A Petrobras quer sair do setor elétrico e colocou à venda suas 21 usinas térmicas, gasodutos e terminais de regaseificação, por onde chega em forma líquida o gás importado em navios. A conclusão do negócio esbarra, porém, em questões regulatórias, segundo um executivo de uma grande empresa do setor elétrico que quer comprar ativos.
No Rio Grande do Sul, a estatal é a proprietária da termelétrica Sepé Tiaraju. Atualmente, a usina, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), possui uma potência instalada de 248,5 MW (cerca de 6% da demanda média de energia do Estado). Quando foi inaugurada sob o nome de Termocanoas, em julho de 2002, a térmica alimentada a gás natural tinha uma capacidade para 160 MW. Além de posteriormente expandir esse limite, o complexo tornou-se bicombustível, podendo operar também com óleo.
O plano geral da Petrobras de venda de ativos para reforçar o caixa pretende arrecadar, no total, US$ 57,7 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 225 bilhões). Mas, até agora, a empresa só conseguiu se desfazer de 49% de uma de suas subsidiárias, a Gaspetro, de distribuição de gás, por R$ 1,9 bilhão. Ainda estão sendo negociadas parcerias na BR Distribuidora, concessões para a exploração e produção de petróleo e gás, uma fatia da petroquímica Braskem, fábricas de fertilizantes, terminais, dutos e navios, além das usinas.
Para vender suas térmicas, a Petrobras terá de, primeiro, chegar a um acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre a regulação dos gasodutos.