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Economia

- Publicada em 21 de Fevereiro de 2016 às 18:23

Cancelamentos de vendas de imóveis podem recuar com contração de oferta

A contração da oferta de imóveis nos últimos anos, somada a um amadurecimento na análise de crédito e mudança no perfil do comprador, devem reduzir o volume de cancelamento de vendas em 2016, de acordo com executivos da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Isso não significa, entretanto, que o mercado imobiliário esteja pronto para uma recuperação, com novos lançamentos e aumento de vendas. Para os representantes do setor, a retomada do segmento está a reboque da evolução da economia brasileira, que gira sob incerteza em meio à crise política.
A contração da oferta de imóveis nos últimos anos, somada a um amadurecimento na análise de crédito e mudança no perfil do comprador, devem reduzir o volume de cancelamento de vendas em 2016, de acordo com executivos da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Isso não significa, entretanto, que o mercado imobiliário esteja pronto para uma recuperação, com novos lançamentos e aumento de vendas. Para os representantes do setor, a retomada do segmento está a reboque da evolução da economia brasileira, que gira sob incerteza em meio à crise política.
Em 2015, o volume de cancelamento de vendas, conhecido como distrato, aumentou 10,7% para 49,955 mil unidades, em comparação com o ano anterior. A média de distratos subiu de 3,8 mil para 4,2 mil unidades por mês, na mesma base de comparação.
O economista Eduardo Zylbertajn, da Fipe, explica que os distratos tendem a acontecer na entrega de chaves. Por isso, os cancelamentos ocorridos hoje são decorrentes de vendas feitas em 2011 e 2012. Nesse intervalo, foi observada uma deterioração da economia nacional, com aumento de juros e desemprego, o que pode ter dificultado o financiamento dos clientes.
O ritmo do mercado imobiliário também mudou, com uma retração de lançamentos nos últimos anos e diminuição atual nas entregas. Em 2015, por exemplo, as entregas somaram 126,806 mil unidades, uma redução de 25,3% ante 2014, enquanto o volume de novos empreendimentos recuou 19,3% no ano, para 60,274 mil.
A retração na oferta deve indicar uma diminuição futura de distratos, passado o pico do ciclo de entregas. Somado a isso, Luiz Fernando Moura, diretor da Abrainc, diz que um amadurecimento no setor deve contribuir para queda no volume de distratos. "O mercado imobiliário teve um ciclo de crescimento longo, para o qual ninguém estava preparado. As incorporadoras tiveram dificuldade para fazer análise de vendas. São dores do crescimento. Desde então, os critérios passaram a ser mais rígidos", afirma.
Moura diz ainda que o perfil dos compradores têm mudado, acompanhando o novo ritmo do setor. "Aqueles compradores de unidades com foco em lucro rápido diminuíram em relação ao todo. E estão ficando no mercado mais pessoas que compram para morar."
Para retratar a mudança de perfil do setor, a Abrainc e a Fipe informam o percentual de distratos por safra de lançamentos. De todas as vendas feitas em 2015, uma fatia de 2,9% foi cancelada. No ano anterior, o índice estava em 4,4%, considerando apenas os distratos e vendas ocorridos naquele período de 12 meses. Por mais que seja necessário um intervalo maior de análise de dados, o economista da Fipe disse que se pode observar que os distratos no início do ciclo das vendas têm recuado.
A série histórica da Abrainc e da Fipe para distratos vai até o primeiro trimestre de 2014. Das vendas nos três primeiros meses daquele ano, os distratos executados até hoje chegam a 16,8%. Isso mostra que os distratos podem ocorrer por algum tempo. Considerando que o ciclo da incorporação pode levar cerca de três anos, o cliente teria grande parte desse intervalo, se comprasse no início do projeto, para cancelar uma operação.
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