora perpasse praticamente todos os itens embarcados.
Um dos poucos produtos a reverter essa expectativa foi a celulose, cujo preço cresceu 0,2%. Foi este produto, aliás, o principal destaque do mês, com aumento de 2.126% no volume, respondendo, em valor, a mais de US$ 71 milhões nas vendas. "Vai ser um produto que vamos falar bastante durante o ano", projeta Torezani. O motivo é a expansão da capacidade de produção da CMPC Celulose Riograndense, em Guaíba, inaugurada em maio passado, e, portanto, com uma base de comparação muito menor em relação a janeiro de 2015.
Além da celulose, também chama a atenção o volume de vendas da soja, tradicionalmente sem movimentações em janeiro, que passou de míseros US$ 59 mil no ano passado para US$ 20,9 milhões. O pesquisador da FEE explica o fato como reflexo, ainda, da safra recorde do grão no ano passado, gerando estoques que não foram esvaziados até o início do ano, como é de praxe. Também houve reversão na venda de automóveis, que passaram de US$ 3,4 milhões para US$ 11,7 milhões - US$ 10,6 milhões só para a Argentina, que não havia importado veículos em janeiro de 2015.
Embora defenda que ainda seja muito cedo para fazer previsões para o resto do ano, Torezani utiliza os dois produtos para garantir que a perspectiva para as vendas externas do Estado são positivas. Além de um ano inteiro com os novos volumes de exportação da CMPC, a previsão é de nova safra recorde de soja, que devem compensar a diminuição dos preços. "Além disso, as carnes também podem ter maior representatividade, por conta dos novos mercados abertos ou reabertos em 2015", continua o pesquisador.
A desvalorização cambial também deve gerar efeitos mais perceptíveis, a partir do segundo semestre, nos produtos industrializados, como químicos e calçados. A partir desse ano, a FEE passou a utilizar a classificação das exportações por valor agregado, entre produtos manufaturados (produtos finais), semimanufaturados (intermediários, como couro e celulose) e básicos (in natura), e não mais em indústria da transformação, agropecuária e demais setores, como anteriormente, por permitir maior detalhamento dos produtos.
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