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Agronegócios

- Publicada em 17 de Fevereiro de 2016 às 23:12

Colheita do arroz é aberta hoje em Alegrete

Expectativa é de uma quebra de safra de, no mínimo, 15% no Estado

Expectativa é de uma quebra de safra de, no mínimo, 15% no Estado


ANDRÉ NETTO/ARQUIVO/JC
A 26ª abertura oficial da colheita do arroz acontece hoje, em Alegrete, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, e se estende até sexta-feira, com uma série de debates sobre o cenário atual e o futuro da cultura, no Parque de Exposições Dr. Lauro Dornelles. Por enquanto, os produtores tentam manter o otimismo mesmo após uma safra recheada de problemas, principalmente climáticos. As últimas estimativas do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) e da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz) indicam uma quebra de, pelo menos, 15%. Com isso, a produção deve cair de 8,6 milhões de toneladas em 2014/2015 para 7,5 milhões de toneladas.
A 26ª abertura oficial da colheita do arroz acontece hoje, em Alegrete, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, e se estende até sexta-feira, com uma série de debates sobre o cenário atual e o futuro da cultura, no Parque de Exposições Dr. Lauro Dornelles. Por enquanto, os produtores tentam manter o otimismo mesmo após uma safra recheada de problemas, principalmente climáticos. As últimas estimativas do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) e da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz) indicam uma quebra de, pelo menos, 15%. Com isso, a produção deve cair de 8,6 milhões de toneladas em 2014/2015 para 7,5 milhões de toneladas.
Dos 1,080 milhões de hectares plantados, 40 mil foram perdidos devido ao excesso de chuvas causado pelo fenômeno El Niño nos meses de outubro e novembro. Ainda assim, 13 mil hectares foram replantados. Se parte da retração na produção é explicado pela diminuição da área, o restante se deve a queda na produtividade. De acordo com o gerente da divisão técnica do Irga, Athos Gadea, a média colhida em 2015/2016 deve ser de 7 mil quilos por hectare, ante 7,7 mil hectares na safra passada. "Daqui para frente, é importante que não tenhamos baixas temperaturas, o que poderia prejudicar a formação dos grãos", completa Gadea.
As perdas são localizadas e não deve haver problemas com a qualidade do arroz gaúcho. As lavouras atingidas pelas cheias estão localizadas, principalmente, na Fronteira Oeste, devido à elevação do rio Ibicuí, onde está presente 35% da área total, e na várzea do rio Jacuí. Segundo o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, os prejuízos chegam aos R$ 500 milhões, e a entidade negocia com os ministérios da Agricultura e Planejamento a liberação de recursos que atenuem as perdas. "O Mapa se mostrou bastante sensível em relação a necessidade de intervir nesse caso", confia.
Para Dornelles, o produtor tem motivos para estar otimista nesse início de colheita do arroz. Entre eles, os fatos de a oferta e de os estoques estarem equilibrados em todos os países produtores do Mercosul e de o governo federal ter liberado a implementação do pré-custeio e do Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários (FEPM). "Mediante essas duas atitudes concretas do governo e a forte demanda para a exportação, o orizicultor pode, sim, se manter confiante", destaca. Ainda que os custos diminuam a rentabilidade, Dornelles espera preços mais valorizados, com a saca sendo comercializada em média por R$ 45,00.
A abertura da colheita é considerado o maior evento orizícola do continente e deve contar com a presença de mais de 10 mil produtores, além de empresas e entidades ligadas a cadeia produtiva. Na ocasião, serão realizados fóruns técnicos sobre novas ferramentas para a lavoura arrozeira, uso eficiente e produtividade da água, inovações nas práticas de manejo, entre outros. Além disso, estão previstas vitrines tecnológicas sobre arroz, soja, milho e pastagens, assim como uma feira de produtos e serviços com a presença de companhias do setor do agronegócio. As inscrições são gratuitas.

Produtor antecipa plantio e evita perdas com enchentes

O produtor Gilberto Pilecco, de Alegrete, plantou, na safra 2015/2016, 660 hectares de arroz, justamente na região mais atingida pelas enchentes no fim do ano passado. Entretanto, alguns meses antes, tomou uma decisão que acabaria se mostrando acertada agora, na época da colheita do grão.
Pilecco antecipou a preparação do terreno e o plantio da sua lavoura em relação à janela considera ideal. Iniciou a semeadura na primeira semana de setembro e, até o dia 15 daquele mês, tinha finalizado 60% do total. Em 10 de outubro, estava com 95% da área plantada. "Prevendo o excesso de chuvas pelos modelos climatológicos que tínhamos em mãos na época, decidi, pela primeira vez na minha história como orizicultor, plantar na primeira semana de setembro mesmo contra a orientação de alguns técnicos", recorda. Com isso, segundo Pilecco, as plantas começaram a florescer a partir do dia 2 de janeiro, após a ocorrência das chuvas mais fortes que ocasionaram perdas no Rio Grande do Sul.
O resultado deve ser uma produtividade entre 8,7 mil e 9 mil quilos por hectare, muito acima da média projetada para o Estado, de 7 mil quilos por hectare. O agricultor iniciou a colheita na última terça-feira e espera finalizá-la até o dia 15 de março. A única preocupação, ressalta Pilecco, é a elevação nos custos de produção, principalmente no caso da energia elétrica. "Há duas safras, os cinco meses de irrigação custavam cerca de R$ 70 mil. Na safra passada, chegou aos R$ 97 mil. Agora, em 2015/2016, apenas no período de 16 de dezembro e 16 de janeiro, foram os mesmos R$ 70 mil gastos em energia", lamenta. Para cobrir a alta, o orizicultor espera que o preço da saca fique acima de R$ 40,00 neste ano.