Marina Schmidt
Uma decisão que estava prejudicando a competitividade do trade turístico do País está perto de ser modificada. A expectativa do setor, que vem se queixando da cobrança da taxa de 25% de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre remessas ao exterior para prestação de serviços, é de que, ainda nesta semana, essa alíquota seja reduzida para 6%.
A expectativa foi confirmada pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), na quinta-feira, depois de uma reunião de 1h30min com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O parlamentar, que é relator da Medida Provisória
nº 694/2015, afirmou que irá mudar o documento reduzindo para 6% a alíquota do IRRF sobre remessas ao exterior para pagamento de serviços de viagens de turismo, negócios, treinamento ou missões oficiais.
O texto original da medida, encaminhada pelo governo federal ao Congresso no fim do ano passado, estipulou inicialmente a cobrança de 25% de IRRF para esse tipo de operação. Antes da edição da medida, remessas para o pagamento de serviços deste tipo eram isentas de imposto até o limite de R$ 20 mil por mês. Segundo o peemedebista, a expectativa é votar o texto ainda nesta semana na comissão especial mista que o analisa. Depois de aprovado, ele ainda terá que passar pela análise da Câmara e do Senado até 8 de março, quando perde a validade.
A alteração vai fazer o setor turístico voltar a respirar, sublinha o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur/SP), Ilya Hirsch. "Os dirigentes das principais entidades têm se reunido semanalmente, há meses em Brasília, com representantes dos ministérios da Fazenda e do Turismo para defender que, se for necessário impor alguma taxa, que ela seja igual à do cartão de crédito", contextualiza.
Para ele, o mérito em usar a medida provisória como instrumento de mudança da alíquota é que, dessa forma, a alteração passa a vigorar a partir da publicação, diferentemente, por exemplo, de um projeto de lei, que depende de um prazo de até 90 dias para entrar em vigor.
Nacionalmente, participam dessa articulação a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) e Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Abremar).
Todas essas entidades têm contado com o apoio do Ministério do Turismo, que tem sido enaltecido pelos dirigentes do segmento.