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Estradas

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2016 às 22:01

Quase 93% da malha gaúcha é de pistas simples

 ACIDENTE COM ÔNIBUS DA UNESUL NA RS - 030 RS 030, PROVOCA VÍTIMAS E DEZENAS DE FERIDOS. O TRANSPORTE COLETIVO TOMBOU NUMA CURVA DA RODOVIA NO MUNICÍPIO DE GLORINHA. ESTRADA VELHA, PERÍCIA, POLÍCIA RODOVIÁRIA ESTADUAL,     NA FOTO: PERITOS DO IML REALIZANDO PERÍCIA NO LOCAL.

ACIDENTE COM ÔNIBUS DA UNESUL NA RS - 030 RS 030, PROVOCA VÍTIMAS E DEZENAS DE FERIDOS. O TRANSPORTE COLETIVO TOMBOU NUMA CURVA DA RODOVIA NO MUNICÍPIO DE GLORINHA. ESTRADA VELHA, PERÍCIA, POLÍCIA RODOVIÁRIA ESTADUAL, NA FOTO: PERITOS DO IML REALIZANDO PERÍCIA NO LOCAL.


JOÃO MATTOS/JC
Apesar das melhorias nas três rodovias que levam os gaúchos ao Litoral, de maneira geral, as estradas do Estado exibem piores condições. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) realiza anualmente um levantamento com o objetivo de mapear os principais problemas de circulação. Para o coordenador de Estatística e Pesquisa da CNT, Jefferson Cristiano, um entre tantos outros dados negativos chama a atenção nos resultados referentes ao estudo de 2015. Ou seja, 92,9% da malha rodoviária estadual é formada por pistas simples com mão dupla.
Apesar das melhorias nas três rodovias que levam os gaúchos ao Litoral, de maneira geral, as estradas do Estado exibem piores condições. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) realiza anualmente um levantamento com o objetivo de mapear os principais problemas de circulação. Para o coordenador de Estatística e Pesquisa da CNT, Jefferson Cristiano, um entre tantos outros dados negativos chama a atenção nos resultados referentes ao estudo de 2015. Ou seja, 92,9% da malha rodoviária estadual é formada por pistas simples com mão dupla.
"É algo preocupante e que aumenta muito o risco de acidentes e, portanto, haveria necessidade de trabalhar intensamente para ampliar o percentual de duplicação", alerta o especialista. Segundo Cristiano, neste contexto, as concessionárias têm sido uma alternativa eficiente. A BR-290 serve de exemplo. A rodovia possui, ao todo, 729 km que cortam o Estado de Leste a Oeste. No trecho explorado pela Concepa, que representa não mais do que 16,5% da via, a avaliação dos usuários entrevistados continua sendo "ótima". Por outro lado, nas demais localidades houve uma piora, que pode ser creditada ao baixo investimento.
"Há aportes, mas muito abaixo do necessário. Nesse aspecto, o maior investimento sempre é feito nos trechos concessionados e em uma extensão bem menor. Isso é o resultado da maior celeridade em projetos e nas liberações de recursos, o que não ocorre quando analisamos as estradas administradas pelo poder público", defende.
Em 2014, a RS-040 era avaliada com "bom" em todos os quesitos. Em 2015, apenas a geomertria não foi rebaixada à "regular". O mesmo ocorre com a totalidade da BR-290 e da BR-453 (Rota do Sol) que de "bom" passou a ser classificadas como "regular" em todos os quesitos. No Estado, no ano passado, a CNT ainda identificou 58 pontos críticos uma elevação de 65,7% sobre o resultado de 2014, quando existiam 35 pontos críticos.
Para Cristiano, de certa forma, a condição geral gaúcha, "se reflete muito nessas três rodovias". No Rio Grande do Sul, 32,4% das rodovias eram avaliadas como "ótimas" ou "boas" em 2014. Em 2015, o percentual positivo foi reduzido a 26,4%.
No que se refere à gestão pública, em 2014, 29,1% da malha era considerado "ótimo ou bom". O dado foi comprido a 21,3% em 2015. Entre as concedidas, a aprovação era de 46% e subiu para 47,2% em 2015. Deste modo, os chamados custos operacionais, em razão das más condições das rodovias, nas concedidas é de 16,6% e nas públicas chega a 33,7%. Trata-se de uma estimativa que considera as perdas financeiras em razão dos defeitos de pavimento.

Discrepância entre investimento público e privado agrava cenário

 ACIDENTE COM ÔNIBUS DA UNESUL NA RS - 030 RS 030, PROVOCA VÍTIMAS E DEZENAS DE FERIDOS. O TRANSPORTE COLETIVO TOMBOU NUMA CURVA DA RODOVIA NO MUNICÍPIO DE GLORINHA. ESTRADA VELHA, PERÍCIA, POLÍCIA RODOVIÁRIA ESTADUAL,     NA FOTO: PERITOS DO IML REALIZANDO PERÍCIA NO LOCAL.

ACIDENTE COM ÔNIBUS DA UNESUL NA RS - 030 RS 030, PROVOCA VÍTIMAS E DEZENAS DE FERIDOS. O TRANSPORTE COLETIVO TOMBOU NUMA CURVA DA RODOVIA NO MUNICÍPIO DE GLORINHA. ESTRADA VELHA, PERÍCIA, POLÍCIA RODOVIÁRIA ESTADUAL, NA FOTO: PERITOS DO IML REALIZANDO PERÍCIA NO LOCAL.


JOÃO MATTOS/JC
Enquanto a Concepa investiu quase R$ 200 milhões na melhoria de cerca de 100 km de rodovia concessionada, a 19ª Pesquisa CNT de Rodovias, publicada em 2015, percorreu 8.668 km no Estado e constatou aportes público de apenas R$ 309 milhões. Este valor, além de irrisório, frente ao tamanho do problema, representa apenas 72,4% dos R$ 427 milhões que estavam disponíveis e carimbados para investimentos em rodovias gaúchas.
O coordenador de Estatística e Pesquisa da CNT, Jefferson Cristiano afirma que essa realidade é fruto do despreparo. Segundo ele, existem recursos "insuficientes", mas que, ainda assim, não são utilizados. Pelas estimativas da CNT, seriam necessários R$ 6,24 bilhões somente para recuperação de pavimentos de estradas no Estado.
"Com R$ 427 milhões por ano levaríamos 15 anos para resolver problemas básicos do Rio Grande do Sul e repare que não estamos incluindo a duplicação necessária para muitas rodovias gaúchas", comenta Cristiano.
Em todo o País, em 2015, foram autorizados R$ 9,37 bilhões. Deste total, apenas R$ 5,95 bilhões foram contratados. Isso significa que 36,5% dos recursos não chegaram a ser convertidos em melhorias para as estradas. "Tratam-se de recursos carimbados que não chegaram ao destino final por deficiência de planejamento, elaboração de projetos e estudos de identificação de carências", lamenta o especialista.
O resultado pode ser avaliado no aumento dos custos operacionais. A CNT avalia que o Brasil perde R$ 46,8 bilhões, ao ano, com os gargalos rodoviários. Outros R$ 12,3 bilhões são destinados a custear seguros e indenizações por acidentes em rodovias federais. A soma dos dois gastos atinge R$ 59,1 bilhões.