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Samba Not�cia da edi��o impressa de 26/02/2016. Alterada em 25/02 �s 19h04min

Samba: Cem anos de cultura popular

RAFAEL NEDDERMEYER/LIGASP/ABR/JC
Carnaval ajudou a inserir o ritmo musical no imagin�rio das pessoas

Uma das maiores representações da música brasileira, o samba completa neste ano um século desde sua primeira gravação musical, datada de novembro de 1916. Na ocasião, a música Pelo telefone, de Donga (1889-1974) e Mauro de Almeida (1882-1956), estourou e fez o Brasil todo abrir os olhos para um ritmo que começava no Rio de Janeiro, com batuques e letras fortes.
Alguns dos mais conhecidos nomes da música concordam que o estilo pode ser considerado o mais importante de todos os tempos, até mesmo para gerar outros ritmos, como a bossa nova, a MPB e o samba-rock. "O samba foi quem iniciou as referências que esses segmentos levam em suas características. Foi o embrião de tudo", diz Osvaldinho da Cuíca.
Para Leci Brandão, o gênero só se fortaleceu por conta da persistência. "Antigamente, era diferente. No começo, tudo era mais difícil. Ao longo dos anos, o samba foi abrindo espaço, mostrando a que veio." Segundo Martinho da Vila, o ritmo, antes estereotipado, hoje se fortaleceu. "Está consolidado, com bastante ajuda do Carnaval. Atualmente, o samba se mistura a ritmos diversos, e existe mais liberdade de criação", revela.
É o que também pensa o escritor, músico e especialista em samba Luís Filipe Lima. Para ele, o samba de 1990 para cá continua seguindo tendências antigas, mas conseguiu inovar. "Principalmente a geração que surgiu forte a partir dos anos 1980, com Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Fundo de Quintal. São artistas que continuam atuais", avalia.
Segundo ele, a importância do samba para o Brasil se confunde com a própria história do País. "Aconteciam revoluções no Brasil e também no samba. Podemos traçar um paralelo. Na última década do século 19, por exemplo, ocorreu uma forte migração de nordestinos para o Rio. Eles vinham tentar a sorte na cidade grande. Com isso, surgiram na época muitos compositores que ajudaram a alavancar o samba."
Artistas mais jovens do samba, como Dudu Nobre, têm inspirações parecidas com os da velha guarda, como Osvaldinho da Cuíca. Além disso, em comum eles também têm as músicas que marcaram suas trajetórias, das quais se lembram com carinho. "Nunca vai haver um ritmo musical mais forte e mais revolucionário", opina Osvaldinho. "Há muitas músicas lendárias, como as de Cartola (1908-1980)", completa ele.

Refer�ncia para outros artistas


HBO/DIVULGA��O/JC
Martinho da Vila � um dos mais conhecidos sambistas
Para Martinho da Vila, servir de referência para outros colegas sambistas é uma honra. Alegre, brinca que se sente uma espécie de paizão dos artistas mais novos. "Eu sou um tio, um paizão da nova geração. E ser referência é bom, pois eu criei esse negócio chamado de samba", diverte-se. De fato, ele se destacou nas escolhas pessoais dos artistas com relação aos sambas mais memoráveis de todos os tempos. "É uma honra fazer parte do samba e ter podido criar algumas das letras mais lendárias e cantadas", reforça.
Agradecido, Martinho se diz recompensado por tudo o que já fez. E ressalta que a melhor coisa foi ter, em 1970, abandonado as profissões de escrevente e contador para se dedicar ao samba. "Foi um passo enorme na minha vida. O público me dá força. Adoro ver o carinho dos colegas músicos e dos fãs que me abraçam por onde quer que eu vá, sempre cantando minhas canções."

O preconceito como barreira


ALEXANDRE SEVERO/JORNAL DO COMMÉRCIO/AE/JC
Leci Brandão reclama que poucas rádios abrem espaço
Para sambistas conhecidos, o preconceito contra o samba foi um dos principais percalços que o estilo passou, mas a discriminação ficou para trás. "Antigamente, o cara era chamado de bandido, era perseguido. Hoje não, isso já acabou", declara Martinho da Vila.
O integrante do Demônios da Garoa Sérgio Rosa conta que, principalmente nas apresentações do grupo paulistano, ele consegue ver uma grande mistura de classes sociais. "Percebo desde as classes mais favorecidas até as menos. O samba é tão forte que une ricos e pobres", comenta.
Para Leci Brandão, porém, o preconceito existe ainda no meio do rádio. "Eu não consigo entender por que ainda há rádios que não tocam samba, que acham que só MPB é bacana. Elas não sabem que foi o samba que começou tudo?", questiona.
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