Download de apps pode expor dados pessoais

A adoção de smartphones continua crescendo em uma escala global, e esse incremento se reflete diretamente nos downloads de aplicativos móveis, que já chegam a cerca de 200 bilhões no mundo.

A Trend Micro - especializada na defesa de ameaças digitais e segurança na era da nuvem - vê um lado preocupante desse novo mercado: os apps acabaram se transformando em uma nova fronteira do cibercrime.

Diariamente, a empresa detecta cerca de 300 mil aplicações maliciosas para dispositivos móveis. O engenheiro de vendas da companhia no Brasil, Igor Valoto, comenta que os dispositivos móveis acompanham as pessoas praticamente 24 horas todos os dias e são embarcados com recursos que dizem muito sobre elas. Isso inclui transações bancárias, softwares que utilizam e gravam a geolocalização, contagem de passos, contatos da agenda, e-mails pessoais e corporativos e fotos.

"Levamos essas informações conosco a todo momento e é preciso muita atenção, pois softwares maliciosos podem aproveitar vulnerabilidades e utilizar técnicas de persuasão para encorajar o download de aplicações que podem coletar dados e monitorar os usuários", relata.

Os maiores riscos são os das informações pessoais serem expostas publicamente. Pesquisadores da Trend detectaram que estas ameaças que sequestram dispositivos e informações e pedem resgate para recuperação também existem para os dispositivos móveis. Dados bancários também são um dos alvos mais almejados. Essas informações são usadas pelos cibercriminosos para praticar crimes como extorsão e fraudes.

Outra questão importante é que, sem se dar conta, os usuários podem se tornar coniventes com o roubo de dados. "Isso acontece quando eles instalam softwares sem critério, ou seja, não verificando as autorizações requisitadas pelas aplicações. Além disso, um grande problema é quando procuram por softwares piratas", alerta o especialista.

Por outro lado, eles podem se proteger ao adotar alguns procedimentos, como instalar somente aplicações das lojas oficiais e sempre verificar as autorizações que as aplicações pedem, como agenda, contatos, câmera, microfone, GPS, entre outros. Mas é importante ficar atento, porque mesmo as lojas oficiais possuem aplicações maliciosas.

A segurança é feita em camadas e nunca será possível chegar ao 100%, destaca Valoto. "Vulnerabilidades são descobertas diariamente e vendidas no mercado negro. Nosso papel é minimizar os riscos e prejuízos", relata.